Capítulo 22

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O dia seguinte a festa de Halloween, era quinta feira e a maioria dos alunos que haviam participado da festa estava de ressaca. Todo mundo mal humorado porque era dia de semana e eles tinham aulas e tarefas.  

Aff. 

Enfim, o pack estava mais preocupado em tentar descobrir o máximo de informação possível sobre Stiles e suas habilidades especiais ou sei lá, enquanto Stiles só estava aliviado que sua última tatuagem havia finalmente terminado de cicatrizar, e agora ele não precisava mais usar aquela pulseira estranha que já estava começando a dar coceira em seu pulso.

Erica queria de todo jeito ver as tatuagens do garoto, mesmo Stiles a explicando que ele não podia simplesmente fazer os desenhos aparecerem.  Lydia ainda estava meio irritada com Stiles, e o adolescente finalmente descobriu que o que estava incomodando a garota não era o fato de ele ser um alquimista, mas sim o fato de ela aparentemente ser a única humana "normal" no pack. Stiles obviamente rolou os olhos para a ruiva, até porque, Lydia Martin era tudo, menos normal. 

Pelo lado de Derek, o Alfa andava silencioso e de cara amarrada pela mansão, fazendo até mesmo Luca se assustar ao ver sua cara. Mas Derek não conseguia relaxar. Quero dizer, Stiles estava sofrendo e o Alfa não sabia o que fazer para ajudar o adolescente. Alice continuava a mandar olhares estranhos em sua direção, e aparentemente, ela estava revoltada porque Stiles não aparecia na mansão a três dias, e por causa disso, ela não podia o desafiar já que ela não o encontrava em outro lugar. Derek não queria nem pensar em como ela reagiria ao saber que Stiles passaria esse final de semana na mansão para poder refazer a runa que foi arruinada, já que o desenho ficava perto da mansão, o que aliás era meio alarmante. Tipo, como ninguém percebeu alguém ultrapassar o território deles? Depois de saber que o portal ficava perto de sua casa, Derek passou a tarde toda tentando achar o rastro da pessoa ou ser sobrenatural que estragou o desenho de Stiles. Mas o Alfa não achou nada. Absolutamente nada. Nenhum rastro, cheiro, pegada, fio de cabelo, nada. Era frustrante. 

Voltando para Stiles. O adolescente estava quase arrancando os próprios cabelos em ansiedade. Ele só queria que o dia de aula terminasse, e ele pudesse ir a loja conversar com Silvia enquanto regava os vasos infinitos dela. 

Ouvir o último sinal soar, foi um alívio tão grande que Stiles sentiu seus ombros caírem de sua forma tensa, diminuindo um pouco a dor em suas costas. Ele se despediu apressado de Scott que dividia com ele a última aula nas quintas-feiras, e seguiu até seu jeep, jogando sua mochila no banco do passageiro, enfiando a chave na ignição e dirigindo o mais rápido possível para fora do estacionamento da escola para as ruas de Beacon Hills. 

Ele pulou para fora do jeep quando chegou a casa de chá,  demorando o mínimo possível para fechar seu carro, e logo depois atravessar correndo a calçada para empurrar a porta da loja. 

O cheiro de terra molhada e o som do sino da porta, como sempre, foram as primeiras coisas que Stiles notou, e o adolescente prontamente sentiu seu corpo relaxar. Ele olhou para os lados a procura da cabeleira avermelhada, e viu Silvia regando um dos vários vasos perto das prateleiras.  

-Stiles. -Reconheceu a ruiva antes de deixar o regador no chão e se virar para olhar na direção do adolescente.  

-Você tinha razão, - Começou Stiles ao chegar mais perto de Silvia. - Eu realmente tive sorte ontem. - O adolescente viu a ruiva abrir um sorriso vitorioso antes de se virar para seguir até o caixa da loja. Stiles ainda se perguntava como ela conseguia andar sem esbarrar em nada ali dentro. Quero dizer, Stiles que enxergava muito bem, tropeçava e batia em tudo.  

-As cartas nunca erram, criança. Se elas dizem que você terá sorte, então você terá sorte. - A mulher parou atrás da bancada do caixa e começou a endireitar os vasos brancos que ficavam ali em cima. - Então, o que aconteceu? 

-Você não sabe? Eu pensei que as cartas tivessem te avisado. - Questionou confuso Stiles. E Silvia olhou em sua direção como se Stiles fosse idiota. 

-As cartas apenas me dizem algumas coisas, elas não explicam tudo nos mínimos detalhes, Stiles. Não seja bobo. - Informou a ruiva antes de voltar a mexer na ordem dos vasos. - Vamos lá, me diga o que aconteceu, você parece mais calmo hoje. - Stiles respirou fundo, se perguntando rapidamente, como ele encontrava essas pessoas em sua vida. Primeiro Val, e agora Silvia. Ele ainda estava em duvida se ele tinha sorte em conhecer tanta gente estranha, ou azar pelo mesmo motivo. 

-Eu... - Stiles sentiu seu rosto esquentar, e mesmo ele sabendo que Silvia não podia ver seu rosto vermelho porque, bem, ela era cega, o adolescente olhou para outro canto, tentando esconder seu rosto rubro. - Derek e eu dançamos juntos ontem... - Continuou Stiles em voz baixa, olhando para a ruiva pelo canto dos olhos e a vendo sorrir maliciosa. 

-Então a fantasia deu certo... Interessante. - Ela riu baixo antes de apoiar as mãos na bancada e olhar na direção de Stiles. - Você tem amigas interessantes, senhor Stilinski. Eu estava no supermercado quando eu as encontrei. No mesmo momento eu percebi que elas eram conhecidas de você. É claro que eu tive de me apresentar como sua chefe. Senhorita Martin prometeu passar aqui qualquer outro dia para comprar algumas das minhas ervas raras. Ela é uma grande apreciadora de chás. - Terminou Silvia com um sorriso no rosto ao ouvir Stiles grunhir desanimado. 

-Então foi assim que elas descobriram que eu trabalhava aqui. - Stiles passou as mãos no rosto, cansado com o drama ridículo que sua vida havia se tornado. 

Lydia e Erica ficaram o enchendo o saco por causa de seu trabalho, o perguntando por que ele não havia contado nada a ninguém. Enfim, elas tentaram sussurrar perguntas pra ele, de um jeito discreto, o que obviamente não deu certo. E agora todo mundo sabia que ele estava trabalhando, e por causa disso ficavam o mandando olhares estranhos. Não que ele já não os recebesse, mas os betas pareciam o olhar de uma forma que indicava que eles estavam se sentindo traídos de algum jeito. Como se o segredo sobre sua alquimia já não fosse o bastante. O que Stiles implorou para eles guardarem segredo, não foi brincadeira. 

Bom, Stiles meio que foi ameaçado a dormir o final de semana na mansão, e ele tinha de refazer a runa que ficava lá perto mesmo, então ele teria de avisar seu pai mais tarde que ele passaria sábado e domingo fora de casa.

Aparentemente os betas estavam a ponto de atacar Alice e seu irmão, Steve. Os dois Gondors estavam agindo como se a mansão fosse deles, de acordo com Isaac. Cora tinha desaparecido pra algum lugar que ninguém sabia onde era, mas que se levar em conta as mensagens que ela mandava diariamente para Derek, era um lugar confortável e longe das pessoas. 

-Algo te preocupa. - Apontou Silvia, e Stiles acordou de seus devaneios. Ele voltou a olhar para a ruiva, ela, como sempre estava parecendo ler os pensamentos de Stiles. 

-Eu não sei... Eu acho que alguma coisa vai acontecer esse final de semana. Eu estou com esse mal pressentimento, sabe? - Stiles ficou esperando Silvia vir com algum tipo de resposta divina para seus ainda inexistentes problemas, mas a ruiva apenas continuou olhando em sua direção com o mesmo olhar vago de sempre. 

-Você quer que eu tire as cartas pra você? 

-Nah... Deixa o futuro me surpreender. 

Stiles observou Silvia sorrir mais uma vez antes da mesma tirar uma flanela debaixo do balcão e jogar o pano na cara de Stiles. 

-Eu não te pago pra ficar encarando meu rosto bonito, senhor Stilinski! Vai limpar as prateleiras! - Comandou Silvia apontando a prateleira em questão com um dedo.  

-Senhor, sim senhor! - Stiles bateu continência antes de se apressar para começar a fazer o que era mandado.

Battle CryWhere stories live. Discover now