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Eu: Agora? Queres ir a casa do Harry agora?- perguntei perplexa

Andrew: Sim!

Eu: Está bem, deixa-me só lavar a cara e trocar de roupa- disse ainda meio entorpecida


Andrew teve que me dar um pequeno empurrão para fora do sofá para que finalmente me mexesse. A verdade é que não estava nada à espera daquele desfecho para aquilo que achava que iria ser uma leitura divertida de um livro cheio de histórias de um grupo de crianças. Mas a verdade é que aquele grupo de crianças tinha feito um ótimo trabalho a anotar todos os factos mais importantes da cidade, e nós ainda nem tínhamos chegado ao fim das anotações.

Enquanto me vestia perguntava-me se não seria mais fácil Andrew falar com os pais ou até mesmo com Thomas, afinal, maior parte daquelas anotações tinham sido feitas por ele no decorrer da sua vida.

Estava bastante reticente quanto à ideia de ir até casa de Harry e fazer-lhe questões que ele poderia achar ofensivas, tudo por causa de uma história que poderia nem ser verdadeira. Para não esquecer, que teria de admitir que o que tinha levado àquela situação tinha sido a minha curiosidade em relação a si.

Aquela tarde tinha tudo para acabar mal!


Lavei a minha cara rapidamente, coloquei um creme, vesti umas jeans e uma sweat, calcei uns vans e penteei o cabelo rapidamente. Decidi não aplicar maquilhagem por ter estado a fazer a máscara e fui ao encontro de Andrew, que estava sentado ainda no sofá mas parecia bastante nervoso.


Eu: Vamos?- perguntei receosa do que estaria para vir


Andrew saltou do sofá e quase correu em direção à porta. Peguei no meu telemóvel e nas chaves de casa e fomos para o carro dele. Andrew dirigiu bem mais depressa do que seria necessário até a uma casa, que provavelmente era de Harry e estacionou no primeiro sítio que encontrou.Sem se preocupar com mais nada, Andrew saiu do carro e nem sequer o trancou. Apenas avançou até ao alpendre da casa e bateu à porta impacientemente. Enquanto isto, eu apenas o seguia silenciosamente.

A porta abriu-se mais rápido do que eu gostaria e um Harry confuso olhava para nós à espera de respostas.


Andrew: Tens uns minutos? Gostávamos de te fazer umas perguntas- disse rapidamente

Harry: Oh não, já disse que não conheço nenhum escritor famoso- revirou os olhos enquanto me encarava- Ou alguém famoso de todo

Eu: Não é sobre isso- disse nervosa- Podemos entrar?


Harry cedeu-nos passagem e fomos os três até à sala, onde ele fez sinal para que nos sentássemos. Ele esperou pacientemente para que um de nós começasse a falar.


Eu: Bem.... Nós estávamos a ver umas coisas antigas em relação a Rye e encontrámos algo curioso e gostávamos de saber se sabes algo em relação a isso

Harry: Em relação a quê?- perguntou impaciente

Andrew: Parece que há 26 anos atrás um bebé foi abandonado em frente ao centro comunitário e alguém o deve ter acolhido. Esse foi precisamente o ano em que nós os dois nascemos...

Harry: Estão a tentar insinuar que sou adotado?- perguntou interrompendo Andrew

Eu: Não!- respondi rapidamente- Apenas queríamos saber se sabes algo em relação a esse assunto

Harry: Não, a minha mãe nunca comentou nada sobre isso, mas se quiserem posso perguntar-lhe quando chegar

Eu: Farias isso? - perguntei surpreendida

Harry: Claro! Esse é um segredo que não gostaria que os meus pais mantivessem de mim, então se há a mínima hipótese de ser eu, quero saber a verdade- disse pensativo

Andrew: Não queres ligar à tua mãe, para saber se demora muito? - insistiu

Harry: Vocês vão ficar à espera que ela chegue? - revirou os olhos

Eu: Se quiseres podemos sempre voltar depois- tentei oferecer

Andrew: Ou podes dizer-nos onde a tua mãe foi e nós vamos perguntar-lhe- ofereceu

Eu: Andrew!- repreendi


Se eu estava curiosa, Andrew estava super impaciente. Por ele, tínhamos ido atrás da mãe de Harry para interrogar a pobre senhora, que podia nem saber de nada. Chegámos todos a um acordo, iriamos esperar em casa de Harry e quando Anne, pelos vistos era o nome da mãe dele, chegasse, seria Harry quem falaria.

Andrew tentou reclamar, mas a verdade é que ele não tinha muitas mais hipóteses.


Harry: Tentaste perguntar ao teu avô? - perguntou a Andrew

Andrew: Ele nunca me diria e para lhe perguntar teria de admitir que tinha andado a mexer nas coisas dele- disse envergonhado

Harry: No que é que andaste a mexer? - perguntou curioso

Andrew: Quando o meu avô se mudou para ca, ele e uns amigos escreveram um livro onde registaram alguns dos acontecimentos mais importantes da cidade- começou por explicar- Falava das famílias fundadoras, de uma série de acontecimentos que a polícia nunca conseguiu explicar mas, o que mais nos chamou à atenção, foi a história do bebé. Só dizia o ano e o local em que foi abandonado, fazia uma leve referência a que alguém da cidade o tinha acolhido, mas mais nada.

Harry: Onde é que vocês foram descobrir esse livro? - perguntou pensativo- Acham que eu poderia dar uma vista de olhos? Só por curiosidade, claro

Eu: Bem, o livro ficou em minha casa, mas se quiseres passar por lá depois, acho que ninguém se vai importar que leias, desde que guardes segredo, claro.


Harry concordou e ficámos os três à espera de Anne. O ambiente estava um pouco constrangedor. A verdade era que Andrew e Harry, apesar de terem sido da mesma turma, nunca foram grandes amigos. Não é que fossem inimigos, apenas eram daqueles colegas que se cumprimentavam e falavam quando era preciso. Isto foi o que Andrew me tinha explicado no caminho até cá.

E bem, eu e Harry apenas tínhamos falado na festa e depois ele abandonou-me. A impressão que tinha construído dele neste curto espaço de tempo é que ele era alguém reservado e não gostava de se dar ao trabalho de criar amizades, embora fosse sempre educado com todos.

Ao fim do que pareceram horas, mas tinham sido, na verdade, apenas 30 minutos, ouvimos a porta a abrir e todos ficámos muito atentos a olhar para a senhora que entrava descontraidamente em sua casa.


O que acham que a Anne vai dizer? Quem acham que é o bebé?

Bookshelter |H.S|Onde as histórias ganham vida. Descobre agora