Então isso é uma ordem, Agente Im.

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Jaebum fitou Youngjae por longos segundos como se tivesse ouvido errado, como se sua mente não processasse exatamente o que o mais velho tinha dito. O coração de repente estava batendo rápido, subindo pela sua garganta, deixando seus ouvidos abafados porque tudo que ele conseguia ouvir eram as batidas insistentes, mostrando-o o quão nervoso estava, quão realmente bobo ainda podia ser. Em um riso, o Choi aproximou-se mais um pouco de si, agora tão perto que qualquer inclinar seu sobre ele provavelmente certamente resultaria naquilo, em um beijo. Os olhos cinzentos dele tinham certa diversão, e o sorrisinho nos lábios bonitos certamente acentuava essa impressão.

A atração entre ambos não era uma coisa de uma semana. Desde que colocou seus olhos em Youngjae, Jaebum sentia a estranha, mas persistente, vontade de impressioná-lo. Inicialmente talvez esse sentimento se baseasse unicamente na confiança que ele depositou em si ao chamá-lo para o movimento, mas depois se mostrou muito mais fundamentado no quanto gostaria de poder tocá-lo sem sentir-se hesitante. Seu líder era uma pessoa atraente, muito confiante, charmoso e habilidoso; tudo que ele fazia impressionava Jaebum, o que apenas aumentava a vontade de ser mais próximo dele, conhecê-lo de verdade e talvez sanar sua atração natural por ele.

Mas Jaebum não esperava que essa chance fosse realmente aparecer, nem mesmo que seria Youngjae a entregando para si de forma tão direta.

— Viu, você ficou mais vermelho. — sussurrou, ainda sorrindo. — Sua cota ainda não estourou.

— Talvez eu tenha feito um cálculo errado. — murmurou, um pouco frustrado. Youngjae riu. — Você joga muito baixo.

— Se acostume, agente Im. — Youngjae suspirou, fitando seus lábios de forma nem um pouco sutil. — E eu realmente gostaria que você me beijasse.

Jaebum mordeu o lábio, sentindo as pernas tremerem ligeiramente pelo tom do mais velho.

— Isso foi uma ordem, senhor?

— Eu não sou esse tipo de líder, agente Im. — Fez movimentos de negação, fingindo decepção, mas então abriu um sorriso cafajeste. — Não preciso ordenar algo que você já queira fazer, a não ser que você goste de receber ordens, Jaebum.

O Im sentiu-se um pouco atordoado por um momento, sentindo uma leve onda de arrepios percorrer o seu corpo.

— Talvez eu goste de receber ordens suas, senhor. — Acentuou o honorífico, mordendo o lábio inferior.

— Pois bem, — Youngjae assentiu, aproximando-se mais ainda, praticamente colando o nariz no seu, e prosseguiu em tom baixo. — então eu ordeno que você me beije, agente Im.

Como se não pudesse mais esperar segundo algum, Jaebum finalmente juntou seus lábios nos de Youngjae. E como se isso fosse possível, o mais velho o puxou mais para perto, segurando a cintura dele, tão contente quanto o Im por finalmente terem matado aquilo que estava os matando recentemente. Era uma simples faísca aqui e ali, nada muito grandioso, que os fazia querer estar junto mesmo no meio daquela revolução, e não poder de fato realizar isso estava tornando-se uma tortura. Entretanto, naquele momento foi como se ambos se esquecessem completamente da desordem que os abrigava, tocando um ao outro, desesperados por mais ao mesmo tempo que sabiam que aquilo era extremamente perigoso.

No desespero encontraram o descontrole; Youngjae puxava as roupas de Jaebum como se quisesse rasgá-las, e talvez esse fosse o seu plano. Jaebum, por outro lado, não conseguia evitar envolvê-lo cada vez mais, tomado completamente pelo sensorial, desejado mais e mais dos beijos viciantes do mais velho. Em passos erráticos, passaram pelos sofás com a intenção de talvez ficar, mas Youngjae logo puxou Jaebum para longe, não desejando expor nada do que fariam a qualquer pessoa que entrasse ali, afinal o Im provavelmente ficaria sem jeito pelo mês todo se isso acontecesse. A distância até o quarto dele pareceu uma verdadeira maratona, mas em menos de um minuto o Choi estava trancando a porta, contrariando o que ambos estavam sentindo pelo frenesi.

E quando se fitaram, com as respirações desreguladas, fios bagunçados e roupas amarrotadas, demoraram menos de dez segundos para se beijarem novamente, frenéticos, eufóricos um pelo outro. Porque a guerra civil que viria não importou aos dois no momento, não enquanto eles finalmente estavam matando aquela atração que estava começando a incomodar.

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