CAPÍTULO 13

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Sou acordada com o meu celular vibrando, sento-me na cama ainda sonolenta e pego o meu celular. — Cinco chamadas perdidas de mamãe, talvez ela já tenha lido a carta. — Disco o número e ligo para ela.

— Você saiu daqui sem me avisar! — Vocifera do outro lado da linha, afasto o celular do meu ouvido, fazendo careta.

— A senhora não deixaria eu vir.

— Eu não deixaria mesmo, Nicolly. Quero que você volte imediatamente.

— Eu não vou fazer isso. — Grito.

— Não vai? Pois eu vou aí lhe buscar.

— Eu sei muito bem que meu pai está aqui. Eu vou procurá-lo, tenho certeza que eu o encontrarei. — Profetizo.

Ouço risadas do outro lado da linha, reviro os olhos. — Você é tola, há tantos Juanos nessa cidade. Escuta aqui, Nicolly! Se você for atrás de seu pai, esqueça de mim.

Minha expressão se fecha, mamãe nunca havia me dito isso. — Mamãe, eu te amo! Mas... Eu não vou desistir de procurar meu pai. — Respondo levantando-me da cama e indo até o guarda-roupa.

— Posso saber como vai fazer isso?

— Eu vou pagar um detetive particular.

Risadas são soltas mais uma vez do outro lado da linha. — Filha, você não tem dinheiro nem para pagar um Hambúrguer para você. Como vai pagar um detetive?

— Eu tenho três mil guardado.

— De onde você tirou esse dinheiro?

— Não é do seu interesse, mamãe. Porque você não gosta que eu saiba do seu passado?

— Porque você vai sofrer!

— Eu já sofro, mamãe. Agora me dá licença, estou indo me encontrar com o detetive. — Desligo a chamada sem à espera de uma resposta.

***

Estendo meu braço para o alto. Ele percebe e sorri para mim, vindo de encontro ao meu corpo imóvel, sentada no banco da cafeteria.

— Bom dia! — Fala colocando sua maleta preta sobre a mesa. Senta-se. Aceno para um garçom e vejo o próprio vindo até nós. Peço duas xícaras de Cappuccino, ele assente e se retira.

— Bom dia! Sou Nicolly Kidman. — Estendo minha mão para comprimentá-lo.

— Gabriel Nosvalk. — Sorri de lado. — Bom, como posso te ajudar?

— Eu... estou à procura do meu pai.

— Entendo. Sabe de algo sobre ele? Que possa me ajudar à aprofundar na investigação. — Antes que eu pudesse respondê-lo, o garçom chega, segurando duas xícaras de Cappuccino numa bandeja. Põe-os sobre a mesa e se retira.

— A única coisa que eu sei do meu pai é que ele foi embora quando eu tinha um ano. — Pego uma das xícaras de Cappuccino e conduzo até mim. — Minha mãe disse que ele foi embora porque não aguentava a vida de pai de família. Mas eu não acredito nela.

— E porque você não acredita em sua mãe?

— É que... — Encaro as pessoas rondando a cafeteria enquanto falo. — Houve um dia em que minha mãe deixou uma caixa sobre a cama, caixa com recordações do seu passado. Eu decidi mexer e acabei encontrando uma carta que meu pai havia escrito antes de partir. Eu trouxe, achei que seria importante para você. — Pego a carta que estava no bolso de minha calça jeans e entrego ao detetive, o próprio levanta o cenho enquanto segura a carta. Degluto do meu cappuccino enquanto Vejo o seu olhar sério cair sobre a carta.

Talvez Não Exista Um "amanhã".Where stories live. Discover now