I love you

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NICHOLAS NARRANDO

Sabia que Gwyneth estava com Sarah em um bar, Reese havia me avisado, mas já estava ficando louco de preocupação.

Exatamente 22h30, ela entrou pela porta, completamente bêbada, tropeçou em uma mesinha.

- Ops – ela falou rindo. Mas quando me viu levantar pra ir em sua direção, o sorriso sumiu. Seus olhos estavam inchados de chorar, e meu coração se partiu ao vê-la assim –Aí está você. Onde está sua namorada bonitona?

- Precisamos conversar Gwy, quero te explicar o que aconteceu – falei.

- Não quero. Vou tomar banho – e novamente ela tropeçou, dessa vez caindo no chão. Mas pra ela tudo parecia engraçado.

Peguei ela no colo e subi as escadas. Levei ela pro banheiro do quarto e sentei ela no vaso.

Tirei minha camiseta, e depois tirei as roupas dela. Liguei o chuveiro no morno, e coloquei ela embaixo, segurando-a para não escorregar.

Ela me olhou nos olhos, e lentamente se aproximou. Me deu um beijo casto nos lábios, e começou a chorar. Aquilo foi o fim pra mim. Abracei ela e entrei embaixo do chuveiro também.

- Você é um idiota. Eu sou uma gênia, a garota prodígio, dona de uma mente brilhante. Não devia ter me magoado – ela soluçava enquanto chorava no meu peito.

- Eu sei amor, desculpe. – falei acariciando seus cabelos molhados.

- Achei que você me amasse – ela sussurrou, mas consegui escutar.

Afastei ela um pouco, segurei seu rosto inchado entre minhas mãos, e falei olhando em seus olhos:

- Eu te amo Gwyneth. Eu não menti pra você. Amanhã quando estiver sóbria, vou te explicar.

- Eu fiquei arrasada. Me senti rejeitada de novo. Me lembrei do orfanato – ela chorava novamente, tão bêbada que mal mantinha os olhos abertos. O desespero era evidente em sua voz, o que só tornava a minha dor maior.

Terminei de dar banho nela. Sequei nós dois e vesti um pijama nela. Coloquei uma bermuda e deitei com ela em sua cama. Ela se encaixou em meus braços.

- Eu te amo Nicholas – ela falou, e adormeceu.

GWYNETH NARRANDO

Abri os olhos lentamente, sentindo uma dor intensa na cabeça. Agora já não sabia se era o sangramento no cérebro ou os milhares de drinks que havia tomado.

Peguei meu celular e vi que já eram 10h37, então levantei pra tomar um banho, pois as 12h eu entrava em plantão. Quando entrei debaixo do chuveiro, me lembrei de alguns flashes da noite anterior, inclusive Nicholas dizendo que me amava.

Senti novamente a tristeza inundar meu coração. Sabia que uma hora teria que encará-lo, mas ainda não estava preparada. Respirei fundo, e decidi que hoje seria um dia melhor.

Vesti uma calca jeans, uma blusa e um tênis, peguei minha bolsa e sai de casa. Não queria esperar pra ver se alguém estava em casa. A caminho do hospital, comprei um café forte.

Assim que bati meu ponto, já recebi uma ligação de um trauma chegando. Deixei minhas coisas em minha sala, vesti meu jaleco e corri pra emergência.

- Qual o caso? – perguntei a um residente.

- Garota de aproximadamente 12 anos, acidente de carro. Os pais morreram no local. Foi entubada no caminho– responderam.

Senti o mundo girar. Quase me podia ver nessa situação. Tomei folego, e comecei meus procedimentos.

- Quero uma tomografia e uma... – não terminei de falar, os aparelhos começaram a apitar, ela estava com parada cardíaca. Pulei pro lado e comecei as compressões de massagem cardíaca – 10 de epinefrina, me deem o desfibrilador. Carga em 150. Um... dois... três... afasta – gritei. Olhei o monitor, e nenhuma reação – carga em 200. Um... dois... três... afasta!

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