(Capítulo 4) I hope to be worth it

1.5K 117 295
                                    

Música do Capítulo: Next to me - Imagine Dragons
"Espero valer a pena"

Catra e Adora estavam sentadas na posição de lotus em frente a Perfuma, no jardim do Castelo de Lua Clara

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Catra e Adora estavam sentadas na posição de lotus em frente a Perfuma, no jardim do Castelo de Lua Clara. Os olhos das três se encontravam fechados e elas respiravam profundamente e lentamente, totalmente concentradas em seus paraísos mentais.

Haviam sido duas semanas intensas, mas de certa forma mais relaxantes do que as anteriores para Adora. Aquele era o seu último dia em Lua Clara antes de partir para Salineas, onde ajudaria na reconstrução da capital do reino assim como de algumas vilas ao redor.

Catra insistiu em ir com ela, utilizando a desculpa de que precisava conversar com Mermista e tentar melhorar a relação delas. Na realidade, ela tinha esperança de poder parar Adora quando ela se recusasse a descansar e, de quebra, poderia passar mais tempo ao lado dela.

Mas claro que esses pensamentos ficavam guardados no fundo de sua alma - embora soubesse que na realidade Adora conseguiria retirar aquelas informações de seus olhos sem muito esforço.

Para Catra, era muito mais fácil se concentrar em sua respiração e no silêncio para começar a alcançar um estado mais pacífico. Perfuma dizia que normalmente bastava para ela se concentrar no ar entrando e saindo de seus pulmões para entrar em estado meditativo, mas para a felina era necessário se concentrar em alguma imagem física para de fato meditar.

Se ela apenas deixasse a mente vazia, lembranças ruins a impediam de se concentrar, principalmente se elas envolvessem Prime e seu passado. Foram justamente nessas lembranças que Perfuma mais se concentrou com ela nos primeiros dias. Ela passou a ensiná-la a quebrar aquele trauma, aquele medo, ensinando como tentar sair para o seu refúgio mental, seu jardim de paz, quando eles viessem atormentar sua mente.

Às vezes era muito difícil, era cansativo e sua mente apenas a traía e ela fraquejava. Ela ainda tinha pesadelos, ainda acordava à noite tremendo e se segurando para não chorar e se entregar a todo aquele sentimento.

Ela ainda acordava pensando em desistir.

Mas em todos aqueles momentos, Adora a puxava para si, a apertava em seus braços, beijava seus cabelos e dizia que tudo ficaria bem. Que ela estava ali, que nada daquilo era real. E, mais do que nunca, Catra se agarrava a Adora como se ela fosse toda a sua realidade e todo o seu mundo.

Contudo, conforme se policiava para acalmar sua mente e seu coração, conforme conversava sobre isso com Perfuma e com Adora, conforme reconstruía sua vida pouco a pouco, ficava mais fácil se desvencilhar daqueles sentimentos e daqueles momentos obscuros.

Ainda tinha um longo caminho a percorrer, mas ela estava gostando de cada passo, por mais difícil que eles fossem. Era bom saber que ela chegaria em um lugar melhor no fim de tudo.

Perfuma estava mais do que orgulhosa das duas, principalmente por ver Catra estando cada vez mais leve, cada vez melhor consigo mesma. Ela enfrentava olhares todos os dias de pessoas que não entendiam sua história, que ainda sentiam as marcas de seu passado, e mesmo assim ela tentava sorrir e recompensá-los da forma que pudesse.

HomeWhere stories live. Discover now