Behind The Spotlight (Larry Stylinson)

11. A discussão

A rotina de Louis era algo que o deixava dividido.

Ele amava cozinhar em todas aquelas manhãs e mal via o tempo passar, mas ao mesmo tempo odiava ficar perto de Harry e ter de conviver com o ator esnobe.

Apesar de Styles não estar agindo de uma forma tão repugnante naqueles dias, Louis sabia que não podia confiar no mesmo, pois a qualquer momento poderia ser humilhado pelo ator.

Harry até mesmo tinha dado a Louis um pager, um dispositivo antigo que pudesse se comunicar com ele, já que Louis se recusava a ficar com o celular por perto, pois se distraía no preparo das refeições.

É claro que Louis entendeu que Harry só queria encher sua paciência ao ficar mandando mensagens inúteis.

Em algumas manhãs, Harry mal acordava e já mandava para Louis, que estava na cozinha preparando a refeição, um pedido para que o cozinheiro desenhasse em seu cappuccino "a bela face" do ator, pois, segundo ele, Louis ficaria ainda mais apaixonado.

Além disso, o que deixava Louis dividido, era o fato das conversas com Sam no fim da tarde se tornarem cada vez mais tensas. Louis ficava animado com o trabalho, mas sempre havia a obrigação de contar tudo o que via e ouvia na mansão Styles.

Não falar sobre sua própria experiência e notar que nem mesmo Sam se importava com isso o deixava cada vez mais frustrado, tornando Louis mais resistente a dizer o que sabia.

Sam percebia isso, tanto que parecia cada vez mais nervoso. E isso deixava a relação dos dois pior, mais fragilizada, visto que não agradava Louis a postura utilizada por Sam para demandar por mais informações.

E tudo aquilo foi se acumulando, como uma grande bola de neve, até o momento em que Louis se negou a dar as informações. Os dois estavam na sala, em pé, um de frente para o outro, e Sam mal tinha chegado em casa. Foi Louis quem teve coragem de dizer que não comentaria nada mais a respeito das pessoas para quem trabalha.

"Como?"

Sam não pareceu acreditar. Ele quase riu, achando que era algum tipo de piada, mas, ao ver Louis demonstrando extrema seriedade, interrompeu o gesto.

"Eu não me sinto confortável com isso. Aquelas pessoas confiam em mim e eu as estou traindo. Dane-se Harry, eu não me importo com ele, se é isso que te preocupa, mas eu gosto de Anne e Gemma. Elas são boas comigo... Além disso, eu não gosto da forma como tudo está se dando entre nós ultimamente. As nossas conversas se tornaram um interrogatório."

Sam inspirou e apoiou uma das mãos na cintura.

"É importante que eu saiba dessas coisas, Louis. Ou... Ou Harry te persuadiu do contrário?"

"Não, ele não fez isso. Eu estou falando o que eu sinto. Por que tudo precisa se voltar para Harry agora? Escute o que eu estou te dizendo, o quanto isso está me afetando."

Um suspiro escapou dos lábios de Sam.

Ele ficou em silêncio diante daquilo e Louis também, não querendo mais acrescentar nada.

Depois de mais ou menos um minuto, Sam relaxou o corpo e sentou no sofá.

"Desculpe." Ele pegou as mãos de Louis e as beijou. De novo e de novo. "Desculpe."

Louis se sentou ao seu lado.

"Sam." Louis começou a dizer.

"Eu não deveria ter agido dessa forma. Eu fui tão idiota com você. Eu estou obcecado por algo e comecei a te deixar de lado."

"Não fique assim..." E o corpo de Sam relaxou contra o de Louis.

"Você tem todo o direito de estar bravo comigo. Eu agi de uma forma totalmente errada."