20. Edificar o País com Diligência e Economia

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É preciso que a totalidade dos quadros e do povo tenha sempre presente no espírito que a China é um grande país socialista, mas ainda pobre e economicamente atrasado - eis aí uma grande contradição. Para que o nosso país se torne próspero e poderoso são necessárias várias dezenas de anos de esforços intensos e, entre tais esforços, é necessária a aplicação de uma política de diligência e economia na edificação do país, uma política que implica uma rigorosa economia e uma luta contra o esbanjamento.

A diligência e a economia devem praticar-se tanto na gestão das fábricas, casas de comércio, empresa de Estado e cooperativas como em qualquer outro estabelecimento. O princípio de diligência e economia deve ser observado em todos os domínios. Esse princípio de rigorosa economia é um dos princípios fundamentais da economia socialista. A China é um grande país, mas ainda muito pobre, faltando-lhe várias dezenas de anos para que se torne um país próspero. E mesmo nessa altura o princípio de diligência e economia deverá continuar a ser aplicado. Todavia, é durante essas quantas dezenas de anos mais próximos, e durante os primeiros planos quinquenais, que importa especialmente preconizar a diligência e a economia e, sobretudo, pratica uma economia rigorosa.

Seja onde for que nos encontremos, devemos fazer o melhor uso possível dos nossos recursos humanos e materiais. Em nenhum caso devemos considerar apenas o momento presente e tolerar a má utilização e o esbanjamento. Seja onde for, logo a partir do primeiro ano de trabalho devemos estabelecer os nossos cálculos em previsão dos muitos anos que hão de vir, da guerra que teremos de sustentar por muito tempo, e da contraofensiva que vai registrar-se, assim como do trabalho de edificação que se seguirá após a expulsão do inimigo. Por um lado, devemos evitar em absoluto a má utilização e o esbanjamento, mas, por outro lado, devemos esforçar-nos por desenvolver a produção. No passado, certas regiões pagaram muito caro o fato de não terem feito previsões a longo prazo nem terem prestado atenção à economia dos recursos humanos e materiais, bem como ao desenvolvimento da produção. Essa é uma lição que deve reter a nossa atenção.

Durante a nossa luta para liquidarmos o sistema feudal, e com o fim de restaurarmos e desenvolvermos rapidamente a produção agrícola e a produção industrial nas vilas, devemos fazer todos os esforços para preservar tanto quanto possível os meios de produção e os bens de consumo utilizáveis, tomando medidas enérgicas contra quem quer que os destrua ou esbanje, opondo-nos aos excessos de comida e bebida, e observando uma rigorosa economia.

No que se refere às nossas despesas orçamentais, devemos observar o princípio de economia. É necessário que todo o pessoal dos organismos governamentais compreenda que a corrupção e o esbanjamento constituem crimes extremamente graves. A luta contra esses males já deu certos resultados, mas são necessários ainda novos esforços. Economizar cada centavo para a guerra, para a causa da revolução e para a edificação da nossa economia, tal é o princípio que deve orientar a nossa contabilidade.

Em muitos dos nossos quadros está surgindo e desenvolvendo-se atualmente uma tendência perigosa que se manifesta na relutância em partilhar com as massas as alegrias e as penas, bem como na preocupação de ganhar fama e proveitos do movimento para aumentar a produção, e fazer economias, nós devemos simplificar os nosso órgãos e transferir quadros para os escalões inferiores, de maneira que um grande número dos nossos quadros regresse a produção. Eis um dos métodos para vencer essa tendência perigosa.

O fato de o exército se abastecer através da sua atividade produtiva não somente melhora as condições de vida deste, aligeira a carga do povo e permite portanto um aumento dos efetivos, como ainda determina uma série doutros efeitos imediatos, a saber:
1) Melhoria das relações entre oficiais e soldados. Trabalhando lado a lado na produção, eles passam a entender-se como irmãos.
2) Maior amor pelo trabalho(...) Desde que o exército se lançou na produção para abastecer-se a si próprio, o amor pelo trabalho desenvolveu-se nas suas fileiras e foram eliminados os maus hábitos característicos dos ociosos.
3) Fortalecimento da disciplina. A disciplina do trabalho na atividade de produção não enfraquece a disciplina dos soldados durante os combates e na vida quotidiana, pelo contrário, reforça-a.
4) Melhoria de relações entre o exército e o povo. Na medida em que as tropas se ocupam da produção dos seus próprios bens, as violações contra os bens do povo diminuem ou até desaparecem completamente. Na produção, o povo e o exército trocam trabalho e ajudam-se mutuamente, o que reforça ainda mais a amizade entre eles.
5) As tropas têm menos queixas a apresentar com relação ao governo, o que melhora as relações entre eles.
6) Estimula-se o grande movimento popular para a produção. Quando o próprio exército participa na produção, os organismos governamentais e outros veem mais claramente a necessidade de agir da mesma maneira, e consagram-se a isso com maior energia. Como é evidente, com isso o povo passa a ver melhor a necessidade do movimento geral para desenvolver a produção, e lança-se também ao trabalho com maior energia.

Alguns dizem que se as tropas participam na produção já não podem combater nem treinar-se, e se os organismos tomam parte na produção já não podem realizar o seu trabalho. Tais afirmações são incorretas. Durante os últimos anos, as nossas tropas da região de fronteira entregaram-se a atividade de produção de grande escala, satisfizeram amplamente as suas necessidades em alimentação e vestuário e, no entanto, consagraram-se paralelamente e com maior sucesso ainda ao treino e ao estudo político, bem como à instrução em geral, reforçando mais a unidade interior do exército e a unidade entre este e o povo. No decorrer do último ano, nas regiões da frente, conseguiram-se grandes êxitos no plano das operações militares e começou-se por toda a parte um movimento de instrução das tropas enquanto se realizava um movimento de produção em grande escala. Graças à sua atividade produtiva, o pessoal nos organismos vive em melhores condições e trabalha com maior dedicação e eficácia. Isso é assim tanto na região de fronteira como nas regiões da frente.

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