Sete

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Ouça a música enquanto estão lendo para uma melhor experiência.

— Senhora e senhores!— Henrique disse segurando um microfone para a platéia eufórica que gritava e pulava ao som da música de fundo, uns gritavam mais que outros, mas todos gritavam— Bem-vindos ao jogos de internato!— Henrique levantou as mãos em animação e meu corpo gelou, olhei para Eric que estava sentado sob uma das caixas de som, com o nariz sangrando. Ele me olhou e eu desviei o olhar rapidamente. — Fogo! Terra! Água e Sangue! Joguem com seus ossos, para que eu não venha moer os mesmos.—  Henrique sorriu.

— Que merda está acontecendo?— coxixei para Jonathan que apenas me ignorou.

— Alguns de vocês não sabem, mas a maioria percebeu que Jéssica já não está mais aqui.— Henrique forçou uma cara triste.— Mas é por um bom motivo! Ela como todos vocês sabia das regras, e sabia que é estreitamente proibido ir até a polícia ou até algum tipo de autoridade fazer qualquer denúncia sobre nós, mas ela nos traiu!— As pessoas lá em baixo começaram a gritar em protesto.— Mas eu nos vinguei e ela se foi.— Henrique sorriu.

— Você a matou seu assassino do caralho!—  Erick se levantou indo em direção a Henrique que despos um soco bem no meio do seus rosto, fazendo Eric cair desacordado no chão.
Henrique balançou a mão usada para o soco tentando se livrar da dor.

— Curtam a festa, os jogos começam amanhã! — Henrique disse por fim, sorrindo para sua platéia.

— Vamos!— Jonathan chamou me fazendo seguir a ele e a Henrique.

— Aonde vamos? — Perguntei.

— Apenas caminhe Vênus!— Jonathan disse impaciente.

— Não! — Disse sério, Henrique se virou olhando para mim e logo depois encarando Jonathan.

— O que disse? — Jonathan se aproximou.
Ele é alto, não extremamente alto, mas é assustador olhar para ele tão perto.

— E...eu disse não!— Repeti com os olhos travados e quase molhados, meus olhos ardem mais eu não vou deixar que as lágrimas vacilem, não agora, e não na frente deles.— Vai me bater?— Me aproximei ainda mais, tentando parecer seguro.— Pelo que eu entendi, Henrique, matou uma pessoa ele deveria estar preso!— Disse firme.

Henrique soltou um som na garganta, como se segurasse o riso e logo se aproximou de Jonathan.

— Deixe-nos a sós.— Henrique disse tocando de leve o braço de Jonathan, que me olhou antes de virar as costas para mim.

— Eu não vou ficar sozinho com um assassino!— Exclamei diretamente para Jonathan, que parou por alguns segundos e sem olhar para trás, continuou seu caminho para longe de mim.

Henrique tem as mãos grandes, seus olhos verdes são penetrantes e quase hipnotizadores, mas não como os olhos de Jonathan.
Henrique me segura firme pelo braço, enquanto caminhamos pela multidão de adolescentes cheirando a hormônios que dançam ao som de uma música eletrônica sem letra, observo Lucas e Kira que dançam sem preocupações, eles não me vêem, Jonathan não está ali.

— Pra onde está me levando?- Pergunto com medo sendo arrastado para um outro prédio.

— Para um tour priminho.— Henrique sorri me segurando firme pelo braço.

Estamos indo para o prédio com um desenho do que parecem ser veias, há uma luz vermelha por todo o lugar que dificulta um pouco a visão, mas logo meus olhos se acostumam e a visão fica mais nítida, Henrique solta meu braço lentamente e escorrega sua mão até a minha, eu gelo, mas não esboço reação alguma, não seguro sua mão e apenas o sigo enquanto ele me puxa.

Há alguns alunos dançando e outros se beijando, mas Henrique continua me puxando subindo as escadas, aqui não tem elevador e nem câmeras no último andar de baixo, mas todos os andares de cima, tem câmeras com olhos grandes que se movem juntamente conosco.

Tomo coragem e solto minha mão da dele, Henrique não diz nada e apenas continua subindo, ele usa uma camiseta preta e as sardas nos seus ombros são visíveis, calça de couro larga e brilhante e coturnos pretos opacos.

Percebo que ele não olha para trás e paro, ele continua a subir e reajo instantaneamente começando a correr escada a baixo.

— Ei!— Ele grita atrás de mim e eu não me viro, apenas corro, ouvindo seus gritos atrás de mim, de repente um estalo, uma arma destravando, aquele som é óbivio seguido de um "psiu". Eu travo olhando para meus pés.
— Vire-se.— Ele pede, para ele, me sinto um frágil e indefeso coelho, e ele é o Puma que perdeu sua presa, mas ele não vai me perder, sou uma peça no seu jogo, e estou quase compreendendo tudo.
Me viro devagar, meus cabelos estão sobre meu rosto, na altura da sombrancelha, respiro ofegante observando o objeto preto brilhante que Henrique aponta para mim. Suas pernas estão abertas, e com uma das mãos ele apoia a outra que segura a arma, ele não treme e parece estar controlando sua respiração. — Seria muito ruim sujar sua bela roupa branca de vermelho, e ironicamente, no Prédio Sange.— Ele sorri de forma maliciosa. Só corra. Pensei.

Apenas o observei, em silêncio, meu fim será aqui e agora, por um motivo que nem eu sei.

— Suba, devagar.— Henrique pediu sério.

Subi, degrau por degrau, olhando sem piscar para os olhos de Henrique, meus olhos ardem e estão molhados, meus lábios estão secos por respirar pela boca e meu nariz quase não funciona.

Quando chego bem perto, ele num movimento rápido segura meus dois braços para trás, meu corpo magro luta, e sinto a arma nas minhas costas.

— Tão corajoso.— Sinto o sorriso na sua voz.

— Me solta, por favor, está machucando meu braço.— Imploro forçando uma voz dengosa e deixo que finalmente as lágrimas caiam.

— Pare de chorar!— Ele grita e começa a andar, me empurrando para a frente e subindo mais escadas.

Iiiiiih, oque vocês estão achando dos Henrique? Um primo desses, nem precisa de inimigos ein... comentem muito, amo saber oque estão acahando. E perdoem meus erros podres kkkkk

Me Chame De Vênus Where stories live. Discover now