— Eu morri?— disse com a boca esboçando um sorriso.— Onde está meu filho?— ele ficou tenso e tentou levantar, mas ela impediu colando seu corpo no dele e ficando bem perto.
— Calma, Max está bem, está com a babá lá na portaria, ele não se machucou.— ela disse enquanto mantinha o corpo dele colado ao seu e Heriberto sentiu o cheiro dela e como Max, ele ficou fascinado e seus olhos se perderam na beleza de Victória e ele suspirou.
— Você é algum anjo? Tem certeza que eu não estou morto?— ele disse com o rosto sorridente e ela ficou vermelha.— Meu Deus, como você é linda...
Victória sentiu todo seu corpo se arrepiar inteiro... Era como um chamado, aquele homem estava em seu pensamento e ela nem entendia porque. Os olhos se entregaram um ao outro, era tudo sombra e luz ao mesmo tempo. Uma forma estranha de sentir o tempo.
Victória nunca tinha vivido algo como aquela sensação que estava sentindo diante de uma pessoa que ela nem conhecia. Talvez fosse a emoção de ter salvado uma vida ou mesmo porque se preocupava com o pequeno garotinho que estava na porta de entrada com medo de que o pai estivesse machucado demais para continuar cuidando dele.
Por alguma razão que ela não podia explicar de modo lógico, o comportamento que sentia em relação aquele homem era extremamente diferente de todo e qualquer relacionamento que ela já tinha tido. Os olhos dele pareceram visitar um espaço do coração dela que estava completamente abandonado e Victória se sentia aquecida com aquele olhar.
Dizem os bons românticos que todo amor verdadeiro começa na primeira mirada, no modo como olhamos a pessoa que desejamos sem saber ainda que é o nosso amor. Ali, fixado olhando um para o outro, se descobre o aquecimento da alma e assim o amor surge entre os corações apaixonados.
Nem todas as histórias de amor começam com belos momentos onde a chuva ou outras coisas fazem o encontro se tornar algo único como uma cena de cinema. Algumas vezes, para corações que já foram feridos de modo bem certeiro, o amor surge de maneiras inusitadas como um acidente de trânsito.
Victoria não era mulher de se deixar abater por nada e nem por ninguém, mas aquela expressão dedicada a ela teve o poder de tornar seu rosto vermelho como de um camarão e ela se sentiu completamente despida de seu sentimentos, de seu muro de proteção que usava contra qualquer pessoa, sobretudo, os homens. Naquele segundo, pareceu que o homem fazia ela se sentir tão bem como ninguém mais tinha feito antes.l
— Eu achei que você nem acordaria hoje, Max estava preocupado.— respondeu escondendo sua intensa vergonha pelas doces palavras dele.— Vou dizer que você acordou.
Heriberto sorriu e se moveu na cama como se quisesse sair.
— Quero ver meu filho, você pode trazê-lo aqui? Ele fica nervoso se não tiver certeza que estou bem.— disse educado e sorriu para aquela mulher linda.
— Eu vou buscá-lo, me espere!— ela sorriu e ele brincou.
— Eu não vou a lugar algum!— disse amoroso com ela ali diante dele com aquele sorriso perfeito e um belo par de olhos.
Victória foi até a recepção e pegou Max no colo. Estava tão linda e mesmo de salto carregava o menino que mostrava no rosto a felicidade por poder ver o pai.
— Você acordou ele, Victória? Acordou meu papai?— disse amoroso e sorrindo.
— Ele estava bem e por isso acordou, Max.— ela entrou com ele calmamente e o levou a cama onde Heriberto estava.
— Papai! Papai! Papai!— ele chorou agarrando o pai e deitando na cama para abraçá-lo.
— Ei, campeão, não precisa chorar! Está tudo bem! Não chore!— ele beijou o filho e se ajeitou porque o menino estava com medo e podia machucá-lo.
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SUPREMO AMOR - TDA
RomanceVictória é uma mulher educada, elegante, cheia de dúvidas sobre sua vida. Ela espera com todo amor encontrar sua filha que sumiu há anos. A vida parece brincar com o amor que ela sente e mostra que algumas vezes, ser bom tem suas recompensas.