18. Tudo acaba bem

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Nenhum dos dois sabia como tinham chegado até ali. Nem Albus. Nem Scorpius.                  Jovens. Inseguros. Apaixonados. 

Tudo um dia fora como magia, e de repente, nenhuma magia parecia capaz de lhe dar as respostas que buscavam.

Albus não deixava Scorpius sozinho por nenhuma noite se quer. Os outros garotos do dormitório da Sonserina já estavam acostumados com aquilo. Albus ajeitava Scorpius na cama e depois se aninhava ao seu lado. E assim se seguiram os dias até o fim do ano letivo. E nada foi como eles esperavam.

Nem todos os dias Scorpius conseguia se levantar da cama. Albus não fazia questão de sair sem ele. Deixar Scorpius sozinho não era uma opção. Scorpius não era menos teimoso – mesmo com a aprovação de McGonagall, não quisera deixar a escola. Estava disposto a ficar ali até o último minuto do ano escolar, mesmo que isso lhe custasse a vida.

Por muito tempo, após Scorpius adormecer, Albus chorava silenciosamente sozinho em um canto do dormitório. Passou a se perguntar se realmente deveria aceitar que Scorpius não estaria para sempre ao seu lado. Tentar imaginar aquilo era de uma dor quase insuportável e na maioria das vezes, Albus balançava a cabeça tentando se livrar dessa ideia absurda.

Draco escreveu ao filho. Pediu para que ele voltasse para casa. Prometeu deixar Albus passar o verão todinho junto deles se Scorpius aceitasse retornar imediatamente.

Scorpius recusou. Não suportava a ideia de ser visto como um ser moribundo. Nada lhe fazia sentir mais vivo do que Hogwarts.

***

— Eu... eu te amo tanto — sussurrou Albus, a cabeça sob o peito de Scorpius. Às vezes, ao dizer isso, Albus sentia vontade de chorar, mas quase sempre conseguia segurar. Não queria fazer Scorpius se sentir mal com tudo aquilo. O olhar que recebiam no dia a dia já era mais do que suficiente.

Scorpius, por sua vez, tinha algo diferente em sua voz, como se nada mais o preocupasse.

— Eu sei — sussurrou e sorriu — Eu também te amo, Albus. Acho que você sabe disso. E sei que está sofrendo tanto quanto eu com tudo isso.

Albus afundou a cabeça em seu peito. Não queria responder sobre aquilo. Não conseguiria entrar nesse assunto sem chorar.

— Albus? — Scorpius chamou. Albus olhou para ele. Scorpius estava de olhos fechados, um semblante tranquilo e sereno. Transmitia paz.

— Sim?

— Albus, quero que me escute com atenção — disse baixinho em sua voz calma — Não quero que pense que vou morrer, porque não vou. Essa maldição, seja lá o que for, não vai me vencer. Tenho motivos para acreditar.

— Por que está me falando isso, Scorpius? Eu acredito em você tanto quant...

— Não, não acredita — Scorpius o interrompeu — Sei quando chora pelos cantos, Albus. Sei o quanto sofre. Sei o quanto está lutando para me ajudar, mas sei que você acredita que estou morrendo.

— Scorpius...

— Albus, apenas me ouça. Tenho motivos para acreditar que vou viver. Seja lá o que for isso. Eu sei que vou conseguir.

— Quando começou a pensar assim?

— Penso assim sempre que olho para você, Albus. Eu e você. Nosso futuro. Esse é meu motivo para continuar aqui. Não vou partir. Não por agora.

Spells | ScorbusWhere stories live. Discover now