Cap. 18

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Acordei no dia seguinte me sentindo estranhamente bem, muito bem por sinal.

Minha primeira ação do dia foi ligar o aparelho de som do meu quarto deixando que a voz de Adam Levine invadisse o mesmo com os primeiros acordes de "One more night.

Caminhei até o banheiro para tomar um banho frio, eu acordaria de vez ali. Não foi uma das melhores noites, não achei que ela ao menos falaria comigo, mas falou, usando seu tom ignorante e sarcástico mas falou! Terminei meu banho saindo rápido do banheiro, já que esqueci-me de ligar o aquecedor. A manhã de São Paulo para aquela terça-feira era de frio. Me troquei vestindo um moletom branco com alguns desenhos que eu desconhecia e um mini-shorts preto, desliguei o aparelho de som em seguida saindo do quarto indo em direção a cozinha.

Eu estava tão animada essa manhã que fui capaz até mesmo de preparar todo o café da manhã. Um generoso café da manhã.

 Humm, que cheiro delicioso filha! - minha mãe dizia enquanto adentrava a cozinha vendo Rafa surgir na porta logo em seguida.

 Bom dia, mãe! - disse sorridente enquanto terminava de por alguns pães na mesa, me virando para depositar um beijo em sua bochecha.

 Bom dia, está animada hoje não?! - ela disse enquanto trocava olhares com Kalimann que ainda não havia se movido, encontrava-se de braços cruzados ao lado da porta.

 Sim mãe, bem animada. - falei sorrindo, puxando uma cadeira para me sentar também. - Você não vem? - perguntei me virando para ela.

– Sim, só..só vou preparar minha vitamina e...

– Já fiz, está na geladeira. - disse me levantando para pegar o copo de vitamina que ela tomava toda manhã. Manias e mais manias. - Está aqui!

– Obrigada, Bianca! - sentou-se em silêncio.

 Bom, Bia.. espero que tudo isso - ela disse apontando para a mesa de café da manhã. - não seja para se livrar dos castigos.

– Castigos? - indaguei.

– Claro, o quê você queria? - mamãe me perguntou com a cara mais obvia do mundo.

– Mãe, com o que mais pode me castigar? - perguntei meio irritada. - Você já tomou meu carro, o que já dificulta muito a minha vida, minha namorada não pode dormir aqui em casa..

– A lista de castigo vai aumentar..

– Esqueça os castigos passados. - disse rápido. - Manda, quais serão os castigo do meu presente querida mãe? - pude ouvir Rafa rir, com as gracinhas que eu fazia.

– Estava conversando com Rafaella antes de descermos e..

– Para ai! Rafa escolheu meus castigos? Estou fodida! - disse levando minhas mãos a cabeça, para em seguida ouvir a risada alta da minha "tia".

 Rafaella, enquanto você achar graça, ela vai continuar fazendo gracinhas e se vocês duas não se importam eu pretendo passar logo o recado, porque eu ainda tenho que trabalhar!

– Tudo bem Mãe, não vou mais atrapalhar. - falei prendendo o riso.

 Um mês de castigo!

– O QUE? - incrível como minha vontade de rir havia passado tão rápido.

– Isso mesmo, e ainda tem mais mocinha. - ela disse rindo da minha cara de espanto. - vamos ver.. atá, consequentemente não tem o seu carro de volta..

– Mas mãe...

– Se eu fosse você só escutaria, sabe que sua mãe se empolga fácil. - a mulher disse enquanto brincava com o omelete em seu prato.

 Posso continuar? - eu apenas assenti. - Um mês de castigo inclui não sair sozinha, a não ser que seja comigo ou com Rafaella, ou seja, sozinha só da escola para casa e casa para escola. Já tomei a liberdade de pegar seu computador, isso não quer dizer que você não possa usar. Pode! mas não o seu, e antes que você venha me dizendo que isso é invasão de privacidade, quero que saiba que eu não irei olhar o histórico do mesmo.

– E vou usar de quem então? - perguntei irritada.

 Rafa, não se importa emprestar o dela não é mesmo?

 Não. Por mim tudo bem.

– E pode usar o meu também, aah e tem mais uma coisa..

 Não mãe, por favor não.. - eu já até sabia o quê mais faltava.

 Ela só pode vir aqui quando uma de nós duas estivermos em casa. - ela disse apontando. - Entendeu, Bianca Andrade? Não quero saber de você e Mari Gonzalez aqui em casa sozinhas!

– Droga. - resmunguei baixo.

 Não são drogas Bia, só consequência de seus atos. - ela disse enquanto se retirava da mesa. - Me avise quando estiver saindo Mônica, vou tomar uma banho.

– Mãnhêe.. - disse manhosa.

– Nem comece!

[....]

Já era 18:47pm, quando eu acordei, ainda na sala pra variar. A casa estava tão silenciosa.. Mamãe já havia saído para o trabalho e Rafaella com certeza ainda estava dormindo. Peguei o telefone e liguei para um restaurante que ficava perto do bairro para pedir o nosso jantar. Logo depois subi até meu quarto para um banho rápido, e por fim resolvi acordar Kalimann.

                          (...)

Abri a porta de seu quarto devagar para que não fizesse barulho, ela estava deitada de bruços, dormia tão serena que me fez pensar duas vezes antes de acorda-lá.

– Rafaaa.. - eu a chacoalhava devagar, até a mesma abrir os olhos lentamente.

 Oi? - ela disse com a voz rouca pelo sono.

– Mamãe pediu para que eu avisasse que ela já foi, mas eu acabei dormindo e você ainda não tinha acordado então resolvi vir te acordar..

 Que horas são? - Perguntou se sentando na cama.

– São 19:15pm - disse conferindo o horário em meu celular. - Já pedi nosso jantar..

 Posso saber o que pediu? - indagou me olhando, enquanto sorria de canto.

 Comida Italiana, Risotto Di Gamberi Al Ananás com arroz, tudo bem pra você?

 Sim, por mim tudo bem. - a mulher falou enquanto levantava da cama. - vou só tomar um banho e já desço!

– Ok. - eu ainda estava de pé ao lado de sua cama, Kalimann foi até o closet e voltou com uma toalha em mãos.

– Você é.. - ela dizia enquanto coçava a nuca, sinais de nervosismo.

 – Eu? - a incentivei a terminar de dizer.

– Você não... quer esperar lá fora? Digo na sala.. - Ah claro, já era para eu ter me retirado de seu quarto né?

– Ah, é.. desculpe Rafa, eu.. eu vou esperar você lá na sala. - disse caminhando até a porta e quando me virei para fecha-lá, Rafa já estava lá parada segurando a porta com um sorriso tímido.

 É só um banho, já desço. - Disse fechando a porta em seguida.





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