melopeia da lua
soa acalente no valsar
que move-me por um céu nocturo
na quietude do vagar.clamo a ti veemência
clamo a ti raiva
e clamo a ti, ares
clamo por natureza,
bruta e arrogante;
suavidade maculada
em nua essência.na caligem da noite
faço juz da gana
arranco meu coração cálido
e o devoro cru.
torno me tecelã
de meu próprio sonho
o teço em linhas d'uma lactescência
nascida de aurora respingante.torno-me brumal
ebúrnea a vagar
adornada de asas minhas
mariposeando o dançar.clamo ao languor
que deixe-me a valsar
uma última vez - em tornos aos astros diáfanos.clamo aos céus
deixa-me vagar - sem coração a bater,
sem elã ao invernar.
paz diurna ao ter - eu -
lúgubre a valsar.
![](https://img.wattpad.com/cover/210149988-288-k509923.jpg)
YOU ARE READING
Tecelã de Sonhos - Poesia D'água
PoetryMyths, Dreams and Poetry. port/eng it is a hymn as much as it is an obsession - but isn't it holy? - Vim d'uma morosa manhã de abril, cresci como coruja cantante na copa do pau-brasil, tornei-me como bruma e desfiz-me...