Lado Hell

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Para Jaebum, o ambiente já antes frio agora parecia estar literalmente congelado.

Sentaram-se todos à mesa, não deixaram que o Im ficasse de fora da conversa porque no final das contas a situação inteira ocorreu por conta dele. Yugyeom puxou sua cadeira para perto e passou o braço por seus ombros, protegendo-o de algo que ele mesmo não sabia o que era. Youngjae sentou-se na cadeira da ponta, ajeitando os fios avermelhados para trás sempre que eles arriscavam atrapalhar seu campo de visão, levando os pés para cima da mesa naquela pose despreocupada. Bambam cutucava alguma coisa nas unhas, completamente desinteressado, enquanto os outros dois que os receberam pareciam atentos a qualquer coisinha, apenas esperando uma bomba explodir. Ficaram em silêncio por longos minutos, observando uns aos outros, até que Youngjae decidiu falar.

— Então, Yugyeom, estou esperando suas explicações.

O Kim coçou a nuca, ansioso. Pigarreou antes de começar a falar.

— Eu não ia participar do ataque hoje, ia ficar em casa, como te disse semana passada. — o Choi assentiu, mostrando que o ouvia. — Mas Jaebum... Ele não me esperou no ponto de encontro hoje. Eu não o culpo porque há meses eu tenho dito para ele me esperar e nunca apareço. — fitou o cara ao seu lado, o mesmo com os olhos perigosos. Ambos coraram quando se encararam, então desviaram o olhar. — Então eu fiquei preocupado porque ele é muito desatento e anda pelos becos sem se preocupar, fora que um dos atalhos que usamos para voltar para casa era na avenida que ocorreria o ataque...

— E aí você decidiu retomar a liderança e participar de último momento, sequestrar seu próprio amigo e fugir com ele do procedimento? — Perguntou Youngjae, fitando-o de forma séria, quase que analisando o jeito como o Kim moveu-se nervosamente.

Yugyeom sorriu sem jeito, assentindo.

— É, mais ou menos isso.

— Eu sinceramente não sei o que faço com você... — Youngjae o fitou intensamente, suspirando. — Deveria te matar, sinceramente.

— Youngjae... — Os dois homens de mais cedo sussurram, assustados, fitando o garoto. Jaebum sentiu Yugyeom tensionar ao seu lado, e suplicante fitou o Choi implorando que ele não tomasse uma ação tão extrema.

Um silêncio reinou entre eles, nem mesmo os agentes trabalhando ao fundo foram capazes de produzir um ruído alto o suficiente para apaziguar a tensão no ar que se instalou com essa última fala. Youngjae não retirou os olhos de Yugyeom em momento algum, e o Kim continuava firme em devolver o ato na mesma intensidade. Não era como se conversassem pelo olhar, parecia mais uma prova de lealdade. Todos sabiam que Yugyeom aceitaria morrer se ele dissesse que deveria ser feito e isso assustava muito Jaebum, que mesmo não conhecendo ninguém ali já conseguia sentir o quão sério era o problema que havia criado sem querer. Eles eram rebeldes com trabalhos realmente perigosos e seu amigo arriscou revelar a identidade da organização assumindo de forma irresponsável a missão por sua causa.

Bambam continuava mexendo de forma desinteressada em suas unhas, completamente alheio a situação que acontecia bem em frente aos seus olhos. Os outros dois homens estavam em silêncio, observando apreensivamente, trocando olhares em silêncio. Jaebum não sabia se tinha permissão de falar, mas se pudesse ofereceria sua vida no lugar da do Kim. Não queria vê-lo morrer, ainda mais se fosse por sua causa.

Jaebum tremia muito. Sentia o suor se formar na testa e na nuca e a sensação do frio atordoante estava deixando-o zonzo. Não se recordava de ter ficado tão nervoso antes em sua vida. Mas Bambam, mesmo atento a seus próprios problemas, conseguiu perceber isso, então levantou o rosto e riu.

— Deixe de assustá-los, Youngjae. O garoto vai chorar e nenhum de nós tem preparo para cuidar de uma criança desesperada. Só é divertido brincar assim quando todo mundo aqui consegue lidar com essa carga sentimental.

ImperiumWhere stories live. Discover now