Capítulo 21- Filho da violência e filhos do amor...

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EMILIANO – O que você pensou? Que minha mãe era algum bicho, algum animal? Nem os animais a gente trata como você tratou minha mãe!– chutou Loreto que ejá estava machucado da noite anterior.

LORETO – O que contaram a você?– falou nervoso.– Eu sou seu pai, Emiliano, seu pai!

EMILIANO – Você não é meu pai! Você é um verme e pagar por tudo que fez a minha mãe e a mim...– olhou o pai jogado no chão.– Vamos ver se é tão corajoso assim com um homem como é com mulheres indefesas!

Loreto se defendia dos golpes que o filho desferia contra ele, mas não o agredia de volta porque sentia que o filho tinha o direito de tratá-lo daquele modo. Loreto era um crápula, mas em se tratando de Emiliano, ele o amava de verdade e nunca faria mal a ele. Apanhou muito e por fim o filho o soltou e os dois ficaram frente a frente...

Loreto trazia o corpo todo ensanguentado e cheio de hematomas novos e velhos. Emiliano o olhava se arrastar até se sentar no sofá e por fim...

EMILIANO – Por que você gosta de maltratar mulheres? Por que se coloca entre as pessoas e aqueles que elas amam?– ele olhava o pai e sentia o coração triste, aquele homem não tinha nada nem ninguém...– Você nunca soube ser feliz...

LORETO – Eu amo sua mãe, Emiliano, ela é a mulher que eu quero!– falou num fio de voz porque estava muito mal.– Eu amo Inesita desde que somos jovens...

EMILIANO – Mas ela não ama você. Por que a obrigou a ser seu amor? Ela não te queria! Não queria que você a tocasse, que a fizesse sua mulher e mesmo assim você a forçou.– ele fez um rosto tenso e olhou com nojo para o pai.– Que tipo de homem pode amar uma mulher e forçá-la a ser dele? Isso não é amor, Loreto, é doença!

LORETO – Eu sou seu pai, não me chame de Loreto...– suspirou e virou a cabeça demonstrando dor com o movimento.

EMILIANO – Meu pai é qualquer um, menos você e não vou ficar aqui perdendo tempo com um rato que bate, maltrata e violenta uma mulher! Ela é minha mãe! Minha mãe, como acha que me sinto sabendo que não sou fruto de um amor?– ele estava arrasado e era o primeiro momento que analisa aquela sensação de ser um filho da violência.

Loreto tocou uma de suas feridas e olhou o filho com todo aquele ódio. Não queria para ele o mesmo destino que ele tinha herdado de seu pai, o de ser um completo fracassado em tudo em sua vida.

LORETO – Eu nunca quis ser ruim para sua mãe, mas ela nunca me deixou ser o homem dela...– ele sentia de verdade que sua violência de justificava por Inês nuca tê-lo dado uma chance.

EMILIANO – E isso muda o que você fez com a chefa? Muda que você foi um monstro e que me fez assim, um filho que ela poderia nem ter amado...– ele sentia mesmo a dor da mãe.– Eu nuca mais vou voltar aqui e saiba que eu quero que nos esqueça...se chegar perto de minha mãe, vai se arrepender...

Loreto gritou para que ele voltasse, mas Emiliano não o olhou, aquele passado ficaria para trás. Ele foi embora e não haveria mais pai para ele naquele local.

NA FAZENDA...

Victoriano e Inês conversaram por mais alguns minutos na cozinha e depois ele ligou para ao seu advogado para definir o que seria feito com aquelas cópias de documentos que estavam ali incriminando ele. Inês estava impaciente e esperou pelos esclarecimentos junto ao marido. E mesmo com todas as palavras dele de calma e espera, os dois se preocupavam com o que Loreto poderia fazer...

TRÊS MESES DEPOIS...

E lá se foram alguns meses, deixando a vida da família Santos mais agitada e cheia de novidades. Estavam sentados a espera da consulta de Inês... Ela sorria ostentando sua barriga de quatro meses e ali estavam os dois, abraçados a espera de ver o bebê e descobrir seu sexo...

LAS AMAZONAS - LA - VIVENDO NOSSO AMOR - SEGUNDA TEMPORADAOnde histórias criam vida. Descubra agora