❝ Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? ❞
- Fernando Pessoa
"My boo Tú me besas como nadie Me haces falta como el aire Cuando menos lo esperaba Yo encontré lo que buscaba"
- My Boo CNCO
Domingo, 11 de agosto de 2019
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Amanheço numa manhã quente. Ontem, eu e o André fomos ao Barcelos, para ver o primeiro jogo da temporada do Porto. Eu não gosto de futebol, mas não poderia perder a oportunidade de ver a minha filha.
Há um mês estamos longe, mesmo que temos falado todos os dias, não é igual. Eu sinto falta da minha menina. Todos nós sentimos. Mas ontem, eu pude ver que ela está feliz lá, conseguiu fazer novos amigos, algo que era difícil para a mesma.
Queria ter ido para o Porto, para voltar só hoje à noite, mas tivemos um imprevisto no trabalho, e em pleno domingo tivemos que fazer isto. Será lançado novos produtos eletrónicos na próxima semana, e nada poderá dar errado, de nenhuma forma possível.
Não demoramos na empresa, e de seguida, fomos à casa.
Chegar em casa, e encontrá-la vazia, é a pior parte do dia. Sabemos que sempre vai chegar um momento em que os nossos filhos vão ter que seguir com as suas vidas. Só que nunca estive preparada para isto.
A minha família é tudo para mim. Infelizmente, eu não cresci num lar familiar, com pais, irmãos, avós...
Fui abandonada quando era uma recém-nascida, na porta do orfanato, Mª de Fátima. Foi lá que eu conheci o André. Nós sempre estávamos juntos, só separávamos quando teríamos que recolher.
André era o meu único amigo lá, eu era muito fechada, não fazia amizades com outras crianças, algo que a Anna puxou. Eu estava sozinha sentada embaixo duma das árvores do pátio, quando ele aproximou-se perto de mim, com um boneco qualquer. Tentou falar comigo, mas eu só respondia em monossílabos. Ele via que não conseguia entreter-me, até que começou a fazer algumas brincadeiras, que me fazia rir.
Desde aquele dia tornámos melhores amigos. Aos nossos 8 anos, um casal de norte-americanos, em que o Sr. era descendentes de portugueses, e viviam em Lisboa, pretendiam adotar, eles não tinham filhos, por isso foram ao orfanato. Ao chegarem, eu sabia que os meus dias não seriam mais felizes. E eu estava certa. O casal adotou o André. Foi um dia muito triste para mim quando isto aconteceu.
Infelizmente, não mantemos mais contato.
Eu fui adotada três vezes durante aquele tempo. Mas, não demorei muito em nenhuma daquelas "famílias". A última vez, eu quase fui violentada pelo homem que deveria ser o meu pai, mesmo que fosse adotivo. Eu consegui fugir antes de ter acontecido, e corri muito, até conseguir chegar no orfanato.
