Keep Holding On

1.1K 76 9
                                    

Olá, eu sou Gwyneth Davis Mattingly, e aqui eu vou contar a história da minha vida torta e quase deprimente.

Primeiro, vamos contar como tudo começou. Quando eu nasci, me chamava apenas Gwyneth Davis, e era filha de pais jovens, apaixonados e dedicados. Meu pais tinham uma pequena padaria em Haverhill (Massachusetss), mas no meu aniversário de 7 anos, eles sofreram um acidente quando voltavam do mercado. Depois disso, por meus dois únicos parentes vivos se recusarem a ficar comigo, fui enviada a um orfanato em Boston. Até tive sorte, pois era um bom lugar, com pessoas acolhedoras que me cuidaram da melhor forma que puderem.

Outro fato engraçado sobre mim, é que eu sou uma garota prodígio, e aos meus 15 anos já estava me formando no ensino médio, e recebendo uma bolsa integral da Universidade de Boston, em medicina. E foi aí que as coisas mudaram. Por ser menor de idade, e sem um lar fixo, tive dificuldade em conseguir me inscrever no curso, mas então de repente, caindo do céu, uma família poderosa e fundadora do maior hospital de Boston, me adotou.

Foi uma mudança brusca. O sr. Mattingly já tinha dois filhos, Nicholas, de 22 anos na época, e Reese, de 18 anos. A mãe dos meninos faleceu muito jovem, então o sr. Carter se casou novamente mais tarde, com Madeline, que por injustiça do destino, não podia ter filhos. Depois de muitos anos, eles resolveram adotar um filho. E é aí que eu entro nessa história.

O sr. Carter Mattingly, vem de uma família que fundou o Mattingly Hospital. Desde que o conheci, ele sempre foi o presidente do hospital, além de cirurgião geral. Foi no hospital que ele conheceu Madeline, que também é medica, da área de pediatria.

Na época que entrei para a família, Nicholas estava começando sua residência em cirurgia neurológica. Ele não me aceitou muito bem, sempre pegava no meu pé. Me lembro dele ser sempre muito fechado, procurava sempre se afastar de mim, não se misturava muito, e era meio quieto, salvo com seu irmão, que era a pessoa que mais tinha acesso a ele. E falando em Reese, você deve estar esperando que eu diga que ele estava ingressando em medicina na época ne? Mas não, Reese foi o único que seguiu um caminho diferente. Ele optou por direito. E diferente de seu irmão, Reese era muito receptivo, e sempre nos demos muito bem.

Bom, depois de ir morar na mansão dos Mattingly's, minha vida mudou completamente. Tive muitas oportunidades maravilhosas, e sou muito grata por isso.

Depois de ingressar na faculdade, estudei e aprendi muito rápido. Claro que não me dava bem com as pessoas, afinal, ninguém queria uma pirralha adolescente que sabia tudo numa sala cheia de adultos. Por isso sempre estive bastante sozinha. Quando eu estava no terceiro ano de faculdade, Nicholas se mudou para Alemanha, onde recebeu uma ótima proposta de trabalho.

Agora, com 25 anos, depois de terminar a faculdade e a residência em Cirurgia de Trauma, cá estou eu, chefe de trauma no Mattingly Hospital, responsável pela emergência do hospital.

Você deve se perguntar o que aconteceu nesse meio tempo. Bom, Nicholas veio apenas algumas vezes nesses 7 anos que esteve fora, Reese é o chefe da equipe de advogados do hospital. Meus "pais" seguem da mesma forma, e tudo vai bem.

Senti meu telefone vibrar no jaleco. Era Reese me ligando pela segunda vez:

- Fala meu amado!

- Vamos sair jantar hoje? Tenho uma surpresa – ele falou num tom de animação.

- Vamos ver, se não chegar um trauma até o final do meu plantão, vamos. Qual a minha surpresa? -  respondi com carinho.

- Eu disse que era pra você? Só falei que é uma surpresa. E por favor Gwy, Aprenda a passar seus pacientes pros outros médicos. Você tem que vir hoje, sem desculpa. Te mando o endereço, tchau! -  e ele desligou sem eu ter tempo de responder. Ri em pensamentos, como podemos nos dar tão bem, sendo tão diferentes.

Fui até a recepção da emergência para olhar no quadro se teríamos mais traumas chegando, mas estava quase vazio.

- Já está terminando seu plantão, Davis? – disse uma voz atrás de mim, mas eu já sabia quem era.

- Se alguém te pegar me chamando assim, vai levar uma chamada, sabe muito bem que aqui é Dra. Mattingly – falei sorrindo enquanto me virava. La estava Jonah Barry, cirurgião de trauma também, além de dolorosamente lindo e gentil.

- Tem razão, Davis é só pra mim – ele respondeu com um sorriso cafajeste. Se eu não soubesse que ele é assim com todas as enfermeiras e medicas desse hospital, teria ficado corada.

- Você sonha alto querido – passei por ele dando um tapinha em seu ombro -  toma conta da minha emergência.

- Por você, qualquer coisa doutora – ele riu e foi para as pilhas de prontuários.

Me encaminhei para meu consultório, mas no caminho pedi para meus residentes acompanharem meus pós operatórios.

Olhei meu telefone, e tinha uma mensagem de Reese, dizendo que deveria estar no restaurante em 45 minutos, e que Madeline e Carter também estariam lá.

Tomei um banho rápido no banheiro do consultório e vesti uma calça apertada, uma bota de salto e uma blusa de manga comprida. Soltei meu cabelo e me enrolei no meu cachecol, fazia frio lá fora. Coloquei minha jaqueta e fui para o estacionamento.

Peguei rapidamente meu celular e vi que ainda tinha alguns minutos. Entrei no meu carro e fui para o restaurante. Não era longe do hospital, o que facilitou, pois estava com medo de dormir no volante.

Assim que cheguei fui entrando no restaurante, pois realmente estava muito frio lá fora.

- A senhorita tem reserva? – perguntou a moça da recepção.

- Ah, eu acho que está no nome do meu irmão, Reese Mattingly.

- Ah, claro, venha comigo por favor.

De longe já avistei Reese balançando os braços pra mim. Nossos pais estavam lá também. E havia mais alguém de costas pra mim, que eu não poderia dizer quem era.

Me aproximei, já dando boa noite, e levei um susto quando o rapaz de costas se virou para me olhar.

- Boa noite Gwyneth – disse Nicholas.

DESTINADOSWhere stories live. Discover now