16 Entre sonhos e a dura realidade

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Luca

Estacionei em frente a casa e vi que Giacomo já havia voltado pela movimentação dentro do bangalô.

Ela desceu da moto parando ao meu lado.

— Você quer...

— Não, agora não posso, só vou guardar minha medicação e ir embora. Vai ter o resto do dia para se preparar para encontrar Pietro.

Desci tirando a sacola do bolso e passando por ela, coloquei meu estoque dentro do armário, notando que ele estava abastecido. Ela entrou e parou perto de mim, colocando o celular sobre a mesa.

— Vai voltar antes que eu vá?

Balancei a cabeça negativamente
— Não, vai ficar com Giacomo, e por favor, não esqueça o celular aqui, ele é a única chance de eu te encontrar se algo acontecer.

Ela assentiu.

— Boa sorte essa noite, se é que precisa disso.

Falei e saí pela porta dando um aceno para Giacomo. Subi na moto e parti para casa. Entrei pela garagem e subi as escadas, estava louco de cansaço apesar de ter dormido algumas horas. Mesmo assim, queria o silêncio de meu quarto depois de tudo.

Caminhei apressadamente pelo corredor, e abri a porta de meu quarto, mas parei na porta, espantado. A mulher loira sentada em minha cama mantinha a cabeça baixa, escondida entre as mãos, olhei para fora e não havia movimento algum na casa além dela ali.

Ela levantou a cabeça, os olhos claros totalmente vermelhos e inchados davam a dimensão de seu desespero.

Fechei a porta atrás de mim, e me aproximei.

— Laura... O que está fazendo aqui? O que foi que aconteceu?

Ela tentou juntar fôlego para parar de chorar e me encarou tomando coragem para começar a falar. — Rafaella disse que... Disse que eu vou...

Passei a língua pelos lábios irritado e a abracei — Fique calma, eu estou seguindo uma pista de Enrico, eu vou encontrá-lo.

Ela se virou para mim, e sua barriga já estava enorme, olhei desapontado para a situação daquele mulher, a situação em que ele a colocara.

— Acho que seu irmão já está longe da Itália, ele me disse que havia conhecido uma mulher... Disse que estava pensando em deixar tudo por ela.

Balancei a cabeça negativamente
— Não... Não Laura, Enrico gosta de aventuras, mas não abriria mão do dinheiro de meu pai, ele não levou nada, o cofre do quarto ainda está cheio. Nem os cartões ou as contas tiveram movimentações, ele não pode ter ido muito longe, e eu vou descobrir aonde ele está.

— Ou vai ter que assumir o lugar dele... Foi o que Rafaella me disse.

A soltei, mantendo certa distância. — Não... Você já sofreu o suficiente sendo fachada de um de nós. Nunca a colocaria nessa posição, Laura.

— Desconfio que seu pai queira isso mais do que quer Enrico de volta. Ele precisava de um pretexto para te trazer até aqui... E conseguiu.

Arregalei os olhos engolindo em seco  — Acha que meu pai está envolvido? Acha que ele... Mas não faz sentido, meu pai me odeia, todos nessa cidade sabem disso!

— Não odeia, Luca, seu pai não deveria ser motivo de sua preocupação. Se alguém te odeia de verdade nessa família, é o seu irmão.

Fechei os olhos sem acreditar em como aquela conversa estava ficando cada vez mais louca. Tentei abstrair daquilo, ela estava frágil, não devia estar pensando direito.

Infame Where stories live. Discover now