3. O banheiro de Myrtle E. Warren

4.7K 563 1K
                                    

— Por que será que eles eram como eram? – perguntou aleatoriamente Scorpius, enquanto se arrumavam para o café da manhã. Ao acordar, ele agradeceu ao amigo pelo que fizera durante a noite, recebeu um "não há de quê" e tornaram a agir como se nada tivesse acontecido.

— Eles quem eram como? – perguntou confuso Albus, que ainda não tinha entendido do que o amigo estava falando — Pode me explicar do que exatamente você está falando?

— Meu pai. Seu pai – respondeu Scorpius, terminando de ajeitar os sapatos — Eu sei que houve muitas coisas no passado, mas hoje, sabe? Eu queria que fosse diferente – seu tom de voz ficou mais baixo. Os dois pegaram os livros, saíram do dormitório e caminharam para além do salão comunal da Sonserina, a fim de tomar um café no grande salão antes da primeira aula.

— Eles eram difíceis. O seu, o meu. E ainda são. Não acho que possa ter uma mudança a essa altura do campeonato, mas eles estão tentando se respeitar e isso já é um começo – disse Albus, enquanto caminhavam juntos pelos corredores — eu só não quero mais eles interferindo na nossa amizade por problemas que não são nossos – eles sorriram um para o outro e apressaram os passos.

Comeram uma coisa rápida para o café da manhã, depois correram até a biblioteca para devolver um livro e seguiram para aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Só depois de se acomodarem nas carteiras é que perceberam que esta matéria seria dividida com uma turma da Grifinória. Não é que Albus tivesse algo contra, até quis ser de lá um dia, mas desgostava muito da forma como os alunos da outra casa olhavam e sussurravam sobre ele e Scorpius. Já quis acreditar que não passavam de coisas da sua imaginação, e sempre tentava ignorar tudo, como Scorpius recomendava, mas não conseguia. Ter que participar de uma aula com a turma da Grifinória só aumentava o desconforto que sentir quando estava em Hogwarts.

— Hoje – começou o professor – iniciaremos o treinamento de um feitiço muito importante. A maioria de você já deve ter ouvido falar. Se chama o feitiço do Patrono – quando o professor terminou de anunciar, Albus sentiu olhares em cima dele e já sabia o porquê.

— Então, todos se levantem. Vamos afastar as carteiras e iniciar.

Todos os alunos se levantaram e com o uso da varinha, o professor afastou as carteiras, deixando um bom espaço para as práticas que ocorreriam. Os alunos se organizaram em um grande círculo, e o professor explicou como era o processo para a execução do patrono. — [...] e então pense na melhor lembrança que você tem, e digam com vontade "expecto patronum". Certo? Quem quer ir primeiro? – ele olhou ao redor, vários rostos tímidos – Que tal você, Potter?

O coração de Albus disparou. Não. Definitivamente ele não estava a fim de ir primeiro. Continuou parado no mesmo lugar, sentiu Scorpius apertar levemente sua mão como se quisesse lhe dar forças. — Vamos, Potter. Imagino que você tenha herdado os talentos de seu pai – afirmou o professor, acenando com o braço para que Albus fosse até ele. Albus pensou que, definitivamente, esse cara era novo na escola e não estava sabendo de nada sobre como ele era diferente de seu pai.

— E lá se vai mais uma vez, Albus Potter indo envergonhar o nome do próprio pai – disse levianamente Polly Chapman, uma garota desagradável com quem Albus tem o desprazer de conviver nos dias letivos.

— Sabe como prosseguir? – perguntou o professor quando Albus se aproximou.

— Hm, acho que sim – respondeu inseguro. Ele fechou os olhos e tentou pensar em suas lembranças mais felizes, mas não conseguiu pensar em nada que fosse forte o suficiente. Lembrou-se então de estar com seu pai na campina depois de todas as louras vividas no último ano. Tentou fazer daquela uma lembrança feliz. — Quando estiver pronto – ouviu o professor falar. Albus respirou fundo e abriu os olhos. Tentou se concentrar e pronunciou as palavras

Spells | ScorbusWhere stories live. Discover now