14. Herança de Sangue

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PARTE II

Scorpius permanecia deitado no sofá da sala de estar dos Weasley, Draco sentado na ponta da poltrona ao lado sem tirar os olhos do filho enquanto Albus continuava sentado no chão acariciando os cabelos loiros do menino que voltara a dormir. Harry entrara na sala com uma jarra de suco e dois copos, acompanhado de Gina, que trazia em suas mãos um prato e talheres com o que seria o almoço. Ambos posicionaram a refeição na mesinha diante de Draco, que pela primeira vez em muito tempo tirara os olhos do filho.

— Trouxemos isso para você — anunciou Gina — Sabemos que Scorpius ainda está fraco para comer algo assim, mas Draco, você precisa se alimentar.

— Não estou com fome — respondeu Draco, a voz fraca de quem muito tinha chorado.

— Coma. Não pode estar fraco se precisar cuidar dele — insistiu Harry, empurrando o prato para mais perto de Draco. Draco concordou e aceitou a comida, mesmo não estando tão disposto para fazer uma refeição. Harry e Gina se sentaram lado a lado em outro sofá na pequena sala de estar e ficaram observando Albus, a cabeça deitada sob o peito de Scorpius.

Passado algum tempo, ouviu-se vozes e passos na escada e sons de talheres e prataria na cozinha, o que foi identificado como o fim do almoço. Quando a casa, milagrosamente, voltou a ser silenciosa, Molly e Arthur entraram juntos na sala onde estava desacordado o menino Malfoy. Harry cedeu seu lugar à sra. Weasley e se acomodou em um pufe, e por fim, eles tentaram iniciar uma conversa com Draco:

— Como está se sentindo, Draco? — perguntou gentilmente Molly.

— Eu? Estou bem sra. Weasley — afirmou Draco, sua voz demonstrava o oposto - Obrigado pela refeição e acolhimento. Me desculpe por... interromper o seu dia e...

— Não se desculpe. Não se desculpe por nada. Seu filho... Ele precisou de cuidados e nada nos incomoda em ajudar — ressaltava ela — Eu só sinto não poder fazer mais.

Draco tentou dar um sorriso para a bruxa gorducha de cabelos ruivos que lhe prestava solidariedade, mas seu rosto só demonstrava dor e sofrimento. Arthur se remexeu um pouco ao lado de Gina, colocando-se na ponta do sofá e voltando o olhar para Draco, pensando no que queria falar sem ofender o rapaz.

— Se me permite, Malfoy — começou ele — Molly e eu conversamos e gostaríamos de oferecer nossa estadia para você e Scorpius, pelo menos até que ele se recupere e...

— Sr. Weasley, agradeço a gentiliza, mas não posso aceitar — interrompeu-o Draco — São férias de natal, sua família está toda aqui. Não podemos ficar. Posso levar Scorpius na vassoura, não moramos longe daqui.

— Me desculpe, Draco, mas meus pais estão certos — intrometeu-se Gina — Scorpius não parece bem nem mesmo para montar numa vassoura.

— Minha casa fica há dez minutos daqui se formos voando — insistiu Draco.

— Certo, e como carregará ele inconsciente? — perguntou Harry.

— Podemos ajuda-lo. Se for para casa agora ficará muito sobrecarregado com os cuidados que ele precisa — Molly insistia em ajudar os Malfoy.

— Posso ir com ele — Albus finalmente dissera algo — Quero ajudar a cuidar de Scorpius.

Todos os olhares se voltaram para o menino que ainda estava na mesma posição. Gina queria que ele visse que o olhar dela era de pura irritação. Todos estavam tentando convencer Draco a ficar e cuidar de Scorpius ali e ele se oferecendo para ir junto deles. Gina voltou a encarar Draco com um olhar suplicante e por fim disse:

— Se quiser ficar, podemos limpar o sótão e arrumá-lo para acomodar vocês. Ficarão longe do barulho e recebe-los aqui não nos incomodará em nada. Pelo menos até Scorpius conseguir ficar firmemente de pé e então podemos deixá-los ir. O que me diz?

Spells | ScorbusWhere stories live. Discover now