E mais lágrimas caíram do rosto delas e desta vez, Heriberto sentia uma dor profunda, aquela dor de Victória o tinha afetado. Num gesto de amor e cuidado, ele a puxou para mais perto, e os três ficaram aquele segundo abraçados.
O amor que Victória sentia era tão poderoso que a batalha que tinha por enfrentar no caminho ao coração da filha seria pequeno diante daquelas declarações. Estava tudo parecendo sombrio, mas Maria estava ali e ele ia ajudar seu amor a encontrar o caminho na direção do melhor futuro para eles.
— Eu estou com você, Victória, vamos conseguir.— ele disse e a beijou nos lábios com doçura. O amor é proteção e cuidado, tudo mais é conversa fiada.
Heriberto começou os exames em Maria. A menina era linda, delicada, cheia de interesse no que ele fazia. Mesmo sem perguntar estava prestando atenção. Heriberto explicava tudo a ela com calma fazendo com que se sentisse segura.
Victória estava assustada, com dor, com raiva. Todos os sentimentos estavam remoendo o seu coração. A filha tinha declarado que Bernarda era sua avó. Queria dizer que todos aqueles anos que ela tinha sofrido era culpa de sua ex-sogra. Não podia chamar Bernarda de sogra porque nunca tinha sido casada com João.
Sua filha! Alguém tinha decidido devolver sua filha e Victória queria muito entender o que tinha acontecido depois de tantos anos para uma pessoa decidir entregar sua filha sem motivo algum. Respirou profundamente enquanto observava o doutor Heriberto fazer o seu trabalho de modo calmo e muito atencioso com a pequena.
Mesmo com toda a dor que assolava seu coração por apenas alguns segundos, Victória observou o modo gentil como aquele homem conduzia as coisas como médico. Era delicada em cada etapa do processo e parecia que estava cuidando de uma boneca de porcelana.
Maria se sentiu segura e reagia a ele com tranquilidade enquanto era examinada. Heriberto compreendia o nervosismos de Victória e piscou para ela com amor. Era bom saber que estava buscando por ele num momento de tensão.
— Agora você vai descansar! Precisa dormir um pouquinho. Vamos esperar e resolver tudo, pequena.— Heriberto sorriu para ela.
— Eu gosto de você. Mas eu queria o Gugui, ele está com saudades de mim.
Maria olhou de relance para Victória como se perguntasse a ela onde tinha colocado o pequeno bichinho de pelúcia que estava com ela quando foi resgatada. Victória se aproximou um pouco mais e entregou o pequeno bichinho a ela.
Era uma girafinha pequena e que tinha o mesmo cheiro do cabelinho dela. A cena era tão tranquila que parecia ter sido programada para acontecer daquele jeito. Sob o olhar atento de Heriberto, Victória estendeu o pequeno bichinho à filha.
— Você guardou ele?— a voz doce demonstrou carinho e ela agarrou o bichinho beijando.— Obrigada! Ele sempre fica com medo quando está sozinho.
A mão de Victória tinha resvalado na pequena mãozinha de sua filha no segundo que tinha entregado o bichinho de pelúcia. Claro que era possível perceber afetação daquele gesto tão simples. Victória respirou profundamente enquanto ouvia a menina falar com ela.
Era linda demais. O coração ficava chamas ao pensar em todo amor que sentia por ela. O maior amor que alguém podia sentir.
— Ele gosta de ficar abraçado comigo.— beijou de novo a girafa.
— Ele é muito lindo.— Victória se sentou na cama e segurou as lágrimas, queria agarrar a menina e apertar forte em seu peito.
Aquela felicidade toda que estava sentindo por ter encontrado a filha não podia ser demonstrada porque a menina estava assustada e tudo aquilo era muito novo para ela. Victória teria que esperar o momento certo para poder apertar sua filha bem forte no seu peito como se o mundo fosse acabar.
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SUPREMO AMOR - TDA
RomanceVictória é uma mulher educada, elegante, cheia de dúvidas sobre sua vida. Ela espera com todo amor encontrar sua filha que sumiu há anos. A vida parece brincar com o amor que ela sente e mostra que algumas vezes, ser bom tem suas recompensas.