Cinco

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3° semana de 21 restantes, 5 meses e uma semana, domingo 9:30 da manhã.

O coral cantava com todo o fervor, Annie sentada no banco de madeira da igreja se permitiu chorar uma, duas, várias lágrimas. Fez suas orações pedindo a Deus misericórdia por sua vida e no final do culto, comprimentou aos irmãos junto com o pai. Avistou Deby e seu pai, Henry Carson, deu as costas antes que fosse reconhecida e caminhou para o carro, sentou-se e esperou pelo pai.

O celular ao seu lado apitou em uma nova chamada, o número era desconhecido. Se viu tentada em atender e assim atendeu.

— Alô!

— Escuta aqui loira aguada! Você acha que vai ficar fugindo de mim por muito tempo? Eu sei onde você mora Annie Smor!

— Deby...

— Calma aí que eu não terminei! Você não tem o direito de escolher por mim Ok? Eu amo você, amo Shiru e tenho o direito de estar ao lado dos meus amigos mesmo que eles possam morrer amanhã! Eu pensei que você tivesse pelo menos esse nível de consideração.

Annie suspirou. As palavras de Deby sempre eram pesadas, ela não ouvia um não com facilidade, o pai e a mãe a tratavam assim desde pequena.

— Desculpe. — foi o que Annie conseguiu dizer.

— Mas por outro lado...— Deby aliviou a voz percebendo seu ato grosseiro. — Você pensou em nossos sentimentos, você sempre pensa neles e eu agradeço. Amo a forma que você se preocupa com a gente. Mas não faça isso de novo... Vire-se e me dê um abraço.

Annie olhou para a janela do carro encontrando a ruiva de olhos verdes olhando para ela, o telefone enganchado no ouvido e um sorriso acalentador esperando por ela. Annie descansou a cabeça no peito de Deby que era mais alta que ela.

— Hoje eu e meu pai vamos almoçar na sua casa! — ela disse assim que Annie se desprendera de seu abraço.

— Ainda bem! 

Annie sorriu. Deby como todos os outros paralisava ao ver Annie sorrir, era contagiada pela amiga sempre que ela o fazia, Shiru dizia que Annie parecia um anjo às vezes e Deby tinha inveja do temperamento calmo e apaixonado que Annie tinha. Poucas vezes viu Annie perder a paciência e quando viu, teve medo.

— PAI! — Deby gritou. O senhor barrigudo e de cabelo ralo que conversava com Miguel olhou para a filha do outro lado da rua. — Vamos almoçar nos Smor hoje!

Na praia, Kevin se via entediado abraçado a Roxana, o sol escaldante o fazia suar e tudo que ele mais queria era estar dentro da água gelada junto com os amigos. Ele virou-se de lado e pegou uma garrafa com suco de morango que era de Cloé, irritado, bebeu todo o conteúdo e logo em seguida resmungou.

— Kevin, você pode passar protetor solar na gente? — Silver pediu. Com o protetor solar em mãos ele revirou os olhos. Começou a passar o protetor pelas costas de Silver, era ela tão pequena e esguia que não usou quase nada de protetor. Quando chegou a vez de Roxana ele até se animou, demorou um pouco mais passando protetor pela cintura, mas nada que não a agradasse. Roxana era doida por Kevin, e ele era doido para se ver livre dela. Ela tinha um temperamento que de longe não agradava a Kevin, ele se divertia com outras garotas só quando não estava perto dela.

— Ei Kevin! Vamos, deixe essas garotas aí. — Max Willian era o melhor amigo que ele podia ter, jogavam hóquei juntos na faculdade e eram bem conhecidos pela cidade, a mãe de Max adorava Kevin, os dois se conheciam há anos e a única diferença entre suas vidas pacatas era que Max tinha uma namorada, e uma namorada muito legal.

Quando Annie for Onde as histórias ganham vida. Descobre agora