CAPÍTULO 24

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Abro os meus olhos sentindo uma enorme tontura. Minha cabeça dói bastante. — Aqui o saco de gelo para pôr na cabeça dela. — Uma voz feminina profere ao meu lado. — Ela vai ficar bem?

— Sim, Rosalina! Foi só um desmaio. — Gabriel profere tentando acalmá-la. Coloca o saco de gelo sobre minha testa. Começo a me remexer sentindo o gelo queimar minha testa, levanto-me rapidamente.

— Tira isso de mim, por favor! — Ponho minhas duas mãos sobre a cabeça, massageando-a, afim de amenizar aquela dor insuportável.

— Está se sentindo melhor? — Rosalina indaga me entregando um copo. — Toma! Xarope.

— Estou só sentindo dor de cabeça. Muito obrigada. — Agradeço sentindo o cheiro do xarope e fazendo careta. — Tenho que tomar mesmo?

— Se quiser que a dor de cabeça passe. — Rosalina dar de ombro, sendo mais seca possível. Rio torto. Conto até três no pensamento e engulo rapidamente.

— O que aconteceu? Parecia que você havia visto alguém. — Gabriel interroga, pegando o copo em que Rosalina tinha colocado o xarope.

— Sim, pensei ter visto meu ex namorado. — Minto. — O cara que eu mais amei em minha vida. — Entrevejo Gabriel resmungando em silêncio.

— Seu ex? Ainda gosta de... — Interrompo-o ficando de pé.

— Por favor! Me leva para casa, quero descansar. — Gabriel me encara por uns segundos antes de tomar uma decisão.

— Okay! Vou pegar o carro que estacionei lá atrás e volto. — Sorrio de lado, agradecendo com os olhos. Gabriel se retira.

— Nikolly, não precisa vir trabalhar amanhã, se não estiver sentindo-se bem. — Rosalina articula, pondo suas mãos gentis sobre as maçãs do meu rosto.

— Amanhã eu virei, não posso ficar faltando o trabalho por conta de alienações da minha cabeça. — Ela dar de ombro novamente, reviro os olhos sorrindo. Gabriel buzina com o carro, chamando minha atenção. — Preciso ir. Tchau! — Despido-me de Rosalina com um abraço.

— Se cuida, okay? Preciso da minha cozinheira intacta para amanhã. — Gargalho. Saio para fora da lanchonete e me adentro no carro de Gabriel. Ele sorri para mim, encosto o meu braço junto com a cabeça, na janela do carro.

***FLASH***

— Isso, garota! Você aprende ligeiro. — A morena de seios grandes me parabeniza, enquanto eu seguro o revólver em minhas mãos. — Agora você vai aprender a atirar! Quero que você aponte para alguma dessas garotas e só aperte no gatilho quando estiver confiante.

— Eu... Eu... — Gaguejo.

— Confia em mim.

Fecho os meus olhos por uns segundos, depois abro e começo à procurar quem seria a vítima. Aponto a arma para a própria. — Você será a pessoa em quem eu vou atirar. — Ela sorri. Respiro fundo e me sinto confiante, aperto o gatilho. Faísca de fogo sai pelo cano do revolver, sinto um nervosismo passando pelo meu corpo. Todas que estavam na sela começam a rir, principalmente a morena de seios grandes.

***REALIDADE***

Sou tirada dos pensamentos quando Gabriel apalpa o meu ombro, me remexendo. Olho para ele assustada e o vejo rindo. — Desculpa, você falou algo?

— Já chegamos, Nikolly. — Gabriel se ausenta do carro e vai até a porta do lado em que eu estava sentada, abre e estende sua mão direita, com intenção de me ajudar a sair, sorrio branco. — Sabe que pode contar comigo, não é? — Indaga segurando minhas mãos.

Talvez Não Exista Um "amanhã".Onde histórias criam vida. Descubra agora