Fright Night (Part 5)

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- Ok... -Claire respirou fundo, tentando se recompor sem muito sucesso, impedindo o choro de começar a escorrer. - Eu sei que isso é terrível e que é uma péssima hora para ser grossa. Mas já passou da hora de todo mundo sumir daqui antes que dê mais merda.

- Está certa. -Concordou Edward cabisbaixo.

Diante do impossível desafio de pedir calma a todos, Claire tomava aos poucos a coragem necessária para dar um certo incentivo de fuga, embora parecesse que ninguém conseguia se mover. Kirstin tremia, se recusando a olhar pra dentro do quarto escuro. Procurando refúgio, se afundou num dos ombros de Ed, que a conteve com carinho. Quinn é quem estava descontrolada, soluçando aos montes, grudada na parede ao lado da entrada do quarto tampando a própria boca. Não que isso ajudasse, pois seus gemidos de horror eram desconcertantes. Paul coçava a cabeça sem saber que reação tomar, esperando que Claire desse-lhes uma direção. Kenny vigiava por cima dos ombros constantemente, paranoico com os cantos, temendo as surpresas desagradáveis e imaginárias que a pouca visibilidade do corredor lhe causavam.

A Diaba tomou a pose, pondo rumo ao desespero alheio:

- Seguinte. Nós vamos sair daqui juntos. A partir de agora, ninguém sai de perto de ninguém, combinado? Se alguém quiser sequer peidar, todo mundo vai ficar pertinho sentindo o cheiro. Eu não vou arriscar perder mais ninguém de vista. E por favor... Pelo amor de John Carpenter!... Não saiam perambulando por aí. E se algo inesperado acontecer, nos encontramos lá fora na entrada principal do prédio, entendido?

Não ouviu respostas vocais, apenas acenos concordando, vindos das cabeças trêmulas.

- Ótimo. Agora, me deem um segundo pra pensar no que fazer a seguir. -Esfregou a testa, pensativa.

Uma espera que não demorou muito, pois de repente, uma música surgiu no meio daquela rodinha causando um pequeno susto, que, mesmo sem gritos, gelou a alma de cada um. Havia surpresa e atenção extrema nos semblantes. A música vinha de um pequeno alto falante, com volume generoso causando olhares que antes temerosos, se tornaram patéticos nos rostos apavorados. Era o tema de "Scooby - Doo" com a maldita música de abertura do desenho tocando: "Scooby, Dooby, Doo... Where Are You?"

Algo totalmente inapropriado para o momento. Claire quase quis que seus ouvidos sangrassem no momento, onde logo percebeu o sutil "Piscar" do aparelho celular de Edward durante a música, sendo ele a fonte da mesma.

- É sério isso?

- Qual o problema? -Ele claramente morreu de vergonha, mas não admitiu.

- Tantos toques, e é esse que você escolhe.

- É o que eu gosto... -Respondeu chateado, feito uma criança.

- Aff, passa essa merda pra cá!

- Claire!

- AGORA! -Estendeu a mão, esperando que o mesmo obedecesse.

Em relutância, Ed lhe entregou o aparelho. Ela bufou silenciando a musiquinha, atendendo a chamada. Seu tom nada surpreso e cínico se impôs desde que ela sabia com certeza, quem estava do outro lado.

- Que é?

- Ora, ora, ora... Veja quem atendeu. -A maldita voz tirou sarro do outro lado da linha.

- "Ora, ora, ora" -Imitou, irônica. - Vejam só quem é o filha da puta mais covarde de Pendleton.

- Covarde? Não sou eu quem está temendo pela própria vida num canto escuro.

- E não sou eu quem usa uma máscara pra não mostrar a cara.

- Claire, "Mas que imaginação limitada!" Achei que conhecesse filmes de terror.

Scream - Survival 2Where stories live. Discover now