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🔷️ REI

Acordei sentindo uma dormência no meu braço direito.
Respeirei fundo antes de abrir os olhos e senti aquele cheiro de cacau que eu adoro, me permiti abrir os olhos aos poucos só pra comprovar que o motivo do meu braço estar dormente era por Índia estar dormindo com a cabeça apoiada nele.

Ela estava virada de frente pra mim com o rosto bem proximo do meu, sua respiração batia no meu rosto, ela estava serena, nem parecia aquele furacão de mulher que tinha se tornado.

Eu levei meus dedos até seu rosto mas não encostei nela, ela com certeza tem um sono leve demais agora que é delegada.

Coloco meu braço ao redor dela, trazendo ela pra mais perto de mim, colocoquei uma perna em cima dela, ouço ela resmungar e sorrio com o som que sai dela,  prendo ela em mim pra ter certeza de que ela não iria escapar.

Queria que ela nunca mais saisse, nunca mais me deixasse, queria provar pra ela que posso ser bom por amar ela e amar minha filha, provar que eu daria tudo de mim por elas e que eu posso fazer o certo dessa vez.

Fecho meus olhos enquanto deixo minha mente flutuar imaginando diversos próximos passos pra fazer Índia querer ficar.

Sinto meu corpo começar a relaxar aos poucos e uma mão passar lentamente pelo meu rosto, sorrio de lado porque eu sei exatamente de quem é essa mão.

Permaneço com meus olhos fechados, com uma sensação de relaxamento no corpo, eu to pegando no sono.

Sinto algo tocar meus lábios e depois todo meu rosto devagar.

Meu sorriso permanece nos lábios, meus olhos permanecem fechados até que eu não sinto mais nada.

Acordei com meu radinho fazendo um barulho da porra.

Levo a mão até a mesinha ao lado da cama pegando o radinho.

Rei - Solta o papo porra.

Cocada - Ai Rei, deixaram um pacote no pé do morro, melhor você vir dar uma olhada.

Rei - Deixaram? Como assim deixaram? Alguém se aproxima da porra do meu morro e ninguém sabe quem foi?

Cocada - Como eu disse, melhor você vir dar uma olhada.

Rei - Ja é.

Coloco o radio na mesinha de novo e me viro olhando a cama vazia, so tinha eu ali, só tinha eu.

Dou um soco na cama e logo após passo as mãos na cabeça.
Ela foi embora, foi embora sem se despedir, sem me dar chance de protestar que ela fique.

Ela foi embora e me deixou sozinho, de novo.

Me levanto da cama e vou direto para o banheiro, me jogo embaixo do chuveiro  enquanto a água fria bate no meu corpo.

Passo a mão no meu pau pra lavar o mesmo e sinto um ardor chato no pau, consequências de uma noite inteira da melhor foda da minha vida.

Saio do banheiro sem me secar mesmo, coloco uma bermuda de moletom preta e uma camiseta também preta.

Pego minhas facas e coloco na cintura, minha glock prata com meu vulgo escrito na lateral e uma fugil atravessasa nas costas.

Saio de casa a pé mesmo e vou pra boca 10, onde eu sempre fico, minha segunda casa praticamente.

Faço um toque com os moleques que fica na contenção da boca e entro na mesma.

Cocada - O que tu acha mano?

AO ACASO  | MORRO Onde histórias criam vida. Descubra agora