CAPÍTULO 12

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*** 2 DIAS DEPOIS***

- Minha... minha filha foi abusada e eu não sabia nada disso? - Heliane exclama em lágrimas, colocando suas duas mãos sobre o rosto.

- Ninguém sabia, a senhora não tem culpa. - tento consolá-la.

Heliane deposita suas mãos com força sobre sua mesa. - Eu quero vingança! Esse cara que abusou de minha filha vai pagar.

- Não tente começar uma vingança agora, a senhora está muito confusa, precisa descansar. Digo pegando uma colherzinha para mexer o meu chá. Olho a hora no meu relógio de pulso e pulo do sofá ao perceber que estava quase na hora de eu ir para o Hospital, pegar o laudo dos exames. Me despido de Heliane e ausento-me de sua casa. Entro no carro preto, ligo e dou partida.

***

Abro a porta da casa da fazenda e entro.

- Desculpa a demora Mamã... - Paro de falar ao me virar de frente para a sala e perceber que todos me olhavam preocupados. Mamãe e tia tentam esconder suas lágrimas. Mas estava irrefutável, Já que suas olheiras estavam destacando. - O que houve? Até parece que alguém morreu. - Digo rindo irozinada. Mamãe abraça minha tia, voltando a chorar. - Porque você estão assim? Estou ficando preocupada. - Digo com um tom preocupado. - Josué, Jassye, me digam o que houve? - Indago indo de encontro aos seus corpos. Eles não respondem nada, apenas me abraçam forte.

- Sabe que se precisar de algo... Eu estarei aqui. - Josué sussurra em meu ouvido. Jassye e Josué se afastam de meu corpo, deixando espaço para que Mary também viesse me abraçar.

- Sei que brigamos muito nessa vida. Mas a partir desse momento, eu te peço perdão por tudo. - Sussurra em meu silêncio, quase chorando. Afasto-a de mim colocando impulso em seus ombros.

- Dá para me contar o que está acontecendo? - Grito. Mamãe vem até mim, com um papel em suas mãos.

- Aqui está o Laudo dos exames. - Diz colocando-o sobre minhas mãos. Meus dentes começam a se chocaram entre si. Encaro a pasta do Laudo por uns minutos. O medo toma conta por todo o meu corpo só por saber o que eu iria encontrar ali dentro. Todos me olham atenciosamente. Abro a pasta branca e retiro o laudo que estava dobrado. Pelo visto já leram. Desdobro a folha e começo a ler. Na primeira parte não havia nada que me interessasse, reviro os olhos. Pulo para a segunda parte. - Aqui diz que, pelos exames feitos, a paciente Nicolly Kidman sofre com Au... - Minha voz falha instantâneamente ao ler aquela palavra - aneurisma. - Meus olhos começam a se encher de lágrimas, continuo a ler. - É uma dilatação anormal de uma artéria que irriga o cérebro, geralmente localizados em pontos mais frágeis. Existe tratamento... - Sorrio. - Mas a chance do paciente sobreviver é de dois porcento... - Meu sorriso desforma. Mamãe e tia vem até mim, enquanto Josué, Jassye e Mary choravam. - Aqui diz que... Eu tenho poucos meses de vida, mamãe! - Grito chorando abraçada com mamãe. - Eu vou mo... - Meu corpo vai perdendo as forças lentamente, A escuridão vai tomando conta da minha visão, perco os sentidos por completo.

***

- Ela vai ficar bem, senhora Tácia. Só não soube adquirir a notícia direito. - Escuto uma voz masculina falar, tento abrir os olhos, Mas não conseguia. - Eu... sinto muito por sua fi... - Mas uma vez perco os sentidos.

***

Abro os meus olhos lentamente sentindo a presença de um corpo junto ao meu. Minha vista estava embaçada e isso fazia com que eu não conseguisse reconhecer a sua face. - Eu te amo, filha. - Sorrio ao perceber que era mamãe. Sou preenchida com beijos e carícias.

- Eu tive um pesadelo muito estranho, Mamãe. - Rio levantando-me da cama em que eu me encontrava. - A senhora acredita que eu sonhei que tinha uma doença e que eu iria morrer em poucos meses? Parecia tão real. - Ouço soluços e lágrimas vindo de minha mãe. A própria se levanta e segura em minhas mãos.

Talvez Não Exista Um "amanhã".Where stories live. Discover now