Ao abrir os meus olhos, a luz branca me atinge em cheio, me fazendo fechá-los novamente. Após algum tempo, observo o bip do monitor multiparamétrico que mostra os meus sinais vitais e sinto algo no meu nariz, percebendo que estou com um catéter de oxigênio nasal. Fora os oxímetros de pulsos que estão nos meus dois indicadores.
A dor insuportável que sinto nas minhas pernas e no meu braço direito dificulta bastante a minha tentativa de sentar na cama. Após longas e dolorosas tentativas, eu consigo, respirando fundo e massageando minha cabeça.
Todos esses equipamentos do hospital em meu corpo me deixam agoniada. Não faço a mínima ideia do porquê de eu estar com esse troço no meu nariz se eu consigo respirar sozinha. Puxo de uma vez e sinto todo o ar fugir dos meus pulmões, fazendo-me colocar a mão no peito. Droga! Coloco rapidamente o catéter e consigo respirar fundo.
Agora entendo o porquê.
Nem ouso tirar os dois prendedores dos meus dedos, tenho até medo do que pode acontecer.
Respiro fundo e tento amenizar a confusão na minha mente, mas sem sucesso. E é exatamente quando a porta se abre e um cabelo ruivo que eu conheço tão bem aparece na porta que meu coração acelera.
- AI MEU DEUS! - Rosie grita como nunca a ouvi gritar e corre até onde eu estou, me envolvendo em um abraço mais que apertado.
- Ai, ai, ai. - Solto um gemido de dor ao sentir todos os meus ossos protestarem. Minhas costas doem e minhas pernas latejam, mas o enorme sorriso em meu rosto e as lágrimas em meus olhos me distraem.
- Desculpa! - Ela solta uma risada de alívio, descrença, admiração, felicidade e bastante carinho. Mas logo tudo isso se mistura à um choro que me destrói. - Me desculpa, Liv. Me desculpa mesmo. Eu não devia ter deixado você correr, eu devia ter te alcançado e feito você frear, eu, eu...
- Ei! - Chamo a atenção da ruiva e limpo suas lágrimas. - Não foi culpa sua, Rosie. - Ela fecha os olhos e chora mais ainda quando pronuncio o apelido que dei à ela na infância. - Eu devia ter voltado quando você me avisou, a culpa não foi sua.
- Eu fiquei com tanto medo...
- Obrigada por ter me socorrido e por ter ficado aqui comigo. - Abraço ela com muito cuidado devido às minhas dores, mas é um abraço tão confortável que acaba aliviando tudo.
Após alguns minutos, Rose sai saltitando do quarto e volta com três enfermeiras e os meus pais.
E é aí que eu me preparo para mais abraços, sorrisos e choros, sorrindo igual uma boba quando aparecem na minha frente.
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Ao longo da tarde, as enfermeiras me alimentaram, me ajudaram no banho e conversaram bastante comigo. Já sei que Lucy e o namorado estão brigados, Lily e a melhor amiga Ivy tiveram uma briga mas se resolveram pouco antes de eu acordar e agora estamos todas conversando sobre o que aconteceu enquanto eu estive desacordada.
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Querido Mr. Maillard
Romance+18| Lívia é a personificação de "a garota certinha e perfeita", sendo o orgulho dos seus pais, amigos e docentes do colégio onde está cursando seu terceiro e último ano. Lívia é um livro aberto, seguindo sua vida e sua rotina com total transparênci...