Capítulo 12 - Nosso filho

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VITORIANO – Eu queria que Emiliano fosse meu e seu... Eu queri tanto que ele fosse meu com você, Inês! Eu queria ter tido um filho com você, Inês...– a voz dele embargou-se em sua maior dor...

INÊS – Vitoriano, nós tivemos um filho... Eu estava grávida de você quando Loreto me atacou... Nós tivemos um filho...

Vitoriano sentiu o calafrio daquela notícia percorrer todo seu corpo, atiçado por aquela verdade que ele nem imaginava de onde vinha, com aquela força que ele nem sabia que podia esperar sair de umas palavras reunidas.

Tinha sido pai? Como Inês poderia dizer aquela notícia daquele modo e simplesmente não se abalar em gritos e festejos como ele sempre imaginou que seria se tivessem um filho? Um filho com ela, um filho deles, um filho de amor.

VITORIANO – Inês, um filho nosso?– ele sentia o coração rastejar em completo desespero por mais informações.

INÊS – Sim, um filho meu e seu.– a voz dela embargou-se e muitas ela sentiu o coração se encher de uma dor que não podia esconder.

VITORIANO – Onde ele está, Inês? Como é nosso filho?– ele aproximou-se dela, sentia o rosto arder, as mãos tremerem, a vida caducar de repente.– O que houve com ele? É um homem?

Inês abaixou os olhos e sentiu as lágrimas rolarem livres. Uma mãe sofre muito. Sofre quando espera um filho, quando o desejo, quando o amamenta, quando o cuida, mas em especial quando o perde.

Tudo que ela mais queria era ter o filho deles em seus braços, ter aquela vida que o amor deles tinha engendrado bem perto, bem junto, bem amorosamente com ela.

VITORIANO – Inês...– ele a tocou com carinho nas mãos e a puxou para seu colo.– Me diga por que chora? Onde está nosso filho?

INÊS – Ele morreu, Vitoriano, ele morreu quando nasceu!

Vitoriano a amparou em seus braços, amparando as lágrimas dela, segurando aquela vontade que sentiu de arrancar a tristeza do coração dela com as próprias mãos. Ele a amava e a queria feliz, sempre feliz para ele.

VITORIANO – Calma, minha vida, calma, eu sei que você não eve culpa.– ele a acolhei e prendeu em seu colo de modo tão gentil que era impossível se desfazer do laço que ele lhe deu no corpo.

INÊS – Ele me agrediu, Vitoriano, Loreto me agrediu e por isso perdi nosso filho.– ela chorava compulsiva.– Ele me empurrou e eu cai, nosso filho nasceu com vida, mas depois morreu.

Vitoriano a abraçou com tanto amor, com tanto cuidado, queria que sua morenita ficasse bem.

VITORIANO – Maldito miserável, pouco homem, desgraçado!– ele suspirou e se lembrou do que tinha feito com Loreto e que Inês ainda não sabia. Não contaria ali porque poderia estragar aquele momento que era somente deles dois.

INÊS – Ele era muito mau comigo e dessa vez não foi diferente!– ela suspirou e parou de chorar.– Eu te dei um filho, um varão como você sempre quis, meu amor, e Loreto matou nosso filho.

VITORIANO – Se acalme, minha vida, não vamos pensar nisso agora, sim.– ele a beijou nos lábios de modo carinhoso.– Eu te amo, você sofre tanto nos braços daquele miserável! Eu o odeio! A justiça nunca deveria tê-lo liberado, nunca!

INÊS – Ele quer que Emiliano more com ele, Vitoriano, ele quer que eu e ele voltemos a ficar juntos, Vitoriano.– ela o olhou dizendo a verdade.– Ele é um louco, ele quer que eu seja a mulher dele novamente. Mas eu não fui, ele me tinha a força, eu nunca quis estar com ele.

LAS AMAZONAS - LA - VIVENDO NOSSO AMOR - SEGUNDA TEMPORADADonde viven las historias. Descúbrelo ahora