Capítulo 31

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#FLASH BACK ON

Silvia abriu seu guarda roupas, ouvindo as portas rangerem e tateou o móvel a procura da prateleira mais alta onde haviam algumas caixas com coisas antigas. Ela sentiu o espaço ao lado das caixas e então encaixou o vaso que ela tinha em mãos ali. Depois disso ela fechou o guarda roupas, encostando a mão na porta e sentindo a trava virar antes de voltar seu caminho pela porta e para dentro da loja.

Ela se sentou a cadeira atrás do balcão e cruzou os braços antes de fechar os olhos, sentindo o sono cada vez mais pesado chegando depois de ter tomado os remédios mais cedo.

Depois do que pareceu ser alguns segundos, Silvia voltou a abrir os olhos, e percebeu que estava em pé, com algo em mãos.

Ela tateou o objeto com a mão livre, e descobriu que segurava um regador, e depois de respirar fundo e sentir o cheiro familiar de terra molhada e ervas, concluiu que ela estava dentro da loja.

Silvia esticou um braço para o lado, achando a bancada e percebendo que estava ao lado do caixa. Ela então deu o primeiro passo, e começou a andar pela loja, fazendo o mesmo caminho que ela fazia todos os dias dentro da loja, regando suas plantas e pegando ervas esquecidas em cima das mesas e as voltando aleatoriamente nas prateleiras.

Silvia sabia que estava dentro de um sonho, apesar de nada ruim estar realmente acontecendo. Ela reconhecia a energia e a presença pairando no ar a sua volta. Até porque, não teria como ela não reconhecer a magia de sua própria irmã.

- Irmãzinha... - Veio uma voz gasta a suas costas quando ela estava terminando de regar um dos vasos com plantas. - Nosso tempo está chegando... eu retornarei ao mundo dos vivos, e nós poderemos viver juntas outra vez, como era antigamente.

A ruiva descansou o regador silenciosamente ao lado do vaso e voltou-se para a presença que ela sentia a suas costas.

- Nosso tempo já passou, Elizabeth. Nós precisamos nos desfazer desse desejo de permanecer aqui, e seguir nossos irmãos e irmãs para os braços do Lorde. - Disse Silvia num tom claro e decidido, e sentiu o ar pesar a sua volta, a presença tomando um tom agressivo.

- Eu pensei que nós estivéssemos no mesmo barco, irmãzinha. - Comentou a voz num tom quase curioso, e Silvia engoliu a seco.

- Eu acho que já perdemos tempo demais atrás de uma lenda...

-Você não sabe o que está dizendo.

- A pedra filosofal não existe, você sabe disso, nós já tentamos...

- Não tente proteger sua alma agora, Silvia. Suas mãos também estão sujas. Ou será que você já não se lembra mais? Uma família toda-

- Uma garota sobreviveu!

- Argh! Uma garota! A única sobrevivente do massacre o qual você fez parte! Claudia, não é? Você traiu toda nossa ceita por causa de uma garotinha! O que foi? Você acha que só porque desistiu de a matar no último instante, nosso Lorde irá te receber de braços abertos? Há! Não me faça rir, irmãzinha, você é tão culpada quanto qualquer outro membro de nossa família.

- Eu me arrependi do que fiz, e por isso minha alma está livre.

- Ah por favor, não me faça rir! - A voz mudou de lado, fazendo Silvia se virar para seguir a presença que parecia estar passando a sua volta de forma lenta. - Você se arrependeu. Há! E o quê? Você acha mesmo que só porque você ajudou um pouco o filho da garota a qual você matou a família, irá redimir todos seus pecados? - Elizabeth riu de um jeito zombeteiro. - Coloque-se em seu lugar, cartomante.

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