Ferris Wheel

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Madison

 Consegui recuperar meu fôlego apenas quando paramos na fila da roda gigante. Diante de nós havia cerca de uma dúzia de pessoas, indicando que provavelmente seríamos as próximas a entrar no brinquedo. 

 Puxei o ar com força e apoiei as mãos nos joelhos, trabalhando para que minha respiração se normalizasse após ter percorrido o parque de diversões inteiro ao ser puxada por Lindsay. Não consegui persuadi-la a me contar quem era a pessoa misteriosa que estava querendo me ver. Seria minha mãe, pronta para salvar o dia? Seria um novo pretendente? Lindy se negava a dizer, então apenas me restava aguardar enquanto a ansiedade corroía meus ossos.

 Mordi o lábio inferior e franzi as sobrancelhas, suspirando e observando a movimentação, buscando um rosto conhecido ao mesmo tempo em que temia me deparar mais uma vez com Daniel. Por mais que eu soubesse que ele era passado, que o problema já tinha sido resolvido, eu tinha consciência de que Campbell continuaria a habitar um local escuro e irracional do meu cérebro. Lugar provavelmente responsável pelos meus medos. 

 Pisquei algumas vezes e retornei à realidade quando notei uma movimentação na fila. De par em par as pessoas entravam no brinquedo, ocupando cada dupla uma cadeirinha numerada que ficava suspensa na grande e iluminada roda. 

 - Somos as próximas! - falei quase aos berros.

 Segurei na mão da garota e tentei puxá-la, contudo, ela se desvencilhou e fez um gesto negativo com a cabeça.

 - Eu não vou com você. - respondeu com um sorriso travesso.

 Meu rosto revelou expressões confusas.

 - Por que não? Eu nem gosto de rodas gigantes. Não acredito que vai me deixar ir sozinha. - minha voz soava um pouco aborrecida. 

 Não estava acreditando que havíamos encarado aquela fila para nada.

 - Você não vai sozinha. - seus lábios tremularam, aumentando ainda mais seu sorriso, e dito aquilo, dirigiu o olhar para um ponto às minhas costas. 

 Ainda sem entender, virei o corpo e voltei-me para o brinquedo, e ao fazer isso deparei-me com Mads sentado na cadeirinha número quatorze que pendia levemente de um lado por não ter ninguém sentado no assento da frente para equilibrar o peso. Assim que nossos olhares se cruzaram estreci. Um calafrio pareceu ser emitido pelo meu coração e naquele segundo percorria rapidamente todo o meu corpo, e por mais que já nos conhecêssemos há mais de três meses, o que eu senti foi equivalente a alguém que se apaixonou a primeira vista.

 Em uma espécie de transe, um feitiço, soltei a mão de Lindy e caminhei em direção ao homem, subindo pelos degraus da estrutura do brinquedo e aceitando a ajuda do monitor da roda gigante para conseguir entrar na repartição quatorze. Uma vez dentro dela, Mads tomou minha mão e me auxiliou até que eu me sentasse de frente para ele.

 Abri e fechei a boca diversas vezes enquanto meu cérebro travava uma batalha interna para formular uma frase coerente que expressasse tudo o que eu estava sentindo. Mas a verdade era que nem todos os versos de todas as estrofes de todas as poesias seriam suficientes para traduzir em palavras o bater de asas das milhares de borboletas no meu estômago.

 - Você está linda. - ele disse por fim, após perceber que eu me encontrava incapacitada de me expressar.

 - Obrigada. - respondi sem economizar no radiante sorriso que eu esboçava. - Estou surpresa de te ver aqui.

 - Lindsay e eu conversamos. Liguei para ela e disse que precisava te ver mas não sabia se a minha presença ainda era bem vinda na sua vida. Sua amiga organizou nosso encontro e garantiu que você não me jogaria do topo da roda gigante. 

Brooklyn BabyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora