For you I'd bleed myself dry

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•Claire's POV•

Eu podia sentir os braços fortes dele se apertarem cada vez mais ao redor de minha cintura, deixando minhas pernas bambas e me fazendo ficar tonta com todas as emoções que sentia. Podia sentir o cheiro do álcool se transformando aos poucos em seu perfume, que por sinal era o meu favorito. Podia sentir a respiração quente dele bater na minha pele no instante em que ele encaixou seu rosto em meu pescoço, me arrepiando. Eu até podia sentir as batidas de seu coração, que estavam se misturando as minhas, se tornando uma só.

Eu queria morar dentro daquele abraço, mas como nada é perfeito, recobrei minha consciência e o afastei subitamente, porém delicadamente de mim.

- Me desculpa, Tom. Não sei o que deu em mim. - abaixei a cabeça e coloquei uma das minha mãos na testa.
- Me desculpa também, Claire. Eu acho que a gente se precipitou em nos reaproximarmos.

Nos precipitamos? Eu realmente estava ouvindo aquilo?

- Ah, tem razão. E acho que melhor você ir.
- Ei, calma.
- Eu to calma, mas como você disse, foi um erro essa nossa aproximação.
- É, realmente.
- É. - repeti.
- Eu tinha me esquecido como pode ser difícil a convivência com você. - ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Sério, Thomas? - eu não imaginava que depois de tanto tempo, ele jogaria na minha cara os nossos desentendimentos no começo de tudo.
- Sério, obrigada por me lembrar - ele me lançou um sorriso desdenhoso.
- Vai se foder! - dei as costas para ele e escutei ele responder: Vai se foder!

Abri a porta e entrei, sem ao menos olhar para trás, mesmo sabendo que Tom ainda me fitava. De repente em meu peito faltou ar e ele estava feito fogo em brasa. Meus olhos ameaçaram deixaram as lágrimas que ali estavam escorrer, mas não permiti que isso acontecesse.

Prendendo meu cabelo em um coque e tirando meus saltos, respirei fundo e entrei dentro do elevador. Pensei comigo que dentro de meu apartamento eu me sentiria mais confortável e segura, mas no momento em que notei o silêncio que lá estava, me arrependi de ter voltado para casa, pois lá, naquele silêncio, meus pensamentos ganhavam força e ficavam ainda mais barulhentos e perturbadores.

Depois de tomar um banho, ao passar pela escrivaninha para ir até o quarto me deitar, vi novamente aquele envelope que eu conhecia muito bem o conteúdo que dentro dele havia. Subitamente uma raiva cresceu dentro de mim, por aquele pedaço de papel estar vinculado a uma pessoa que me aborreceu muito hoje. Me aborreu porque ele era irritante, mas principalmente porque me fazia gostar tanto dele.

×××××××

Na manhã que se sucedeu, ainda em minha folga, acordei mais cedo do que pretendia e resolvi tomar um café e sair para correr. O tempo estava bom, com uma brisa um tanto quanto gelada, mas o sol estava brilhante e começando a esquentar.

Quando eu voltava para o meu apartamento, enquanto eu passava por ruas comerciais em meu bairro, via as pessoas chegando em seus locais de trabalho. Já me sentindo satisfeita, disposta e com energia para fazer exatamente nada o dia todo em meu ap, voltei para casa e encarei mais uma vez o envelope, desta vez tomando coragem e me sentanto à escrivaninha para abri-lo.

•FLASHBACK ON•

Eu e Tom tínhamos ficado no sítio do George, em Cambridge porque eu decidi beber demais no aniversário dos gêmeos e Tom achou melhor que dormissemos lá e fossemos embora somente no outro dia, quando nós dois estaríamos melhor.

Nessa manhã ele foi super atencioso, me assistindo acordar com um copo de água na mão. Quando decidimos ir embora, saí correndo na frente para falar com Amy por ligação.

_______________

Amy!?

Oi, que horas são?

Polaroid | TOM HOLLANDWhere stories live. Discover now