39 Um novo final

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Bea

Esperei com Gi até os sons do lado de fora se acalmarem, estava louca para ir para casa, e fazer as malas, sair da Itália com ele, ir embora, ou... Não sei, a angústia apertava meu peito e eu só queria ter minha boca na dele para me sentir viva outra vez.

Meu celular começou a tocar.

Mesmo sem a menor vontade atendi.

⸻ Pietro? Como estão as coisas? Já acabou?

⸻ Bella... Eu... Segui o desgraçado do Ettore até o bangalô...

Meu coração errou um batida e tive que me apoiar. ⸻ O que? Como assim? Como Ettore conseguiu escapar?

⸻ Ele se aproveitou quando a polícia chegou, entrou em um carro e eu o segui. Ele estava discutindo com Luca quando cheguei lá...

Comecei a chorar e Gi me segurou. ⸻ Pietro... Me diz que o Luca está bem, por favor! Cadê ele?

⸻ Eu não sei, eu atirei no pai dele, mas tive que fugir, a polícia estava chegando...

Arregalei os olhos ⸻ Está me dizendo que deixou o Luca lá sem saber se ele está bem ou não?

⸻ Bella, eu atirei no homem mais poderoso do sul da Itália, acha que eu ficaria lá esperando a polícia me levar? Além disso, não sou babá do seu Donatti.

Levei as mãos a cabeça ⸻ Meu Deus, Meus Deus, Gi temos que ir, temos que ir agora!

Joguei o celular para o lado e puxei Giacomo com uma força que eu nem sabia que tinha, chegamos na moto, ele tomou lugar e subi na garupa para irmos o mais rápido possível.

Mesmo contornando as passagens onde a confusão acontecera, ainda víamos pelo caminho, uma grande movimentação de policiais, havia gente ferida sendo atendida, e eu nem queria olhar para mais nada ali.

Chegamos a praia e havia somente um carro de polícia iluminando algo na areia.

Corri o mais depressa que eu pude, os quatro policiais mantinham distância, olhando de longe. Nem sequer olhei para eles quando tentei passar, e fui agarrada por um deles.

⸻ Você não pode passar, estamos esperando a ambulância.

Dei uma cotovelada nas costelas do que me segurava, eram muito jovens, eu duvidava que eles sequer sobessem o que havia acontecido. Me debati,  e consegui escapar para chegar ao lugar.

Quase desabei quando vi o rosto do Luca, um filete de sangue descia por sua boca machucada e o corpo de seu pai lhe cobria quase todo o abdômen.

Sem pensar, empurrei o corpo de Ettore de cima dele, e na mesma hora, percebi a movimentação de seu peito, como se ele estivesse finalmente soltando o ar.

Havia manchas de sangue em sua camisa, a abri em desespero vendo os machucados, pequenos furos.

⸻ Luca... Luca meu amor, por favor, fala comigo, fala comigo! Gi! Gi, chame a Isis, chame alguém, por favor!

Ele já estava com o celular no ouvido, olhei para o lado, vendo que o velho maldito também estava vivo.

Segurei o rosto de Luca, tentando sentir a pulsação do pescoço. Ele não estava sangrando, apesar dos machucados, e aquilo não era bom.

Alguns minutos depois, uma ambulância chegou, e Isis estava nela, ela começou a examinar Luca enquanto reanimavam Ettore, ela mandou que o levassem para o hospital, e entrei em choque.

⸻ Por que deixou que levassem aquele homem?! Luca precisa de ajuda!

Ela me encarou ⸻ Ele vai ficar bem, Beatriz. São ferimentos superficiais, as balas atravessaram o corpo do pai dele, mas o feriram de leve.

Infame Where stories live. Discover now