Malía

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•Claire's POV•

Aquele momento incrivelmente amoroso - pelo menos para mim - foi o bastante para querer ficar agarradinha com o Tom a noite toda e dormir de conchinha com ele, depois de trocarmos alguns cafunes e olhares profundos que faziam meu coração querer sair do peito. Tentei ao máximo ficar acordada para sentir suas mãos em meus cabelos e poder continuar a olhar em seus olhos, que particularmente, era o que eu mais gostava nele. Mas, infelizmente fui a primeira a dormir, virando de costas para ele, que entendendo minha intenção, me abraçou forte me deixando aquecida.

Fazer o que se não resisto a um cafuné nos cabelos.

×××××××

Depois de acordar com a claridade que vinha do corredor devido a porta que deixamos aberta na noite passada, virei para o outro lado para abraçar meu namorado e me deparei com a cama vazia.

Relutando, mas sentindo a falta dele, me levantei tropeçando na calça que ele havia me emprestado e que ele usava como pijama. Por mais que tenha ficado enorme, a roupa era bem quentinha e confortável. Útil.

Antes de procura-lo, fui ao banheiro escovar os dentes com a escova que ele havia comprado pra mim e deixado lá para quando eu dormisse em sua casa e dei uma última conferida no meu visual "acabei de acordar" e fui até o lado de fora do quarto.

O zumbido da televisão ligada chegava até meus ouvidos antes mesmo de eu tentar adivinhar onde Tom estaria.

Descendo as escadas e ainda no meio dela, eu já conseguia ver Tom com os pés para cima do sofá, encolhido debaixo de uma manta bordô e assistindo a um documentário na TV. Ele tinha feito um jeito de deixar a sala escura mesmo estando de dia e prestava tanta atenção no que assistia, que nem notou quando me aproximei.

- Oi. - desci os pequenos degraus e fui em sua direção.
- Oi. - olhou para mim com um sorriso. - Olha, essa calça caiu bem em você. - e aquele velho e sútil tom de malícia se fez presente.
- Não começa. - ri e me aproximei mais. - O que ta assistindo aí?
- Ah, é um documentário de biologia sobre o fundo do mar. - disse tirando a coberta de debaixo do próprio corpo e a erguendo, para que eu entrasse alí debaixo com ele.
- Ta brincando? - fiquei surpresa e me aconcheguei ao seu lado - Nós fomos feitos um para o outro, baby. - zombei e lhe dei um selinho demorado de bom dia.
- Você também gosta? - ele sorria empolgado.
- Eu adoro! E não to nem brincando.

Ele ajeitou a coberta ao nosso redor e nos embolamos um no outro debaixo daquela coberta quentinha. Deitei minha cabeça em seu ombro e ele deitou a cabeça dele na minha. O cheiro de sua pele entrava pelas minhas narinas e me faziam ter absoluta certeza, mais uma vez, de que no seu colo era o meu lar.

×××××××

- Vai, me fala alguma coisa. - ele insistia.
- Mas você já sabe de tudo sobre mim, não sei o que quer saber mais. - eu mantinha meu cenho franzido em pura confusão.
- Não sei, não. - agora ele cruzava os braços e me encarava.
- Ta. Então a gente faz assim: me pergunta o que quer saber que eu respondo.
- Mas eu não sei o que perguntar.
- Me ajuda a te ajudar, Tom. - dessa vez, cai na gargalhada e ele me olhava sem esperança.
- Ok. Então me fala qual é seu maior sonho. - começou ele.
- Meu maior sonho? - franzi o cenho mais uma vez.
- Isso aí. - disse com empolgação na voz.
- Eu não sei, nunca parei pra pensar nisso. - toquei meu nariz e me arrependi no momento seguinte. Eu não queria me abrir a esse ponto e nem assustar ele com o que eu tinha a dizer.
- Claire. - sua expressão de desdém já dizia tudo.
- Eu.
- Você não sabe mentir. - concluiu.
- Ok. Quer ouvir mesmo?
- Foi o que eu perguntei, não foi?
- Ta bom. - respirei fundo e prossegi - Meu maior sonho é formar uma família e ser mãe. - acenei com a cabeça - Deeeesde que eu era uma criançinha.
- Ser mãe? - o sorriso cínico e brincalhão havia sumido de seu rosto.
- Sim. - e consequentemente, o meu - Por que? - meu coração se apertou e sorri fraco, com medo dele ter pensado nisso de uma maneira negativa.
- Porque meu sonho é ser pai. - sua voz estava profunda e ele mantinha a expressão super seria no rosto me fazendo notar que ele não estava brincando.
- Uh, é sério? - abri um sorriso de alívio e felicidade por saber que compartilhavamos do mesmo sonho.
- Deve ser a coisa mais maravilhosa do mundo amar alguém e saber que essa alguém carrega um filho seu na barriga.
- Deve ser incrível carregar um filho de alguém que se ama na barriga. - disse sorrinde e concordando com ele e tenho certeza que meus olhos brilhavam a essa altura.
- Vamos ter um filho! - ele arregalou os olhos e aumentou seu tom de voz.
- Não surta, Tom. - comecei a rir.
- É, eu dei uma surtada, não é? - agora ele gargalhava de sua reação.

Polaroid | TOM HOLLANDDonde viven las historias. Descúbrelo ahora