13. Férias de Natal

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FINAL DA PARTE I

- Você vai se precipitar ou vai saber me ouvir? - Gina estava séria, o mau humor no rosto de Harry não a afetava, muito menos a intimidava. Harry não falou nada, apenas acenou com a cabeça permitindo que ela continuasse. Hermione parecia encolher-se entre eles, não queria ter que presenciar isso. Gina, mantendo o olhar firme para o marido, continuou:

- Acho que sabe, Harry, desde o ano passado, que Draco Malfoy já não é mais aquele garoto estúpido e implicante com quem convivemos em Hogwarts - ela fez uma pequena pausa, engoliu seco e continuou - Sinto muito que não tenha dado ouvidos à ele durante a festa, mas a relação de Albus e Scorpius precisa ser conversada e foi o que fiz.

- Foi até o Malfoy a essa hora da noite para falar sobre um romancezinho adolescente? - Harry tentava se controlar, mas ainda era possível perceber a irritação em sua voz.

- Harry, coisas terríveis nos aconteceram quando você tentou separá-los! Isso tudo é muito novo para nós, mas precisamos encarar essa situação de forma sensata e tentar entende-los! - Gina suplicava. Hermione tentava parecer invisível. Harry caminhou até a mesa e puxou uma cadeira, Gina voltou a se sentar, os dois se olharam.

- Me desculpem, acho que vou voltar lá para cima - comentou Hermione.

- Não, fique Hermione. Termine seu chá - Harry respondeu tranquilamente - E então? - perguntou ao voltar-se para Gina.

- Draco e eu conversamos. Achamos que seria uma boa ideia se Albus pudesse ficar uns poucos dias com Scorpius após o Natal já que estamos n'A Toca. Eles não estão muito longe daqui.

Harry respirou fundo e pegou a mão de Gina, cujo olhar agora se transformara em uma súplica de paz. Harry por fim concordou.

- Tudo bem, se você acha que parece seguro. Mas antes que ele vá precisarei ter uma conversa com Albus. Há algumas coisas que ainda preciso esclarecer. Pode ser?

- Acho que sim - Dito isso, Harry se aproximou dela e lhe deu um beijo na testa. Gina tomou o chá que agora estava quase frio. Hermione tentou disfarçar seu desconforto, mas Harry estendeu a mão para amiga, como um sinal de dizer que estava tudo bem em ela estar ali.

Poucos minutos se passaram e logo estavam subindo as escadas de volta para o quarto, onde Rony roncava audivelmente.

- Bem, talvez eu não seja tão ruim assim de abaffiato - comentou Gina olhando para o irmão todo torto em uma das camas - O que te despertou, Harry?

- Você ainda pergunta? - disse ele apontando com o queixo para um Rony desgrenhado e barulhento - Como você consegue, Mione?

- Sobrevivo da mesma forma que você sobreviveu a ele durante seis anos em Hogwarts.

Eles soltaram breves risadas enquanto se aconchegavam de volta entre edredons. Harry demorou um pouco para conseguir dormir, seus pensamentos voltados para Albus.

***

O céu estava limpo e azulado na manhã de Natal. Um vento frio tentava invadir a pequena casa dos Weasley, mas Percy e a sra Weasley trataram de enfeitiçar as paredes de forma que os deixassem aquecidos e confortáveis. George sempre os lembrava que com a quantidade de pessoas reunidas na sala de estar seria quase impossível que passassem frio e Albus, aproveitando a morte do vampiro no sótão, encontrou um lugar para se isolar de todo o resto. Seu sumiço, porém, não passou despercebido, e Gina insistiu que Harry podia usar este momento para a tal conversa que dissera na noite anterior. Ele não sabia se estava pronto e mal formulara exatamente o que queria falar, mas subiu as escadas direto ao sótão, dando leves batidinhas antes de entrar.

Spells | ScorbusWhere stories live. Discover now