Capítulo 3

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ANTHONY D'EVILL

-Você está muito calado.

-Vamos contar a mamãe? - Harry não me olha, concentra-se o tempo inteiro na janela da carruagem.

-Eu não sei, o que você acha?

-Ela ficará desolada. Não duvido nada que viajará imediatamente para Wendwood.

-Infelizmente ela precisa saber. Você ouviu tudo que o médico disse, ele não tem muito mais tempo.

-Não quero que meu avô morra.

-Esta falando isso como um neto ou como o herdeiro do título?

-Acredito que ambos. - Solta um longo suspiro cansado - Eu amo meu avô, odeio pensar que qualquer coisa pode acontecer com ele, mas também não sei se estou pronto para assumir como novo conde. Não sei se gosto da ideia.

-Como pode saber se gosta ou não se nunca experimentou? Você está preparado para assumir quando precisar.

-Eu gosto de pintar, sou feliz passando meus dias assim. Como cuidar de inúmeros arrendatários pode ser prazeroso? Simplesmente não faz sentido algum.

-No começo é assim, até você se afeiçoar por todos que dependem de você ali. Acredite quando digo, acabará gostando.

-Duvido muito.

-Não estou reclamando da sua paixão pela arte, mas é sempre bom lembrar que há muito mais a se viver.

-Não quero ser o tipo de aristocrata que passa seu tempo na capital enquanto um administrador cuida das terras, mas também não me vejo entrando em poças de lama como você e nosso pai.

-Não se precione, também não sofra por antecipação. Preocupe-se em como administrará o condado quando você de fato o assumir.

-É melhor você contar para ela. Eu preciso descansar um pouco antes de retornar com ela para Wendwood.

-Você fala como se fosse uma certeza que ela viajará até lá.

-E você duvida?

-Não. - Sorrio - Por que eu preciso contar? Você também pode fazê-lo.

-Você é o mais velho. - Se estica no banco oporto e fecha os olhos - Esse é o seu tipo de trabalho.

-Por que nasci primeiro é minha obrigação dar as más notíciais?

-Para alguma coisa você precisa servir.

Nenhum dos dois comenta nada no decorrer da viagem. Duas horas depois estávamos atravessando os portões de entrada de Bright Hall e nossos pais estavam parados no topo da escadaria principial, no esperando.

-Como foi a viagem? - Meu pai pergunta ao nos abraçar.

-Precisamos conversar. - Digo olhando minha mãe e depositanto um beijo em sua testa.

-É pior do que eu pensava? - Seus olhos ficam instantaneamente aflitos e ela se esconde nos braços de meu pai.

-Ele está de cama, o médico disse para não alimentarmos falsas esperanças.

-Eu preciso vê-lo.

-Nós vamos juntos. - Meu pai acaricia seus cabelos - Voltará conosco, Harry?

-Sim. Preciso de apenas uma ou duas horas decentes de sono e estarei recuparedo para a viagem.

-É o tempo de prepararmos tudo. - Minha mãe fala e se encaminha para dentro da casa.

-Como foi a última semana? - Pergunto a ele enquanto começamos a caminhar pelos jardins.

Visconde Indecente - Os D'Evill 02Onde as histórias ganham vida. Descobre agora