Dance With The Devil (Part 3)

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Pelo canto do olho, Paul assistia discretamente o sofrimento do companheiro, este estando debruçado sobre as próprias pernas enrijecidas e portanto uma expressão de agonia para poucos. A aparência de Tim se agravava com a face intensamente avermelhada, de veias saltando no pescoço prestes a explodir. A boca aberta arreganhou os dentes por onde escorreu uma tira grossa de saliva, soluçando roucamente ao ir perdendo todo o ar e força para gritar. O único som que era emitido do fundo de sua garganta, era uma mistura de estalos roucos com ameaças de tosse e possíveis ânsias de vômito, num choro interminável e contorções horrendas pelo corpo todo.

- Que foi que aconteceu com você? -Indagou Paul, nervoso, em desdenho ao sofrimento alheio com olhadas rápidas e desinteressadas no parceiro. - Hein?... Me responde.

Ele não conseguia, mantinha a expressão congelada na vermelhidão de agonia, com baba descendo pelo queixo e deixando um ponto molhado em seu joelho.

- Eu estou falando com você! -Retornou com grosseria, tascando a mão no namorado num golpe de "Acorde!". E foi ali, que ouviu-se um grito de reação. Curto e rouco, mas um grito automático ao ser tocado com violência. Sua contorção se desfez quando o garoto respirou fundo como se puxasse a alma de volta para o corpo, reerguendo-se novamente e se recostando sobre o banco jogando a cabeça para trás. Parecia clamar aos céus o fim de sua dor. E foi com rápidas olhadas de curiosidade mórbida e de modo irritado, que Paul notou a gravidade da situação. O cotovelo esquerdo mutilado de Timothy. Pousado sobre sua coxa, onde pela ponta do membro escorria uma grande quantidade sangue que já manchara o assento antes que o Universitário Assassino ao volante pudesse ter prestado atenção. Uma lasca de osso punha-se para fora da pele com um filete de carne pendurado. Uma fratura exposta e esburacada, vítima de um dos tiros de Claire.

- Não acredito. Perfeito! -Sacudiu-se no banco enfurecido, esmurrando o volante soltando buzinas. - O que eu faço com você agora?!! Hã?... O que eu faço, me diz?!

- Paaaaull!!!!...... -Berrou o menino em súplica. - Me ajuda!

- Te ajudar? Você sabe o que isso significa? Sabe, seu Verme?!!

- Aahhhhhhhhhhhh!!!!!! - Aquele grito estridente tomou conta do carro.

- Olha aí, ta deixando sangue por todo o carro! Sabe que eu vou ter que limpar depois de matar esses dois, não é?

- Me ajuda!! -Berrou novamente, mal prestando atenção ao que ele dizia.

- Age sem permissão, fode com a situação, agora carrega uma bala de um revólver registrado e sai deixando DNA... Ah, quer saber? Sai da minha frente! -Se enfureceu esticando o braço em sua direção, não para tocá-lo, mas sim para alcançar a porta do passageiro.

- O que está fazendo? -Questionou o menino abrindo os olhos como podia, não se dando conta da situação.

- Sai fora do meu carro, você é um peso morto.

- O quê?! -Retrucou assustado e quase sem fôlego.

- Sai do carro!

- Paul!

- Sai, caralho! - Levantou o pino destravando a porta, em seguida descendo os dedos com agilidade ao puxar a maçaneta interna. Ouviu-se um "Click" quando uma brecha fora vista pelo vão da porta agora entre aberta.

- Por favor, não faz isso comigo! -Chorou apertando o braço, evitando tocar na parte mutilada.

- Cala essa boca! -Proferiu-lhe um soco no ombro, querendo afastá-lo de si.

- Não faz isso, para!

- Sai! - Repetiu o soco... E mais outro, e outro. Com uma mão no volante, Paul usava a outra livre para esmurrar o garoto carro à fora. Seu parceiro em súplica e sem forças, protestava aos gritos roucos sobre os golpes conforme sentia seu corpo deslizar para a beirada.

Scream - Survival 2Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz