Adrenaline

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Madison

Pouco a pouco comecei a sentir minha alma voltar ao meu corpo. Abri os olhos devagar, contente ao constatar que me encontrava em um ambiente parcialmente escuro, sem luzes para incomodar minha vista. Ainda desorientada ouvi o bipe ritmado de um monitor cardíaco, e assim que encontrei o aparelho, percebi que ele estava conectado a mim através de eletrodos que monitoravam meu pulso.

Eu me encontrava em um quarto de hospital, sozinha se não fosse pela minha mãe que cochilava na poltrona em frente a minha cama.

Ao tentar me levantar, senti uma fisgada no meu braço esquerdo e me deparei com uma agulha enfiada em minha pele, lugar por onde o soro era ministrado. Suspirei e me deitei novamente, preocupada com todos os acontecimentos que me levaram até aquele leito. Minha mãe me mataria, eu tinha certeza.

A porta de repente se abriu e um facho de luz branca iluminou parcialmente o ambiente. Uma enfermeira entrou, arrastando consigo um carrinho de medicamentos. Ao me ver acordada, a loira trajando branco sorriu e acendeu as luzes.

- Oi, senhorita Ross. Como está se sentindo?

No mesmo instante a mulher que antes dormia na poltrona abriu os olhos, arregalando-os assim que me vi. Mahara irrompeu do assento e voou em minha direção.

- Madison!

- Estou bem. - respondi prontamente, mesmo sem saber se de fato estava. Meu corpo doía e parecia indisposto. - Oi mãe.

A indiana me abraçou com cuidado, envolvendo meu pescoço e afagando meus cabelos despenteados.

- Você nos deu o maior susto. - ela se afastou. - Onde estava com a cabeça? Sabe muito bem que não pode comer frango xadrez.

- Eu sei, mas esqueci que ia amendoim nele. - menti. - O que aconteceu depois?

A enfermeira se aproximou e começou a medir minha pressão. Depois disso ela chegou o soro, regulando a intensidade.

- Você teve sorte de desmaiar ao lado de um médico. - a enfermeira soltou uma pequena risada. - O senhor Mikkelsen administrou os primeiros socorros antes que seus pais te trouxessem para o hospital.

- O médico disse que se ele não estivesse lá, provavelmente você teria sufocado. - minha mãe completou com uma careta chorosa.

Estremeci só de imaginar Mads me colocando no chão e iniciando a massagem cardíaca, tocando em mim na frente de todo mundo.

Eu paguei um tremendo mico aquela noite, mas com certeza foi melhor do que ter que ouvir meu pai falando sobre o amigo e seu fetiche por alunas.

- Sorte a minha. - dei um sorriso amarelo. - Eu já posso ir embora?

- Desculpe, querida, ainda não. Tivemos que injetar uma dose alta de adrenalina, então vai precisar ficar em observação por mais algumas horas.

Franzi o cenho e enruguei o nariz.

- Que horas são?

- Quase quatro da manhã. - minha mãe respondeu com a voz cansada.

Olhei pela janela e pude ver parcialmente o céu ainda escuro. Do lado de fora, as luzes dos postes iluminavam as paredes dos prédios e refletiam em suas vidraças.

Eu fiquei desacordada um bom tempo.

- E onde está o senhor meu pai? - perguntei ao notar a ausência do homem no quarto.

- Foi para o hotel dormir um pouco. Consegui convencer aquele teimoso de que você não precisava de nós dois aqui ao mesmo tempo. - Mahara explicou. - Ele foi embora não tem nem uma hora.

Brooklyn BabyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora