Coração acelerado

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Três semanas se passaram desde o dia que Nicholas chegou em Boston, ele já estava trabalhando e havia sido eleito o novo diretor do hospital. Além de tudo, Nicholas tinha uma espécie de projeto, estava aceitando casos de tumores cerebrais inoperáveis para outros cirurgiões, mas que ele insistia ser capaz de fazer a maioria. Claro que isso gerou um enorme burburinho no hospital, sem contar que os grupos de WhatsApp só falavam dele, e as mulheres caidinhas no charme do neurocirurgião sexy.

Era domingo de tarde, e eu estava dando entrada no meu plantão e batendo meu ponto.

- Boa tarde doutora, trauma chegando em 5 minutos – Chris, a recepcionista da emergência falou afobada.

- Ótimo domingo para nós – dei risada, e corri colocar o avental amarelo de trauma, que usamos por cima do jaleco, pra não nos sujarmos com sangue. – Me passe um par de luvas por favor- pedi enquanto esterilizava as mãos com álcool em gel. Coloquei minhas luvas e corri pra entrada da emergência. Já podia ver a ambulância virando a esquina.

Os paramédicos pularam pra fora e puxaram a maca já me informando o caso:

- Tyler Jones, 43 anos, testemunhas disseram que ele acelerou o carro indo diretamente para um caminhão, está com o abdômen rígido, inconsciente, teve parada respiratória e entubamos a caminho do hospital.

- Mais algum ferido? Ele tentou se matar? Vamos para a sala de trauma 2 – falei rapidamente.

- Dois outros feridos estão a caminho. Não sei dizer, ele estava sozinho no carro – falou o paramédico,

- Obrigada, assumimos daqui. Quero uma Tomografia e uma ressonância pra ontem, controlem a pressão sanguínea, preparem uma sala de cirurgia, e chamem o doutor Berry para.. – comecei a mandar meus residentes, mas Jonah me cortou

- Já estou aqui doutora, pode subir com seu paciente.

Nem esperei pra agradecer, corri com ele pra tomografia. Assim que estava com os exames, entendi exatamente o que havia acontecido.

- Vamos pra sala de cirurgia, chame o dr. Nicholas Mattingly, o paciente tem um aneurisma que estourou, se ele demorar muito o cérebro vai herniar. VAMOS PESSOAL! – falei apressada.

Já estava me lavando quando Nicholas chegou e começou a se lavar.

- Vi a tomografia no caminho, temos que fazer uma craniotomia agora, senão ele vai morrer.

- Eu já imaginava, vou te auxiliar, assim que você terminar vou abrir ele, está com um sangramento no fígado e o baço rompeu – falei, entrando na sala com ele atrás de mim. Vestimos nossas roupas esterilizadas.

- Ok pessoal, vamos lá – Nick deu início ao procedimento. Ficamos em silencio quase a cirurgia toda, mas quando estávamos próximos de terminar ele perguntou – Quando termina seu plantão?

- Hum, amanhã as 4 da tarde, porque? – respondi intrigada.

- Curiosidade. Vamos jantar, o que acha? Reese quer nos apresentar a namorada - ele falou casualmente. Por um momento meu coração errou uma batida achando que ele queria jantar apenas comigo. Não sei porque venho me sentindo assim ultimamente.

- Claro, quem será vai ser a garota da vez... – comentei tranquilamente.

- Aposto que é do hospital – olhei pra ele imaginando se estava certo.

- Com certeza ele é maluco por namorar uma medica – falei simplesmente.

- Porque você acha isso? – notei a curiosidade em sua voz.

- Nós nunca temos tempo pra nada, estamos trancafiados em salas de cirurgia vendo a vida passar – dei uma risadinha.

- Tem toda razão doutora, acho que médicos devem namorar entre si e deixar pessoas comuns livres –dessa vez ele olhava pra mim, e senti um frio correndo na espinha – acabei aqui, Gwyneth, se precisar de mim, só chamar. Boa cirurgia – ele piscou pra mim com aqueles olhos tão sexys.

Respirei fundo, me concentrei novamente:

- Ok, vamos lá, tudo preparado para a esplenectomia? – esperei eles confirmarem, e comecei – Bisturi por favor.

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