Doce Cântico

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silenciosa através da floresta,
entressonhando descalça e ansiando 
por um pedaço de alma que aqui deixei
na manhã tranquila de anteontem.
acalento os pinheiros e beijo cambucás 
enquanto procuro meu caminho para o campo de calêndula,
onde devo ter deixado minha alma,
no leito d'um rio, chamado "abril ainda"
minha alma desmanchou-se em gotas de ambrosia,
deito na grama e ouço os pássaros cantarem,
pois a alma que eu deixei lá, agora
adoça o bico delicado do canário,
e encho a lacuna d'alma bebericando alegria de seu doce cântico selvagem.

Tecelã de Sonhos - Poesia D'águaWhere stories live. Discover now