Epílogo

5.5K 447 371
                                    

Harry POV

E eu era conhecido agora como Salvador, sendo acudido por diversas pessoas, que achavam que eu tinha sido enfeitiçado por Draco Malfoy, um ex-comensal da morte, idêntico ao seu pai. Eu tinha deixado claro ao Profeta Diário, Rita Skeeter, que eu tinha namorado ele por livre e espontânea vontade, como um garoto normal.

Algumas pessoas que me viram andando no Beco Diagonal naquele dia para retirar um pouco do meu dinheiro do Banco Gringotes, aclamaram minha visita com abraços e aplausos, ditando minha coragem e bravura por suportar um Malfoy ao meu lado apenas para conseguir as coordenadas de Voldemort.

Eu não tinha como falar para ninguém o quanto eu amo e amei Draco Malfoy, que ele não era a sombra de seu pai, que após aquela guerra ele iria para Azkaban por todos seus dias de vida, o que restasse, se não perdesse a alma para os Dementadores.

Sirius estava cada vez mais preocupado, eu poderia ver em seu olhar, assim como Remus. Eles andavam com calma na casa, o piso de madeira era o único barulho após os passos pesados que eles davam nos dias que passavam. A casa não era a mesma gritaria de antes, uma briga de Sirius e Lupin sobre uma comida, risadas na cozinha, noites que assistíamos filmes enquanto tudo parecia bem.

Deitado na cama coberta por lençóis novos, que eu trocava todas as manhãs, a janela escancarada deixando o sol salpicar o quarto em pequenas bolinhas de luz, o armário trancado, e os livros que restaram nas prateleiras.

Tínhamos recebido algumas cartas de Hogwarts, para continuarmos estudando agora que tudo estava pronto novamente, uma forma de recomeço, um jeito correto para todos, como deveria ser desde sempre. Uma educação e uma forma de demonstrar aos alunos como aconteciam as coisas normalmente no Mundo Bruxo.

Fomos criados para uma luta, uma guerra, para sangues desperdiçados no chão por onde passamos, por onde foi nossa casa por anos, famílias para alguns. Era algo horrível ver que não poderíamos confiar no amanhã, porque não era certeza se um sádico entraria ali com sede de sangue, pronto para matar um adolescente, com diversos seguidores fanáticos.

Então quando Sirius entrou no meu quarto com um sorriso de canto, enquanto as lágrimas molhavam as laterais de meu rosto, fazendo uma trilha rápida por minha pele, que eu entendi, era agora que eu lutaria por quem ficou, por mais que eu chorasse e sentisse muito por quem tinha ido.

Pansy estava em acompanhamento médico, algo com os médicos Trouxas. Alguns remédios para dormir e algumas opções receitadas por alguns medibruxos. Hermione estava tentando tranquilizar ela com o que sabia, sempre lendo um livro na cama perto da de Parkinson, levando doces para a mesma, que tinha se trancado no quarto, não querendo receber a visita de ninguém sem ser os amigos próximos.

Mione tinha me mandado uma carta, um convite para ir visitar ela e Pansy, mas eu recusei de início, por medo de piorar as coisas enquanto chorava. Era para o bem dos dois, então ela apenas entendeu e me desejou algumas coisas, também receitando ao Sirius e Remus algumas comidas que poderiam fazer efeito psicológico.

Ron estava sentindo agora a importância de Malfoy. Ao lado de Blaise em quase todo dia, ele sabia que não era somente por si, mas por todos ao seu redor. Ele estava preocupado com o que estava acontecendo ao seu namorado, que apareceu em algumas reuniões de amigos que fizemos com uma máscara invisível, apenas fingindo estar bem.

Ele era claramente também afetado, sendo a família inteira de Draco. Alguém que conheceu por nada mas de tornou tudo, era totalmente clichê pensar que os dois eram um conjunto, um kit. Compre 1, leve 2. Sempre estavam juntos. Era até estranho ver ele entrando sozinho nos lugares sem um garoto de cabelos platinados com roupas finas e caras.

Não acho que eu também gostaria de ver o Draco voltando, como se tudo que tivesse acontecido fosse um sonho. Eu acredito que morte e o nascimento nos ensina algo, seja bom ou ruim. Então obviamente eu ficaria muito feliz que ele ainda estivesse me abraçando, ou rindo comigo, participado do julgamento dos pais, vivendo aqui, mas não fico pensando em algo como ressurreição.

Eu recebi diversas caixas e cartas dos pais de Draco, antes de Lucius ir para Azkaban. Narcisa tinha ficado um tanto magoada com isso, mas sabia que o seu marido ficaria sem rumo. Tenho que concordar com ela. Ele sempre viveu em busca de um poder junto à Voldemort, sem imaginar o que aconteceria caso uma derrota atingisse em cheio seu líder, então ela achou que ele deveria ser julgado por seus erros.

Minhas lembranças contribuíram para Narcisa sair ilesa do julgamento, com uma expressão um tanto chocada e surpresa, ela me abraçou quando saímos do Ministério. Até mesmo com a morte da irmã, ela abraçou Sirius e Remus, agradecendo por ter me criado em uma parte de dificuldade, que era grata por eu ter namorado seu 'querido Draco'.

Convidou nós 3 para um jantar em sua casa, com a desculpa que gostaria de entregar algumas coisas do quarto de seu filho para mim. Como um presente, que ele gostaria também de dar, que nunca deixaria para a doação.

Eu simplesmente me preparei com carinho, um tanto cuidadoso para não assustar a mulher com muita coisa. Algumas caixas desceram comigo na hora de ir embora, cheias de roupas e livros. Seu cordão enrolado em meu pescoço, um tanto a mostra.

Acredito muito que depois de uma perda, temos que acreditar nas coisas como são. Aceitar com cuidado, navegar em solidão não ajudará em nada. E eu tenho certeza que ficar chorando não faria bem para ambas reputações: minha e de Draco. Que mesmo assim gostaria de uma reputação intacta, com um velório digno e de nariz ao ar, sem ninguém lamentando. Ele odiava lágrimas, e eu tenho certeza que as que derramei foi por instinto, por sentimentos, óbvio.

Agradecer por conseguir abraçar Sirius quando acordo quando quase perdi ele no quinto ano, sorrir para alguma coisa que Remus fala em algumas refeições, estudar com Hermione e Ron mesmo assim.

E ainda ganhei três amigos: Blaise, Nott e Pansy. Que demonstrou um amor por mim nesses últimos meses, junto de Malfoy. Não esquecendo também de Neville, que ajudou a matar Nagini.

Erguer a taça de trégua é algo satisfatório. Passar em algum lugar do Mundo Bruxo com paizão e saber que ajudei a salvar aquilo, não merecendo um título de Salvador, porque eu tive ajuda de muitas pessoas. Não lutei sozinho, lutei com quem merece muito, que arriscou a família e amigos para estar ali.

Need Help With Detention [Drarry / PT Version]Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz