Trinta e dois

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— É toda sua.— Henrique sorriu me entregando um pen-drive, de primeira não soube oque era, mas no título, estava escrito: liberdade.
                               ***

As buscas por Mio tem sido frenéticas desde que entreguei o pen-drive com a confissão, sua mãe vem na escola todos os dias perguntar sobre o filho, há cartazes com sua foto por todos os lados, me sinto culpado.

— Onde você estava?— Erick perguntou quando nos encontramos no corredor.

— Sala de música, tocando.—

— Entendi...Sente falta dele não é?— Erick sempre parece sem graça quando fala de Jonathan.

— Tem como não sentir?— sorri.— Você não sente?—

— Sempre, principalmente quando ouço você tocar, ainda não acredito que ele se foi, é como se eu fosse encontrá-lo numa aula de história qualquer dia desses.—

Erick tem fumado mais desde a morte de Jona, me surpreende Henrique deixar duas vagas abertas nesse lugar, mas também me acalma saber que ninguém está prestes a entra num inferno.

— Sobre oque estão falando?— Lucas surgiu de repente.

— Sobre como o Vê é ruim no piano.— Erick sorri, tossindo em seguida, um dos reflexos de seu vício.

— Isso só pode ser inveja.— digo e sorrio.

Lucas, Erick e eu temos estado mais próximos, tentamos conversar com Isa sempre que da, pra saber se ela precisa de alguma coisa, ou mesmo conversar, mas ela sempre nega nossa ajuda e alega estar ótima.

— Temos matemática agora e estamos quase atrasados.— Lucas diz caminhando apressado enquanto Erick e eu o seguimos tentando acompanhá-lo.

— bom-dia turma— O professor mal entra na sala e já se vira para o quadro negro copiando várias equações.

— Oque é aquilo?— uma garota, com tranças no cabelo e usando roupas azuis, olha pela janela, há carros de polícia, Vans de várias emissoras de tv e dois helicópteros, todos se aproximam da janela, um helicóptero que parece ser da polícia, pousa sobre a grama, o investigador sai de dentro dele abotoando seu terno, tudo já está confuso mas ainda piora, meus olhos ardem e meu coração acelera, Lucas sorri nem um pouco surpreso.

— Ele conseguiu!— Lucas exclama.
De trás do Investigados, observo Jonathan saindo do Helicóptero com um sorriso de orelha a orelha.

Há policiais e emissoras de tv, minha cabeça lateja tentando entender tudo isso.

— Mas que porra!— Erick diz e Lucas sorri, todos na sala estão confusos.
Mas felizes por quase sentirem o gosto da liberdade.

— Você está cercado, Henrique Willians e Joana Willians, saiam da escola com as mãos para cima.— Um dos policiais que parece ser o chefe do departamento de polícia, diz num megafone.

O som da porta da sala sendo aberta, chama a atenção de todos para a mesma.
Para o meu terror, é Henrique, que caminha até mim com uma arma na mão apontada para minha cabeça, todos na sala correm para fora, mas Erick avança pra cima de Henrique, eles estão em luta corporal, Erick deposita dois socos sobre o rosto rosado de Henrique que revida dando uma coronhada na cabeça de Erick que cai atordoado, Lucas se aproxima de Erick preocupado e Henrique aponta a arma para Erick.

— Você me cansou seu merdinha.— Henrique diz apertando o gatilho, um estalo e muito sangue, a barriga de Erick está suja de sangue, e Lucas surta enquanto o sangue não para de jorrar.

— Você vem comigo priminho.— Henrique puxa meu braço.
Eu obedeço, não posso deixar que ele machuque mais ninguém.

Estamos indo para a sala da minha Tia, a mesma está lá dentro, assustada e nervosa, com malas de dinheiro sobre a mesa pronta para fugir.

Henrique me joga na cadeira e eu tento ficar calmo, a frente da minha cadeira, há um buraco no carpete, eles pretendem fugir por lá, Henrique coloca a arma na cintura e minha tia entra no buraco enquanto Henrique entrega as malas, sobre a mesa, há uma caneta prateada. Se eu não tentar, nunca vou saber se conseguiria.

Me levanto rapidamente pegando a caneta e depositando-a com toda força sobre as costas de Henrique, rapidamente puxo sua arma da cintura e aponto para o mesmo que agora geme de dor no chão tentando tirar a caneta das costas.

— Eu não recomendo que tire, pode ter uma hemorragia.— Sorri com a arma apontada para ele.

Minha tia está parada no buraco.

— Saia dai.— digo e ela sai. — Issi vai evitar que você consiga ir longe.— digo destravado a arma e apertando o gatinha fazendo um buraco de bala na perna da minha tia que grita tentando estancar o sangue.

Henrique gargalha.

— Qual é a graça? A morte é engraçada pra você?—

— Não priminho, você não vai me matar.—

— Não, eu não vou, eu não sou como você, e a morte é pouco, você vai pagar, cada segunda da sua vida, por tudo que fez.—

— Como conseguiu destruir tudo que eu tinha?—

— Devia ter atirado em mim aquela vez na escada, mas você não atirou— eu sorri.

Friamente, eu apertei o gatilho, duas vezes, um tiro em cada perna e todos os gritos de Henrique cessaram enquanto eu caminhava para minha liberdade.

— Ele está lá dentro— disse aos policiais que entraram rapidamente.

Desculpem pelos erros rsrsrsr

Me Chame De Vênus Onde as histórias ganham vida. Descobre agora