College Holocaust

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Aquela tarde foi tomada por uma confusão sem precedentes. O Grande pátio principal era agora coberto por pessoas num gramado que mal se dava para ver o verde sob seus pés, de tão lotado que estava. Os estudantes de Pendleton após toda uma tarde de escândalo, finalmente começavam a se dispersar rumo as suas aulas ou dormitórios. Também pudera, quem não quisesse ser abordado para responder perguntas inconvenientes da equipe de segurança da faculdade, que corresse, já! A polícia local também havia sido acionada. E era com muita tensão que Cath respondia tudo o que lhe era perguntando com lágrimas nos olhos, ao lado de Kenny que a mantinha consigo com o braço em volta de seu ombro, cabisbaixo feito um herói caído levando esporro de um policial que conversava grosseiramente com eles, que mantinha na mão um papel e uma caneta, esta que usava para apontar para seus rostos, reprovando seus atos.

Reese, um pouco distante ainda do "Casal", Estava junto a Paul, que exibia seu gravador para um membro pomposo da diretoria da Universidade, sendo acompanhado por dois oficiais, prontos para indiciar o jovem, ou parabenizá-lo por sua ação. Era visível como Reese estava preocupada com seu destino nesta história. Seu cenho era o de uma mulher temendo por sua credibilidade, por seu emprego que a sustentava e a Lei que estaria contra eles. Paul não demonstrava medo algum. Mas o modo como olhava para Reese a toda hora, expressavam sua real preocupação para com a moça. Ter fingido o desmaio e sendo cúmplice de uma agressão ao Heitor não foi o ponto mais alto do dia da segurança, que agora estava na corda bamba entre justiceira, e Justiceira demitida. Seu futuro na universidade? Incerto.

Claire observava as duas cenas tendo que esticar o pescoço por conta da intensa movimentação de jovens que bloqueavam sua visão de tempos em tempos. Sua expressão era estampada de satisfação, mas sabia muito bem da encrenca que havia se metido, embora não se arrependesse. Em pé ao lado de uma viatura com Edward, mantinha os braços cruzados ovindo os murmúrios dos que passavam para lá e para cá, dizendo uns pro outros como Paul havia salvo a Universidade, como ele era "fodão". Que desaforo para a Diaba, que não aceitava não ter o mesmo nível de reconhecimento. Todas bocas da multidão passavam direto por ela como se fosse uma ninguém, não tendo conhecimento de seu envolvimento no ocorrido. Nem ela ou Edward eram iluminados pelos Holofotes de uma rápida fama no campus, embora estivessem sujeitos à mesma punição desagradável que poderiam receber caso o Plano de Paul e Kenny viesse por água abaixo.

Impaciente e revoltada com a covardia de Gigi, que estava fora de seu campo de visão aos prantos em algum canto qualquer por aí, do qual Claire não tinha conhecimento de onde. Imaginava a loirinha choramingando para algum policial dizendo coisas como "Eles me obrigaram", "Eu fui enganada" e "Não é culpa minha". O sangue borbulhava de revolta levando-a a uma respiração profunda onde seus ombros subiram e desceram estremecendo num suspiro. Edward como sempre, é quem notou seu desconforto emocional, passando a mão em sua cintura aproximando-a mais de si:

- Você não está bem.

- Acertou.

- Tenta ficar calma. A Gravação de Paul vai provar que o Heitor era um safado. Você vai ver, vamos sair livres dessa.

Sarcástica, esboçou uma risada. E não foi um riso comum, mas um mascarado na tristeza e desespero:

- Não acredito nisso, Edward.

- No quê?

- Tem alguém matando todo mundo aqui no Campus. E nós somos os vilões por tentar fazer alguma coisa... que mundo é esse?!

- Você sabe como as regras de um lugar interferem no que a gente fez.

- Quebramos um milhão de regras hoje, concordo, mas nada que chegue aos pés de assassinato. Devíamos estar sendo carregados nos ombros de um bando de atletas gritando nosso nome, e não aqui esperando para saber se vamos ser presos ou expulsos. Isso tá errado!

Scream - Survival 2Where stories live. Discover now