Quando Outubro Suspirou

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palavras que saltitam doces
quando pronunciadas levemente
é o sabor da primavera nascente
melosa e açucarada
como mel puro e fresco
que em sua boca derrete e pinga
junto ao chorar do salgueiro.

este que espera o frio cortante
e o embalar da neve
que lhe cobre branco
tal como cobertor quente
todo inverno, no pico da noite.

estas simplórias palavras que escrevo
talvez sejam efêmeras e pouco graciosas
mas no peito não falta-me amor
tão pouco leniência.
o desenrolar pode não ser fluído
talvez nem melodioso
mas espero que gostes
pois pensei em você ontem,
espero que entenda, não faço-te jus com palavras,
mas em meu cerne guardo-te queridamente.

ao lado do salgueiro - eu espero
algo que mostre-me um sentido,
talvez pela divina luz que da lua pinga
ou o balançar de coqueiros,

dê-me um tanto de talento
e a ti dedicarei sem medo
todos os escritos vindos
do vento de agosto
e que dure até setembro.

acalento-me em casa,
outubro veio a suspirar
diga-me - perguntou,
para onde foram as palavras?

Tecelã de Sonhos - Poesia D'águaWhere stories live. Discover now