6. O Imperialismo e Todos os Reacionários São Tigres de Papel

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Todos os reacionários são tigres de papel. Na aparência, os reacionários são terríveis, mas na realidade não são assim tão poderoso. Vendo a longo prazo, não são os reacionários mas sim o povo quem realmente é poderoso.

Assim como não existe uma só coisa ou fenômeno no mundo que não tenha uma natureza dupla (tal é a lei da unidade dos contrários), também o imperialismo e todos os reacionários têm uma dupla natureza - simultaneamente, eles são tigres verdadeiros e tigres de papel. No passado, quando ainda não tinham conquistado o poder, e algum tempo depois dessa conquista, a classe dos proprietários de escravos, a classe feudal dos senhores de terras e a burguesia eram vigorosas, revolucionárias e progressistas, eram tigres verdadeiros. Todavia, com o  decorres do tempo, e em virtude de os seus contrários - a classe dos escravos, a classe camponesa e o proletariado - crescerem gradualmente em força e lutarem cada vez com maior encarniçamento contra elas, essas classes dominantes foram-se transformando passo a passo no seu contrário, convertendo-se em reacionárias, retrógradas, em tigres de papel. Em conclusão, tais classes foram derrubadas ou hão de sê-lo um dia, pelo povo. As classes reacionárias, retrógradas e decadentes, conservaram essa natureza dupla mesmo durante os últimos combates de vida ou morte contra o povo. Por um lado, elas eram tigres verdadeiros e devoravam as pessoas, devoravam-nas por milhões e dezenas de milhões. A causa da luta popular atravessou um período de dificuldades e provações, registrando-se muitas curvas e contra-curvas no seu caminho. A liquidação do domínio do imperialismo, feudalismo e capitalismo burocrático na China levou ao povo chinês mais de cem anos e custou-lhe dezenas de milhões de vidas, antes que alcançasse a vitória em 1949. Digam, acaso não eram tigres vivos, tigres de ferro, verdadeiros tigres? No entanto, finalmente, acabaram por transformar-se em tigres de papel, em tigres mortos, em tigres de massa de feijão. Esse é um fato histórico. Acaso o povo não viu ou ouviu falar disso? Na realidade houve milhares e dezenas de milhar de fatos semelhantes! Milhares e dezenas de milhar! Portanto, vistos na sua essência, de um ponto de vista futuro, estrategicamente, o imperialismo e todos os reacionários devem ser considerados tal como são - tigres de papel. É nessa base que devemos assentar o nosso pensamento estratégico. Por outro lado, porém, eles são também tigres vivos, tigres de ferro, verdadeiras tigres capazes de devorar as pessoas. É nessa base que devemos assentar o nosso pensamento tático.

Eu afirmei que todos os reacionários, reputados possantes, não são mais do que tigres de papel. Isso é assim porque eles estão desligados do povo. Vejam! Hitler era ou não era um tigre de papel? Hitler foi ou não foi derrubado? Eu afirmei igualmente que o czar da Rússia, o imperador da China e o imperialismo japonês eram todos tigres de papel e, como vocês bem sabem, eles foram todos derrubados. O imperialismo norte-americano ainda não foi derrubado e possui a bomba atômica, no entanto, eu penso que ele será igualmente derrubado. Trata-se também de um tigre de papel.

"Levanta uma pedra para deixa-la cair depois sobre os seus próprios pés" é um ditado popular chinês que descreve o comportamento de certos tontos. Os reacionários de todos os países são tontos desse tipo. No fim de contas, as várias perseguições que movem contra o povo revolucionário apenas servem para acelerar a revolução popular numa escala ainda maior e mais intensa. Acaso não desempenharam precisamente esse papel, nas grandes revoluções russa e chinesa, as diversas perseguições movidas por Tchiang Kai-Chek e o czar da Rússia contra o povo revolucionário?

O imperialismo norte-americano invadiu o território chinês de Taiwan e continua a ocupa-lo, já lá vão nove anos. Recentemente ele enviou forças armadas para uma invasão e ocupação no Líbano. No mundo inteiro os Estados Unidos estabeleceram centenas de bases militares distribuídas por inúmeros países. O território chinês de Taiwan, o Líbano e todas as bases militares em territórios estrangeiros representam outras tantas cordas amarradas ao pescoço do imperialismo norte-americano. Essas cordas foram fabricadas pelos próprios norte-americanos e não por outros, assim como foram eles próprios que as amarraram à volta do seu pescoço, entregando as pontas ao povo chinês, aos povos dos países árabes e a todos os povos do mundo que amam a paz e se opõem à agressão. Quanto mais tempo os agressores norte-americanos permaneceram nessas regiões, tanto mais se apertarão essas cordas que os estrangulam.

O imperialismo não pode durar muito precisamente porque a pratica, a todo momento, toda espécie de atos infames. Ele persiste em proteger e ajudar os reacionários que, nos distintos países, estão contra o povo; domina pela força muitas colônias, semi-colônias e bases militares, bem como ameaça a paz com a guerra atômica. Assim, forçados pelo imperialismo, mais de noventa por cento dos povos do mundo estão de pé ou hão de levantar-se em massa numa luta contra ele. Contudo, o imperialismo ainda está vivo, e ainda continua a praticar desmandos na Ásia, África e América Latina. No ocidente, os imperialistas ainda continuam a oprimir as massas populares dos seus próprios países. Essa situação tem que mudar. Constitui tarefa dos povos de todo o mundo pôr um fim à agressão e opressão perpetradas pelo imperialismo, sobretudo pelo imperialismo norte-americano.

Atuando despoticamente por toda a parte, o imperialismo norte-americano colocou-se numa posição de hostilidade frente aos povos do mundo inteiro e isola-se cada vez mais. Aqueles que não aceitam ser escravos jamais se deixarão amedrontar pelas bombas atômicas e de hidrogênio que possuem os imperialistas norte-americanos. A corrente de cólera dos povos do mundo inteiro contra os agressores norte-americanos é irresistível. A sua luta contra o imperialismo norte-americano e seus lacaios conquistará seguramente maiores vitórias.

Se os grupos capitalistas monopolistas norte-americanos persistem na sua política de agressão e guerra, um dia inevitavelmente virá em que serão enforcados pelos povos de todo o mundo. O mesmo destino espera os cúmplices dos Estados Unidos.

Para combater o inimigo, nós formulamos, no decorrer de um longo período, o conceito seguinte: estrategicamente, desprezar todos os inimigos e, taticamente, tê-los em muito boa conta. Isso significa que devemos desprezar o inimigo com respeito ao todo, mas considerá-lo muito seriamente com respeito a cada questão concreta. Se não desprezamos o inimigo com respeito ao todo, cometemos o erro de oportunismo. Marx e Engels eram apenas dois homens e no entanto, já naquela altura declaravam que o capitalismo seria derrubado em todo o mundo. Contudo ao tratarmos de cada problema concreto e de cada inimigo em particular nós cometeremos o erro de aventureirismo todas as vezes que os não considerarmos seriamente.  Na guerra, as batalhas só podem ser travadas uma a uma e as forças inimigas só podem ser destruídas uma por uma. Os camponeses só podem lavrar a terra parcela por parcela. O mesmo é verdade quando se come. Estrategicamente, não temos medo de tomar uma refeição: nós sabemos que podemos comê-la toda. Na prática, porém, nós só comemos bocado a bocado. Seria impossível tragar de uma só vez o banquete inteiro. A isso se chama uma solução de um a um. Em linguagem militar diz-se esmagar o inimigo unidade por unidade.

Em minha opinião, a situação internacional atingiu agora um novo ponto de viragem. No mundo de hoje há dois ventos: o vento de leste e o Vento de Oeste. Há um ditado chinês que diz: "Ou o vento de Leste predomina sobre o de Oeste, ou o vento de Oeste predomina sobre o de Leste". Eu penso que a característica da situação atual é que o vento de Leste predomina sobre o vento de Oeste. O mesmo é dizer que as forças do socialismo ganharam um superioridade esmagadoras sobre as forças do imperialismo.


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