CAPÍTULO 20

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Encaro o delegado não crendo que aquilo fosse verdade. Minha boca faz um oh! A mão do delegado vai até a minha boca e fecha-o. - Sim, você será solta.

- Mas como isso é possível?

O delegado não responde à minha pergunta, levanta-se de sua cadeira preta e vai até a porta do seu escritório. Abre e ordena para que um dos policiais traga o indivíduo, volta para a cadeira e se senta-se. O silêncio toma conta do escritório, deixando o barulho do relógio e o ruido do ventilador de teto ecoarem. Minutos depois a maçaneta da porta é girada, cria-se um momento de suspense para ver quem seria a pessoa que iria entrar por aquela porta. Meus olhos estão bem atentos na maçaneta, que ainda se encontrava girando. Assim que a porta é aberta completamente, analiso o rosto do indivíduo e começo a lembrar-me dele.

***FLASH***

Me adentro em sua casa indo em direção a sala. Analiso todos os cômodos, está uma bagunça. Vejo que o próprio já está com convidado. O cara segura um cigarro numa de suas mãos, enquanto a outra segura um copo de cerveja. Ele me olha com malícia.

— Olha! Temos visita. — O cara profere fumegando o seu cigarro. — Você fuma? Bebe? — Eu não respondo a nenhuma de suas perguntas, apenas balanço negativamente com a cabeça.

***REALIDADE***

Levanto-me da cadeira onde me encontrava sentada e dou passos lentos para poder ficar mais próxima do amigo de Tate. Encaro-o por alguns segundos, ele sorri para mim. - Oi, Nikolly. - Abraço-o fortemente e vejo que o próprio não cessa.

- Éden Steven. Foi esse cara que te ajudou, ele trouxe provas de que não foi você quem assassinou a senhorita Heliane. - O delegado profere andando em passos lentos.

Afasto-me do corpo de Éden. - Mas como você me ajudou? - Pergunto.

- Com um vídeo. - Responde o Delegado. - Um vídeo que mostra o momento exato da discussão de Heliane e Thierry. Pega o seu celular no bolso de sua calça social. Começa a mexer na tela. - Aqui! - Fala aproximando-se de mim. Começo a me lembrar do dia em que o vi na janela da casa de Tate, eu tinha certeza de que tinha visto alguém naquela manhã, mas porque ele resolveu me ajudar só agora? - Ele também gravou o momento em que Thierry entra no carro, com uma faca na mão. Volto à olhar para Éden e a admirá-lo, agradecendo.

- Então quer dizer que Tate sabia que eu estava presa esse tempo todo e não veio me ajudar?

- Não foi isso! Ele não sabia de nada, nem que você havia sido presa, e nem que Heliane tinha morrido. Ele veio saber um dia desses, quando passou no jornal, dizendo que o caso da morte de Heliane estava encerrado e que você foi a principal suspeita do assassinato. Eu não aguentei essa injustiça, mas eu estava com medo de ser preso por acharem que eu também fazia parte desse esquema. Desabafei com Tate e o mesmo me aconselhou a vir aqui, depor à favor de você. — Sorri de lado, com semblante de vergonha. — Me desculpa pela demora? — Éden Indaga segurando minhas mãos.

— O Importante é que você veio. — Sorrio.

— Tenho que ir embora, daqui à algumas horas eu viajo para a Espanha, vou fazer intercâmbio. — Declara Éden abrindo a porta do escritório e se retirando. Solto um beijo solto no ar, antes que ele saísse para fora.

— Já estou louca para pôr os meus pés fora desse presídio! — Profiro num tom comemorativo. O delegado volta a se sentar em sua cadeira.

— A policial Sandra te acompanhará até a sala para que você pegue todas as suas bijuterias e a roupa que chegou em seu corpo, depois disso você será solta. — Assinto com a cabeça. — Quer se despedir das suas colegas? — Inquiri girando uma chave em seu dedo.

Talvez Não Exista Um "amanhã".Onde histórias criam vida. Descubra agora