Revelações

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Bati na porta e esperei. Demorei 3 dias pra tomar a coragem necessária, mas agora eu estava ali, e não tinha mais volta.

- Entre – Carter disse do outro lado.

Abri a porta de seu escritório no hospital e fui de encontro a ele, que estava sentado no sofá.

- Olá papai – dei-lhe um beijo e me sentei ao seu lado.

- A que devo a honra da visita da minha filha? – ele perguntou sorrindo.

- Pai, precisamos conversar – respondi, olhando para minhas mãos que agora estavam muito frias.

- Estou ouvindo – respondeu.

Olhei pra ele, e respirei fundo.

- Estou gravida – comuniquei. Ele me olhava sem expressão nenhuma, esperando que eu continuasse, e então eu o fiz – e eu sinto muito por isso. Eu nunca quis desrespeitar sua família ou os cuidados que vocês tiveram comigo. Eu sou muito grata por todas as oportunidades que você me deu. Eu tenho muito respeito pelo senhor. Por favor me desculpe – respirei fundo mais uma vez e falei - O filho é de Nicholas.

Olhei bem para notar sua expressão, mas ele continuava sem demonstrar nenhuma emoção. Meu coração parecia que sairia pela minha boca a qualquer momento.

- Pai, me desculpe, por favor. Eu nunca quis sujar o nome da sua família. O que eu fiz foi errado, e estou disposta a arcar com as consequências – sentia as lagrimas se formando nos meus olhos, e ficava cada vez mais difícil falar – Vou ter esse filho longe daqui, e sei que vai ser um abuso da minha parte, mas queria saber se poderia conseguir uma transferência minha para o Canadá. Eu não tenho intenção nenhuma de manchar o nome do hospital. Ninguém saberá de nada, eu prometo ao senhor.

Ele finalmente abriu a boca, demonstrando estar chocado. Então respirou fundo e respondeu:

- Gwyneth, você realmente acredita que eu permitiria que você criasse meu neto longe de mim? – e foi então que eu vi magoa em seu olhar, isso me fez quebrar, e comecei a chorar – Você acha que eu não via como você se sentia próxima de Nicholas? Ainda mais depois que Verena chegou. Eu via a dor em seus olhos todos os dias no café da manhã. E sua mãe perguntando sobre o que eu achava de irmãos adotivos em um relacionamento foi sem dúvida tudo o que faltava pra eu confirmar minha especulação.

Parecia que eu tinha levado um tapa da realidade. Minha mãe estava tentando me ajudar. Meu pai via meu sofrimento. E eu sempre achei que ele se mantinha distante de mim porque não me queria. Mas agora estava ali dizendo que não queria seu neto longe. Eu sentia que engasgaria com as lagrimas a qualquer momento.

Me ajoelhei em sua frente, apoiei minha cabeça em seu colo e falei outra vez:

- Me desculpe papai. Me desculpe por essa vergonha.

- Não vou mentir, no começo me decepcionei, mas eu sei como é amar muito uma pessoa e perde-la. Eu nunca faria meus filhos passarem por isso – ele acariciava meu cabelo com uma mão – Mas Gwyneth, um filho é responsabilidade demais. E não se esqueça que Verena também está gravida do mesmo homem. Mas saiba que você não tem a permissão para ir embora – sua voz começava a falhar. Ele me puxou pro sofá de novo e me abraçou.

Naquele abraço chorei todos meus medos, frustrações e tristezas, com ele sempre falando que ia ficar tudo bem.

Depois de um tempo assim, ele finalmente me soltou e falou:

- Filha, vamos apenas lidar com as coisas como acontecerem. Um problema de cada vez. Você precisa falar com Verena e Nicholas agora.

- Não sei se posso lidar com ela – murmurei constrangida, mas ainda decidida a não contar sobre a ameaça.

- Se você me permitir, vou falar com ele primeiro. Preciso saber o que Nicholas pretende. Só assim vamos conseguir controlar uma possível crise no hospital – falou, e eu concordei. Era demais para eu lidar no momento.

Me levantei, pedi desculpas novamente e informei que voltaria ao trabalho.

- Só mais uma coisa Gwyneth – já estava na porta, mas me virei para ele – faça uma consulta, gostaria de saber como meu neto está. E conte logo para sua mãe.

- Sim pai – concordei sentindo meu coração queimar de amor.

Liguei para Reese no caminho e pedi para ele me encontrar no centro obstétrico.

Fiz minha primeira consulta, e a obstetra disse que eu estava de 9 semanas, e que eu precisava ter muito cuidado no primeiro trimestre. Mas eu já sabia como isso funcionava.

Esperei por Reese na recepção.

- Desculpe a demora – falou me abraçando.

- Tudo bem. Vamos conversando no caminho, preciso ir para a emergência. – respondi enquanto o puxava para voltar pro elevador.

- O que aconteceu? – como sempre, Reese era direto.

- Tenho duas informações. Primeiro, preciso que investigue a Verena. Acho que ela está escondendo algo – Reese arregalou os olhos enquanto eu falava – ela descobriu sobre mim e Nicholas, e ameaçou a contar tudo pra imprensa caso eu não me afastasse.

- Vou investigar até os bisavós da desgraçada – Reese falou com convicção.

- Tem mais uma coisa. Estou gravida – menos um pra contar agora.

- O que? – vi a raiva deixar seus olhos, dando lugar para surpresa e admiração – gravida do Nicholas?

- Não, gravida de uma porta, mocorongo! Obvio que é dele – respondi irritada.

- Desculpe, é que... Uau. Papai vai surtar – falou colocando a mão no meu ombro.

- Ele já sabe – respondi enquanto saiamos do elevador caminhando em direção a emergência.

- Meu Deus, como assim? Eu sou sempre o último a saber de tudo – Reese falava frustrado, o que me fez rir.

- Mais tarde te conto os detalhes. Faça aquilo que te pedi.

- Tudo bem. Você paga o jantar – então Reese se foi.

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Oi meus brilhos.
Mais um capítulo pra vocês. Agora o negócio vai esquentar!

Não se esqueçam de votar. Obrigada a todos que estão dedicando seu tempo pra ler minha estória. Isso é muito importante.

Se cuidem e lavem bem as mãos. Não esqueçam, fiquem em casa!

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