What the Fuck!?

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Madison

Em geral, depois de um puta porre eu não costumava ter ressaca, contudo, naquela manhã quando acordei em uma cama que não era minha, coberta por lençóis caros de seda, minha boca estava seca e meu estômago revirava. Fiz esforço para abrir os olhos e me acostumar com a claridade que entrava através das cortinas abertas, e me deparei com um quarto em tons escuros e aconchegantes. Meu hálito de álcool era quase insuportável, mas nada se comparava com a sensação de não estar vestindo nada além de uma camisa branca. Que também não era minha.

- Mas que porra!?

Levantei- me da cama, sentindo os frios tacos de madeira quando meus pés foram de encontro ao chão. Dei uma volta pelo quarto a procura de uma pista que me falasse que raios estava acontecendo, até que flashes da noite anterior se materializaram diante de meus olhos. Me lembrei da festa, da tequila, de Cora e depois de Mads. Eu estava no carro do meu professor, e até pensei que já estava melhorando, mas então acordei em sua casa na manhã seguinte e me dei conta de que não estava tão sóbria quanto eu imaginava.

- Merda, merda, merda... - praguejei, procurando algum vestígio de minhas roupas. - Isso não pode estar acontecendo.

Sentei novamente na cama e afundei o rosto entre as mãos, vasculhando em minha mente alguma memória que fizesse sentido.

Bom, se eu estava mesmo na casa de Mads, onde ele estava? Decidi sair do quarto e procurá-lo.

Assim que abri a porta me deparei com escadas que levavam ao andar de baixo. Quando desci, entrei na primeira porta a esquerda e me encontrei em uma ampla cozinha de inox com um balcão no meio. Perto do fogão, um homem se distraia enquanto mexia os ovos em uma frigideira.

O cheiro estava uma delícia, mas só de pensar em comida eu sentia vontade de vomitar.

Eu não havia dito uma única palavra, no entanto, ele deve ter sentido minha presença retraída e parada entre os batentes.

- Bom dia, senhorita Ross. - o homem se virou para mim, dando um pequeno sorriso para então voltar sua atenção ao que preparava. - Espero que tenha dormido bem.

Mads usava uma camisa básica na cor branca, justa o suficiente para delinear seu corpo em forma, e calças xadrez de pijama. Ele estava lindo naquele visual informal e largado. Meu coração acelerou por um momento antes que eu conseguisse responder.

- Bom dia. Sim, obrigada. - minha pulsação estava alta e eu suava frio, ao mesmo tempo em que sentia minhas bochechas queimando. - Por que eu estou aqui?

O professor girou um botão no fogão e o fogo se apagou. Ele então se virou e encostou as costas na pia.

- Não se lembra de ontem a noite ?

Arregalei os olhos e tentei controlar a respiração. Será que nós havíamos transado? Havíamos transado e eu nem lembrava?

Meu deus, eu nunca tinha sentido tanta vergonha em toda a minha vida.

Fiz que não com a cabeça e entrei no cômodo, me inclinando e apoiando no balcão. Minha vontade era de bater com a cabeça contra o granito da superfície até eu reencarnar três vezes.

- Eu ia te levar para sua casa. - me explicou. - Mas você dormiu antes que pudesse me dizer onde morava.

- Merda. - sibilei, passando as mãos pelas bochechas. - E por que você me trouxe? Poderia ter me deixado na festa com a Lindsay. Nem sei por que aceitei entrar no seu carro...

- Sua amiga não estava lá quando cheguei. Foi mais seguro assim, senhorita Ross.

Mesmo contrariada assenti.

Brooklyn BabyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora