Bea
Esperei com Gi até os sons do lado de fora se acalmarem, estava louca para ir para casa, e fazer as malas, sair da Itália com ele, ir embora, ou... Não sei, a angústia apertava meu peito e eu só queria ter minha boca na dele para me sentir viva outra vez.
Meu celular começou a tocar.
Mesmo sem a menor vontade atendi.
⸻ Pietro? Como estão as coisas? Já acabou?
⸻ Bella... Eu... Segui o desgraçado do Ettore até o bangalô...
Meu coração errou um batida e tive que me apoiar. ⸻ O que? Como assim? Como Ettore conseguiu escapar?
⸻ Ele se aproveitou quando a polícia chegou, entrou em um carro e eu o segui. Ele estava discutindo com Luca quando cheguei lá...
Comecei a chorar e Gi me segurou. ⸻ Pietro... Me diz que o Luca está bem, por favor! Cadê ele?
⸻ Eu não sei, eu atirei no pai dele, mas tive que fugir, a polícia estava chegando...
Arregalei os olhos ⸻ Está me dizendo que deixou o Luca lá sem saber se ele está bem ou não?
⸻ Bella, eu atirei no homem mais poderoso do sul da Itália, acha que eu ficaria lá esperando a polícia me levar? Além disso, não sou babá do seu Donatti.
Levei as mãos a cabeça ⸻ Meu Deus, Meus Deus, Gi temos que ir, temos que ir agora!
Joguei o celular para o lado e puxei Giacomo com uma força que eu nem sabia que tinha, chegamos na moto, ele tomou lugar e subi na garupa para irmos o mais rápido possível.
Mesmo contornando as passagens onde a confusão acontecera, ainda víamos pelo caminho, uma grande movimentação de policiais, havia gente ferida sendo atendida, e eu nem queria olhar para mais nada ali.
Chegamos a praia e havia somente um carro de polícia iluminando algo na areia.
Corri o mais depressa que eu pude, os quatro policiais mantinham distância, olhando de longe. Nem sequer olhei para eles quando tentei passar, e fui agarrada por um deles.
⸻ Você não pode passar, estamos esperando a ambulância.
Dei uma cotovelada nas costelas do que me segurava, eram muito jovens, eu duvidava que eles sequer sobessem o que havia acontecido. Me debati, e consegui escapar para chegar ao lugar.
Quase desabei quando vi o rosto do Luca, um filete de sangue descia por sua boca machucada e o corpo de seu pai lhe cobria quase todo o abdômen.
Sem pensar, empurrei o corpo de Ettore de cima dele, e na mesma hora, percebi a movimentação de seu peito, como se ele estivesse finalmente soltando o ar.
Havia manchas de sangue em sua camisa, a abri em desespero vendo os machucados, pequenos furos.
⸻ Luca... Luca meu amor, por favor, fala comigo, fala comigo! Gi! Gi, chame a Isis, chame alguém, por favor!
Ele já estava com o celular no ouvido, olhei para o lado, vendo que o velho maldito também estava vivo.
Segurei o rosto de Luca, tentando sentir a pulsação do pescoço. Ele não estava sangrando, apesar dos machucados, e aquilo não era bom.
Alguns minutos depois, uma ambulância chegou, e Isis estava nela, ela começou a examinar Luca enquanto reanimavam Ettore, ela mandou que o levassem para o hospital, e entrei em choque.
⸻ Por que deixou que levassem aquele homem?! Luca precisa de ajuda!
Ela me encarou ⸻ Ele vai ficar bem, Beatriz. São ferimentos superficiais, as balas atravessaram o corpo do pai dele, mas o feriram de leve.
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Infame
Romance(+18) Beatriz e sua melhor amiga vivem uma vida nômade, sobrevivendo de cidade em cidade dando golpes em homens ricos por onde passam. Porém ao chegar ao sul da Itália sua amiga desparece, deixando poucas pistas para seguir Luca é o mais jovem e dis...