Kiss

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Depois da cirurgia com Nicholas, ainda estive mais 2 vezes no centro cirúrgico cuidando de outros traumas. Agora estava indo almoçar. Assim que peguei minha comida, olhei em volta do refeitório e vi Jonah acenando para sentar-me com ele, e na mesma mesa estavam Nick e Margarett, uma enfermeira gostosa que estava no sonho de todos os caras do hospital. Fui me sentar com eles.

- Oi Gwy – Jonah disse animado, reparei no olhar confuso de Nicholas - chamei seu irmão pra comer com a gente.

- Oi pessoal, tudo certo? – ignorei a parte de Jonah chamar Nicholas de meu irmão.

- Tudo bem doutora, estávamos falando de como o doutor Nicholas é corajoso em receber pacientes desenganados no seu novo projeto – a voz de Margarett escorria mel, ela estava flertando fortemente, e eu me sentir estranhamente irritada, aparentemente, o cansaço estava mudando meu humor.

- Corajoso? Não precisa exagerar Megg – olhei pra Nick consternada, quanta intimidade,

- O que vai fazer hoje depois do trabalho, Gwy? – Jonah mudou o assunto rapidamente.

- Tenho um jantar em família – respondi, dando uma mordida no meu sanduiche.

- Ia te chamar pra sair, mas então deixamos pra próxima – ele falou e deu uma piscadinha. Desviei meu olhar e acabei encontrando um Nicholas sério.

- Você também vai Nick? – sinceramente, essa menina ia ter hiperglicemia, com tanto doce na voz.

- Sim, na verdade vamos jantar com Reese. Mas podemos sair outro dia essa semana, Megg – notei que Nicholas ainda me encarava.

Ok, isso estava estranho já. Me levantei rapidamente.

- Foi ótimo almoçar com vocês, mas tenho ronda agora, até mais – me virei e sai rapidamente.

O resto da tarde passou rápido, e assim que acabei meu plantão, fui pra casa me arrumar para o jantar.

Tomei um banho longo, enrolei uma toalha no cabelo e uma no corpo e fui procurar uma roupa, então ouvi uma batida. Abri uma fresta da minha porta e vi Reese.

- O que quer? – perguntei.

-Só queria avisar que já estou indo, então de uma carona para Nick, ele ainda não arrumou um carro – falou revirando os olhos.

- Está bem, mas só porque estou curiosa pra saber quem é a sortuda que está namorando meu irmão. – ele riu e se foi.

Encontrei um vestido longo florido, coloquei uma sandália de salto fino preta. Sequei os cabelos, prendi a franja e fiz uma maquiagem leve. Peguei um casaco, e minha bolsa e desci as escadas.

Nicholas estava me esperando, e estava muito bonito. Assim que me viu, ficou em pé e disse com uma voz rouca de arrepiar:

- Você está linda.

- Obrigada – falei corando. Joguei as chaves pra ele – você dirige, ou meus saltos vão fazer a gente sofrer um acidente.

Ele riu e fomos pro carro. Era estranho, porque eu me sentia quase sufocada com ele. Por mais que eu não quisesse admitir, eu estava sentindo uma atração intensa pela droga do meu irmão adotivo, e isso fazia minha mente ficar nebulosa. Olhei pra ele com as mãos no volante, e notei como a jaqueta ficava agarrada aos ombros e braço dele. A calça colada não facilitava nada.

- Quer um paninho? Pra limpar a baba – ele perguntou rindo.

Retomei minha consciência, e ainda olhando pra ele, falei confusa:

- O-o que?

- Você não para de me encarar, então presumi que estivesse hipnotizada com a vista – ele continuava rindo, e eu senti meu rosto esquentar de vergonha.

- Não é na-nada disso – falei com muito custo.

-Só estou brincando – ele levou a mão até meu joelho e apertou de leve, fazendo meu corpo todo arrepiar, se ele notou isso, não falou nada.

Chegamos ao restaurante, e fomos até nossa mesa ainda em silencio, mas chegando fiquei perplexa:

- Dra. Sarah? – a cardiologista estava sentada ao lado de Reese – o que a senhorita faz aqui? – perguntei, abraçando ela, enquanto ela se desfazia em seu riso simpático.

- Francamente Gwyneth, para uma garota prodígio, você é muito lenta. A Sarah é minha namorada – Reese falou enquanto eu e Nick nos sentávamos.

- Então eu acertei – disse Nicholas sorrindo.

-Acertou o que? – perguntou Sarah, com sua voz amável de sempre.

- Nicholas disse que a namorada de Reese era uma medica do hospital – falei segurando o riso.

O Jantar foi ótimo, e eu tirei a noite para beber, com a promessa de que Nick seria o motorista da rodada.

Sarah Chamber é a cardiologista do hospital, e ela é maravilhosa, sempre nos demos muito bem, e aparentemente agora além de colega de trabalho, ela seria uma amiga.

Sarah também estava bebendo, e rapidamente ficamos altas.

- Se vocês não fossem irmãos, dariam um ótimo casal – ela falou com a voz arrastada, apontando para mim e Nick, e tudo o que eu conseguia fazer era rir.

- Não seja boba amor, ela só é minha irmã, e não do Nick – Reese falou tranquilamente, me fazendo ficar confusa. O vinho não me deixava pensar direito.

- Não seja estupido Reese – Nicholas falou, e ele parecia incomodado – ela não é nossa irmã, ela é adota pela Madeline, e só.

Senti como um tapa na cara, fazendo clarear minha mente. Observei o casal ficar chocado com as palavras.

- Sinto muito se te incomoda minha presença na família Nicholas, acredite, se eu pudesse escolher, não estaria estragando sua vida. – me levantei, e cambaleando peguei minha bolsa – eu já vou. Obrigada pelo jantar, e Sarah, estou feliz que você está com Reese, ele é um doce, cuide dele, boa noite – falei tudo sem parar para respirar, me virei e sai, sentindo as lagrimas queimarem meus olhos, e ouvindo Reese brigar com Nick. Que idiota eu sou, Nicholas continua sendo o mesmo babaca.

Assim que sai do restaurante, as lagrimas rolavam e eu tentava respirar pra me acalmar. Lembrei que minhas chaves estavam com Nicholas, então caminhei rapidamente em busca de um ponto de taxi, virei a esquina, e ouvi alguém correndo atrás de mim.

- Mas que droga Gwyneth, espere. – era Nicholas. Parei e me virei.

- Me deixe em paz, é cruel pisar nas pessoas assim – gritei pra ele.

- Me desculpe, eu não quis te magoar. Só queria esclarecer que nunca te vi como irmã – ele falou com a voz baixa.

- Bom, adivinhe, você deixou bem claro, agora se manda daqui – falei me sentindo ferida.

- Sua idiota, você não entende – ele falou, e eu o olhei chocada com a audácia de me chamar de idiota.

Com o álcool correndo em mim, dei-lhe um tapa na cara, que fez minha mão queimar.

Ele me olhou perplexo.

- Nunca mais me chame de idiota.

Então ele fez a última coisa que eu esperava na terra.

Ele me beijou.



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