22. Quando ninguém mais

13.5K 2K 6.1K
                                    

"Louis, você poderia me falar mais a respeito da sua relação com Sam? Gostaria de entendê-la melhor." A psicóloga perguntou, olhando-o sobre seus óculos.

Louis estava nervoso. Muito nervoso. Suas mãos não paravam quietas no colo e ele tamborilava o pé no chão como se estivesse prestes a sair correndo. Ele não queria falar mal de Sam pelas costas, mas ao mesmo tempo precisava dizer alguma coisa.

O silêncio se tornava desconfortável para ele.

"Falar sobre o que? Desde quando nos conhecemos?"

"Qualquer coisa que desejar. Aquilo que você se sentir confortável."

Os olhos atentos da psicóloga estavam no rosto de Louis quando ele respirou fundo e exalou o ar de uma só vez.

"Tudo bem... Eu conheci Sam na escola, durante o colegial. Ele chegou em mim em uma festa e eu nem imaginava que ele pudesse ter algum tipo de interesse sabe... Sam era do time de basquete e eu mal dava atenção a eles." Louis riu um pouco. "Eu imaginava que se eu não fizesse nenhum tipo de contato visual com os jogadores do time da escola, eles não zombariam de mim. Eles sempre me deram medo com todo aquele tamanho e popularidade, então apenas os evitei."

"Evitou?"

"Sim. Eu não ia nos jogos da escola e dificilmente sentava perto da mesa deles na hora do intervalo. Eu nem conhecia direito os seus rostos, mas sabia exatamente quando um deles estava por perto, porque sempre havia uma rodinha ao redor deles e eles pareciam fazer questão de usar o casaco ou a camisa do time. Acho que pelo status também..."

Alguns segundos de silêncio se passaram. Louis mergulhou no turbilhão de lembranças daquela época e a psicóloga, cujo nome era Trycia, passou a observá-lo com um pouco mais de atenção.

"E o que você sentiu quando Sam, que também era um jogador de basquete, se aproximou de você na festa que citou?"

"Eu... Eu não lembro muito bem. Só sei que fiquei assustado, porque não esperava que aquilo acontecesse e porque imaginei que ele pudesse estar ali para zombar de mim. Nunca passou pela minha cabeça que ele estava interessado."

"Nunca passou pela sua cabeça que ele estava interessado?"

"Nunca. Ele era um dos jogadores de basquete e eu só era um garoto qualquer terrível em tudo o que fazia. Ele era, é, lindo também. Sam poderia ter quem quisesse."

Alguns segundos de silêncio se passaram. Trycia espremeu os lábios, deixando-os em uma linha fina. Louis quis saber o que ela estava pensando. Quis saber o que ela julgava sobre ele. Mas permaneceu em silêncio, esperando que em algum momento ela se manifestasse.

"E o que você achou de Sam?"

"Além de lindo e ser bom em tudo o que faz? Sam sempre foi atencioso comigo..." Louis ficou pensativo, lembrando de alguns momentos antigos com o seu namorado. "Toda vez que terminava algum de seus jogos, ele me encontrava no corredor e dizia que tinha dedicado várias cestas para mim." Um sorriso bobo surgiu em seus lábios. "Ele me encontrava na biblioteca e ficava me observando ler. E a coisa que eu mais gostava era quando ele deixava pequenos desenhos na minha carteira quando eu me sentia mal. Ele parecia que conseguia me ler... É claro que Sam negava que tinha feito os desenhos, mas eu sabia que era ele."

"Ele negava como?"

"Dizia que não tinha feito, mas os desenhos sempre surgiam depois das nossas brigas e ele ficava feliz por eu ter o perdoado. Sam me enxergou quando ninguém mais o fez..."

Outros segundos de silêncio. Trycia parecia esperar que Louis disse mais alguma coisa antes de prosseguir:

"Você disse que ele te enxergou quando ninguém mais o fez. Como você observava que as outras pessoas não te enxergavam?"

Behind The Spotlight (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now