CAPÍTULO 21

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- Qual é a surpresa? Aliás, essa casa é minha. - Mamãe responde pondo suas mãos levemente sobre os meus seios, para que eu pudesse dar espaço para a própria se adentrar, reviro os olhos. - Antes de você perguntar, não foi Mary que me disse. Eu segui ela até aqui. - joga-se no sofá.

Fecho a porta e vou para próxima de si. - Segui os outros é feio, mamãe!

Gargalha. - Mexer na bolsa dos outros sem permissão, também é.

- Não ache que só porque eu fiquei presa esses meses que eu desisti de procurar o meu pai. Amanhã mesmo eu irei me encontrar com um dos meus supostos pai. - Seus olhos se arregalam, uma expressão assustada forma-se em seu rosto. Subo para o meu quarto e fecho a porta. — Pensando bem, hoje eu irei sair à procura de um emprego. Por mais que eu a ame, não quero ficar no mesmo lugar que mamãe, isso não dará certo. — Digo para mim própria ao tirar toda a roupa. Visto uma blusa alongada com gola choker de cor branca e uma calça jeans. Pego o meu celular e olho a hora, são 17:10. Guardo-o em minha calça. vou até o meu guarda-roupa e procuro pelo currículo que eu havia feito meses atrás. Sinto o meu celular vibrando e pego no mesmo instante. Número desconhecido, atendo. - Alô?

- Oi amiga, Andryk aqui!

- Oi amiga, aconteceu algo? — Indago ao pegar o currículo e dobrá-lo em duas partes.

- Só liguei para te avisar que, por eu estar me comportando muito bem, serei solta em pouco tempo. - Meu sorriso pula para fora ao ouvi-la. - Uns dois ou três meses no máximo.

- Ah, que ótimo, Andryk! Eu fico tão feliz por você.

- Obrigado, agora eu preciso desligar. Até breve.

Um sorriso largo se forma em meu rosto, não contenho. Volto a guardar meu celular em minha calça e desço as escadas, indo de encontro à porta de saída.

- Vai sair?

- Sim! Vou sair à procura de um emprego. - Abro a porta.

- Olha a hora minha filha, tenha cuidado.

Gargalho. - Engraçado ver a senhora preocupada comigo. - Ando para perto de si, que ainda encontrava-se sentada no sofá. - Lembra-se quando a senhora disse que esperava que eu passasse meses presa?

- Eu... Falei aquilo sem pensar. - Levanta-se. - Eu fiquei com a consciência pesada depois daquele dia, pensei até em voltar lá.

- Pensou, mas não voltou. - Encaro-a seriamente. - Sabe o que mais me machuca? Saber que eu tenho um monstro em forma de mãe.

Seus olhos enchem-se de lágrimas. - Não fala assim, por favor.

- Papai deveria ter vários motivos para ir embora da sua vida. - Sua mão vem com toda força sobre o meu rosto, mas me desvio. Saio para fora de casa, ela me olha seriamente, com os olhos ainda lacrimejando. - Me desculpa se te magoei com a verdade.

***

Há duas horas que ando pelas ruas da minha cidade, à procura de algum emprego. Infelizmente todos os supermercados e restaurantes que eu passei, estão sem vagas. Volto a andar. Começo a pensar em Kaique, do ultimo dia em que eu o vi. — Se eu soubesse que iria te perder para sempre, teria feito tudo valer a pena. Volto a realidade ao ver uma lanchonete do outro lado da pista, entreaberta. Pela a porta de vidro, avisto uma senhora, sentada num banco laranja, dentro da lanchonete, talvez fosse a dona. Resolvo ir até lá. Espero o sinal vermelho abrir para que eu pudesse atravessar. Sinto meu corpo ficar tenso, então resolvo fumar um cigarro, antes de entrar na lanchonete. Atravesso a pista lentamente, soltando fumaça pela boca. Chego ao outro lado da pista e jogo o cigarro no chão, amasso com o pé. Fico de frente para a lanchonete. — Vamos lá! — Penso encorajando-me. — Entro na lanchonete, chamando a atenção da senhora que ainda se encontra sentada no banco. — Boa noite! — Digo ao sorrir para a própria.

Talvez Não Exista Um "amanhã".Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ